Muitos pais criticam a educação atual, cobrando uma educação de qualidade – mas, quando convocados para uma simples reunião, poucos comparecem.

“É indispensável participar da vida escolar do filho, ensinar o valor da educação e a necessidade de se respeitar o próximo, valorizar o professor, cuidar bem dos patrimônios públicos, pois do contrário a mudança educacional se torna apenas uma distante utopia”.

Aumentar a participação dos pais na vida escolar dos filhos é uma proposta difícil para os educadores. Muitos tutores se dedicam mais ao trabalho e nunca têm tempo para acompanhar o desenvolvimento do filho. Quando convocados, porque assim tem que ser, e, não, convidados, alguns se negam a participarem e até mesmo se recusam a ler o relatório de desenvolvimento do próprio filho, dizendo que farão a leitura em casa, com calma, como se fossem sofrer uma pressão psicológica ao dialogar com o professor sobre a aprendizagem do próprio filho.

Unir família e escola, hoje em dia, é um desafio hercúleo. Nós, educadores, sabemos o quanto é importante para o bom desempenho escolar do filho a participação dos pais em reuniões. É uma pena que estes não consigam compreender essa importância.

“Muitas vezes apostamos que se os pais não querem, não gostam ou não sentem necessidade de participar da vida escolar do filho, deviam ao menos acompanhá-lo em casa, criando uma rotina de estudo diária, mas muitos permanecem “jogando” a responsabilidade aos professores.”

Mas, e aí, como tornar a participação ativa dos pais na vida escolar dos filhos?

Acreditamos que não há outra saída a não ser a conscientização dos pais a se tornarem mais participativos na vida escolar do filho. Quando os pais se envolvem, os filhos aprendem mais, tornam-se melhores e adquirem autonomia necessária para empreender seus sonhos e projetos futuros.

Os pais precisam compreender que, ao serem chamados para uma reunião, não necessariamente o professor vai relatar o comportamento bom ou ruim do filho, mas do seu desenvolvimento e envolvimento na aprendizagem e, ainda, como a escola pode ter esses pais como parceiros na educação dos filhos.

É bom frisarmos que não só a escola tem a obrigação de convocar os pais para uma conversa, mas estes por sua vez devem, também, procurar dialogar com o professor do filho para saber como está o processo de aprendizagem – aliás, é essencial essa troca de informações.

Comprometer-se com a educação, essa é a palavra-chave para sim termos uma educação de sucesso. Esse comprometimento deve estar em prática por todos: crianças, família, educadores, gestores, pois só assim a mudança acontece.

Kédma Macêdo Mendonça, Luciana Rodrigues Maciel e Sibele Silva Leal Rodrigues, pedagogas, são professoras da rede municipal em Rondonópolis-MT.