Comportamento pandêmico da Covid-19 em Pernambuco: medidas de frequência
Por Rayanne Bandeira Ramos de Araújo | 14/03/2023 | SaúdeResumo
A COVID-19 causada pelo SARS-CoV-2 detectada a princípio em Wuhan, China, no final de dezembro de 2019, foi rapidamente declarada uma pandemia que desencadeou na maior crise sanitária e hospitalar da história do país. O presente estudo tem como objetivo análise dos indicadores epidemiológicos através dos coeficientes de prevalência, incidência, letalidade e mortalidade da covid-19 no estado de Pernambuco durante o período de março de 2020 a março de 2022, onde as estimativas repetidas dos indicadores de saúde informam as tendências de trajetória da doença e orientam no processo de tomada de decisão relacionado ao controle da disseminação do vírus e seus impactos socioeconômicos. Palavras-chave: COVID-19. Pernambuco. Pandemia. Incidência. Prevalência. Mortalidade. Letalidade.
Introdução
A pandemia da COVID-19 que surge em 2019, causado pelo vírus SARS-CoV-2 ou Novo Coronavírus detectado a princípio na província de Wuhan na China, transformou-se rapidamente em uma emergência de preocupação global, com impacto e repercussões social, econômicos, culturais e históricos. Onde mesmo com os esforços para impedir a propagação da doença nos demais países, o rápido aumento de casos notificados fez a organização mundial da Saúde (OMS) declarar oficialmente em 11 de março 2020 uma pandemia (SENHORAS, 2020). Contabilizando em abril do mesmo ano, registrou cerca de 3 milhões casos notificados e 206 mil óbitos pela doença foram registrados em todo o mundo (SOUZA,2020). No Brasil, a pandemia resultou na maior crise sanitária e hospitalar da história do país (REDE BRASIL ATUAL, 2022), a velocidade da disseminação do vírus causou danos não só na saúde da população mas também socioeconômicos, como na saúde mental da população em tempo de confinamento e obstáculos no acesso a bens essenciais de saúde e abastecimento. Em busca de reduzir o contágio do vírus, o Ministério da Saúde (MS) atuou de maneira previa aos primeiros casos confirmados, através da elaboração de planos de contingência para o enfrentamento da epidemia e monitoramento epidemiológico dos casos suspeitos no país. Em 3 de fevereiro de 2020, o MS através da portaria nº 188, “Declara Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional conforme Decreto nº 7.616, de 17 de novembro de 2011” (BRASIL, 2020 p.1). Também sendo criado o Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública (COE-COVID-19) com o objetivo de coordenar as ações do MS com o Sistema Único de Saúde (SUS) (OLIVEIRA et al, 2020). Segundo dados, o primeiro caso diagnosticado no país era um paciente de 61 anos que retornou de uma viagem à Itália, em 26 de fevereiro de 2020 em São Paulo. No qual, desde o primeiro caso registrado até dezembro de 2021, a pandemia evoluiu e atingiu a marca de 22.184.824 casos confirmados e já provocou 616.691 mortes no país (COVID SAÚDE, 2021). De acordo com Senhoras (2020) epidemias e pandemias fazem parte de um mundo cada vez mais globalizado, provocando uma série de vulnerabilidade ou sensibilidade aos Estados Nacionais, que eventualmente em razão da grande circulação de pessoas podem se tornar pandemias internacionais. Outro ponto considerado pelo autor, são os impactos do novo coronavirus no cenário econômico mundial onde causaram repercussões econômicas assimétricas, tanto de natureza transescalar, quanto de natureza intertemporal. O caráter transescalar refere-se a forma como todas as regiões do mundo foram afetadas pelo surto de COVID-19, ocasionando impactos negativos ao mercado financeiro e na produção e consumo em função do desabastecimento das cadeias de produção de produtos chineses. Enquanto o caráter intertemporal, pode ser entendido em razão dos efeitos provocados pelo vírus no curto e longo prazo, afetando diretamente o abastecimento de microeconomias e a aceleração de macroeconomias internacionais como dos EUA e da China. Nesse cenário, com a velocidade da disseminação do vírus e incertezas científicas estabeleceramse conflitos nas estratégias para contenção da crise sanitária no Brasil pelas lideranças das gestões de saúde, conflitos esses que ocasionou na decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em conceder a competência a estados e municípios na elaboração de medidas de contenção baseados na vigilância e controle das informações epidemiológicos de cada região, conforme a recomendação técnica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) (SOUZA, 2020). Assim, computar os números de casos com sintomas leves a graves e assintomáticos de COVID19 é fundamental para interpretar as respostas epidêmicas locais e avaliar as estimativas epidemiológicas da doença. Desse modo é possível identificar a trajetória dos casos registrados que norteiam as tomadas de decisão relacionadas ao controle da disseminação do vírus (PIZZICHINI et al, 2020). O estudo realizado por Gouveia (2020), com o objetivo de avaliar os coeficientes de incidência e de letalidade da COVID-19 no Ceará, a partir da análise de séries temporais quinzenais relativos à doença SARS-CoV-2, obteve como resultado quanto à incidência da doença uma predominância da faixa etária entre 20 e 59 anos no quantitativo de casos notificados, não havendo diferença quanto a incidência por gênero. Sob o mesmo ponto de vista Moura et al (2020) analisou o perfil epidemiológico em Santa Catarina, e encontrou que as maiores prevalência e incidência foram detectados entre a faixa etária de 20 a 59 anos, grupos nos quais estão mais sujeitos à disseminação e exposição ao vírus, e uma menor incidência nos grupos mais jovem entre 0 e 19 anos. Contudo, a taxa de letalidade por faixa etária mostrouse especialmente significativa entre os mais idosos, em razão da vulnerabilidade e histórico de enfermidades que influenciam nos quadros mais severos da doença. Com isso, esse trabalho realizou um estudo das medidas de frequência em Pernambuco com dados secundários disponibilizados pela Secretaria Estadual de Pernambuco possibilitando descrever as condições de saúde da população no estado. Para a análise dos padrões de ocorrência e distribuição da COVID foram calculados os indicadores de prevalência, incidência, mortalidade e letalidade durante o período de março de 2020 a março de 2022. O desenvolvimento do trabalho contribuiu para a realização de leitura especializada sobre o tema, ter familiaridade com o uso do Excel e tabular informações obtidas por dados secundários para enriquecer o trabalho. [....]