Parcelar compras é uma boa saída para não sobrecarregar despesas de um mês, mas pode ser um risco se feito de maneira descontrolada.

O histórico recente mostra que o brasileiro, no geral, tem dificuldades para controlar os gastos. Despesas desnecessárias ou muitas compras feitas de uma única vez fazem com que o rendimento familiar seja comprometido. Desta forma, inicia-se um processo de bola de neve, com as dívidas empilhando e comprometendo também o futuro.

Diante desse cenário, muitos apostam em parcelar compras na Black Friday, por exemplo, no intuito de não sobrecarregar um único mês. Porém, se essa opção for usada sem moderação, ela põe em risco todos os meses seguintes. Ou pior, se as parcelas não forem pagas, elas causarão multas e dificultarão ainda mais a resolução das contas.

A questão da inadimplência é uma realidade que muitos conhecem. Em 2018, um levantamento apontou que cerca de 62,6 milhões de pessoas no Brasil estavam com algum tipo de dívida em atraso. Número que representa 40% da população adulta do país.

O segredo para driblar esse problema é saber quando e em quantas vezes parcelar, além de determinar a quantidade de compras que entrarão no regime de parcelamento — não faça muitas aquisições simultaneamente. O ideal é que o número de prestações seja o mais baixo possível, para que a despesa não pese durante muito tempo.

Abaixo, conheça outras dicas para evitar ficar no vermelho com compras parceladas.

Evitando o vermelho

Com o período de fim de ano se aproximando, momento em que são feitas as compras de Natal e é realizada a Black Friday, é necessário estar alerta. Em muitas situações, a melhor forma de se prevenir contra a dor de cabeça das dívidas é prevenindo que elas aconteçam.

Por isso, o primeiro passo é analisar a maneira com a qual você gasta seu dinheiro todo mês. A melhor forma de criar esse quadro geral é anotando todos os gastos da casa, incluindo as contas mais importantes, como água, comida e luz, e as despesas menores, como lanches na rua.

A partir desse levantamento, fica mais fácil identificar o que pode ou não ser cortado, diminuindo os gastos da família. Os integrantes devem conversar e entrar em um acordo sobre quais devem ser as prioridades, organizando também quais parcelamentos devem ser focalizados.

Cortar os gastos com despesas supérfluas também é essencial para manter a saúde financeira em dia. Geralmente, esses gastos são pequenas compras feitas no dia a dia, e que não costumam ser muito caras. A princípio, o gasto com elas pode parecer pequeno, mas faz uma diferença enorme no final do mês.

Com isso em mente, reflita sobre a necessidade, por exemplo, de comprar comida na rua se você pode levar um lanchinho de casa para o trabalho ou a escola. Ir a um encontro com amigos por meio de um aplicativo pode ser substituído pelo uso de transporte público, em casos que forem possíveis. Pequenas mudanças fazem a diferença.

Cuidados com os descontos

Outra medida imprescindível é resistir, ao máximo, aos descontos. Esse é o famoso caso do “o barato sai caro”, em que parece que você está fazendo um bom negócio, mas que pode se voltar contra você. Em muitos casos, esses descontos resultam em compras não planejadas, acabando com a economia feita.

Os descontos envolvem produtos e serviços, dos mais baratos aos mais caros. Já se deparou com o “Pague 3 leve 4” no supermercado? Achou atraente o desconto de até R$ 10,00 no aplicativo? A loja de roupas está com um desconto de até 60%? Antes de se render à tentação, repense a necessidade desse gasto.

O perigo é igualmente danoso nos descontos envolvendo itens mais caros, como smartphones e notebooks, ou de grandes investimentos, como imóveis e carros. O valor abatido pode até  ser generoso e tornar o custo-benefício vantajoso, mas a compra de produtos assim nunca envolve quantias pequenas.

E são nesses casos em que se recorre ao parcelamento. Claro que, no caso de carros e moradias, existe a questão de negociação das taxas feitas pelo financiamento. Mas, nos demais exemplos, serão parcelas grandes que se tornarão fixas pelos próximos meses, sendo que o não pagamento delas só piora a situação.

A questão, portanto, é sobre planejar esses gastos, e ter consciência de como geri-los. Converse com toda a família sobre a importância de controlar o orçamento, anote as despesas e esteja sempre atento aos vencimentos das contas para não deixar nada atrasado.