Tenho 31 anos, 1,73 metros de altura. Com o decorrer dos anos vim aumentando o peso gradativamente. O período em que houve maior aumento do peso foi o da gestação: alimentação inadequada, problemas obstétricos, além da séria tendência a não praticar atividades físicas, elevaram o meu peso até 104 quilos (kg), ou um Índice de Massa Corpórea (IMC) de 34,7, equivalente a obesidade leve, segundo Cardoso e Martins (1998).
É claro que após o nascimento da criança o meu peso reduziu. Amamentei pouco tempo, pela necessidade de retomar os estudos, e descuidei-me do peso. Sempre tive facilidade para aumento e redução do peso (o "efeito sanfona"), mas nunca me preocupei muito com isso.
Até que, em setembro de 2010, após comemorar os sete anos do meu filho, estava escolhendo fotos para imprimir e ...LÁ ESTAVA! Eu! Gorda! Enorrrme!
Nem ousei passar pela balança (há tempos eu havia deixado de frequentar a balança). Nos últimos tempos, confesso que a minha alimentação estava muito errada mesmo: trabalhava em outra cidade e lá ficava o dia todo; na hora do almoço comia (dois!) pasteis numa barraquinha da praça perto da escola. E exercício físico, que é bom, nada!
Resolvi iniciar um regime. Como sou enfermeira e há grande facilidade para obtenção de informações atualmente (nas diversas mídias), comecei fazendo uma restrição alimentar.
CORTEI FRITURAS E REFRIGERANTE NORMAL. Mantive o refrigerante zero para ocasiões especiais.
Decorridos aproximadamente 20 dias, encorajei-me a visitar a balança. Pesei, então, 80 kg. Imaginei que antes do início do regime eu pesava aproximadamente 83 kg, o que equivalia a um IMC de 27,73, ou, excesso de peso.
Em posse dessas informações (idade, peso e altura), busquei na internet uma forma de calcular a taxa metabólica basal (TMB). Encontrei a equação de Harris-Benedict, que pareceu bem confiável.
CALCULEI MINHA TAXA METABÓLICA BASAL
A taxa metabólica basal mostra as calorias que gastamos em repouso. Assim, se ingerirmos menos calorias por dia do que as necessárias para o funcionamento corporal, então passamos a utilizar as reservas corporais para suprir as necessidades. É claro que, para isso, precisei de uma tabela de quilocalorias (calorias) por alimentos.
IMPRIMI UMA TABELA DE CALORIAS.
Com estas novas informações, iniciei o regime propriamente dito: diariamente ingeria 1200 kcal (bem menos do que a minha taxa metabólica basal). Em dois meses já estava pesando 75 Kg (IMC de 24,72). Já havia entrado no peso desejável, mas sabia que poderia diminuir mais o peso.
INICIEI A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS.
Pratico caminhadas regularmente. Naquela época comecei com uma caminhada de 2 Km, e fui aumentando o percurso gradativamente. Meu irmão, educador físico, disse que perdemos aproximadamente 0,7 kcal/kg/km percorridos. Mas como limpo casa, cuido de filho pequeno e trabalho fora ( e não contabilizo tudo isso), então arredondei para 1 kcal/kg/km percorrido. Assim, se pesava 75 kg, a cada quilômetro caminhado eu perdia 75 kcal. Em Dezembro, entre o Natal e o Ano Novo, estava pesando 70 kg (IMC = 23,38) e caminhando 10 km/dia. Estava de férias da escola.
Com o início das aulas, as caminhadas diminuíram, mas mantive firme o regime (de 1200 kcal/dia). Em maio, já estava pesando 63 kg! Ou seja, aproximadamente 20 kg a menos! Era o meu peso de adolescente.
Então...
No mês de junho deixei de vez o regime e a caminhada (já havia perdido 20 kg mesmo...). Quanta inocência! Imaginei que havia me livrado do martírio de regime e exercícios. Em apenas um mês, numa rápida visita à, até então, amiga balança, lá estava a informação cruel, dilacerante, ingrata: havia aumentado 4 kg! Quanta injúria!
Retomei tudo: caminhadas e o velho regime de 1200 kcal. Em trinta dias, aproximadamente, retornei ao peso pretendido: 63 kg (IMC = 21,04).
MANTIVE O REGIME COM MENOR RIGIDEZ E AS CAMINHADAS.
Assim, com o tempo, o excesso de pele vai sendo eliminado, mesmo que aos poucos. A "barriguinha", esta que sobra mesmo depois de reduzir muito o peso, só com abdominal. Eu detesto. No lugar eu danço (dança do ventre), mas mesmo assim, como não danço diariamente, a eficiência é bem menor do que os exercícios abdominais.
Antes do regime minhas calças 44 não me serviam mais, e agora estou usando calças 36. Atualmente estou num regime de 1400 kcal/dia (aproximadamente a minha taxa metabólica basal). Deixo algumas lições que apreendi no meu percurso de emagrecimento.
. Mesmo comendo menos calorias, não descuide dos nutrientes necessários ao corpo. Então, coma verdura, frutas e legumes diariamente.
. Evite (muito!) frituras. Um alimento frito tem o triplo das calorias do mesmo alimento cozido.
. Exercícios físicos são imprescindíveis. Como eu não gosto de academia (me sinto um gatinho na gaiola do petshop), faço caminhadas de 4 a 5 km/dia durante a semana e 10 km/dia nos finais de semana.
. Não perca o cálculo! Mantenha na cozinha um papel com datas e calorias ingeridas. Eu deixo junto uma tabela de calorias e uma calculadora. E não se engane, seja sincero com você mesmo: se comer, marque!
. Beba muita água e chás sem açúcar.
. Aprenda a identificar a fome e a vontade de comer, distingui-las e atender somente aos pedidos da fome. Para tapear a vontade de comer, eu masco chicletes sem açúcar.
. Uma atividade de cunho religioso por semana reduz a ansiedade.
E não esqueçam de me informar sobre o emagrecimento de vocês. Saúde e paz, que do resto a gente corre atrás!

Referência:
CARDOSO, SP e MARTINS, C. Interações droga-nutrientes. Curitiba: Nutroclínica, 1998.

Anexo:
Equação de Harris-Benedict (1998):
. Homens:
GER* = 66,5 + (13,7 x peso [kg]) + (5 x altura [cm]) - (6,8 x idade [anos])
. Mulheres:
GER* = 655 + (9,6 x peso [kg]) + 1,9 x altura [cm]) - (4,7 x idade [anos]).
*GER = Gasto Energético em Repouso.