COMO DESENVOLVER UM RELATÓRIO DA CRIANÇA NA CRECHE

Artigo escrito em colaboração com os educadores:

Francielle Gomes Marculino

Geisa Ferreira Jares

Emanuel Ferreira do Nascimento 

INTRODUÇÃO

Quando se inicia o ano letivo, é de suma importância, que o profissional da educação, comece a registrar as observações relevantes de seus alunos. Pois logo se tornarão um relatório escolar, que é uma ferramenta utilizada para fazer um diagnóstico sobre seus alunos e turmas. E será um grande norteador de estratégias para o educador.                                                                 

Além de conter informações sobre o desempenho da criança, o relatório também trará, detalhes sobre outros aspectos da vida da criança. Informações que serão até mais significativas do que os números no boletim escolar.

O relatório escolar é um importante instrumento, por demonstrar pontos positivos e as que precisam ser melhorados. As famílias também conseguirão acompanhar o processo de ensino e aprendizagem do filho e de certa forma, entender melhor como é o comportamento da criança fora do ambiente familiar.

O documento é normalmente dividido em relatos do comportamento e nos eixos dos campos de experiências: as habilidades desenvolvidas.

 

Seguindo sob a orientação da BNCC (Base Nacional Comum Curricular), é possível se nortear o que é preciso relatar no relatório.

Na idade de creche, as aprendizagens essenciais compreendem tanto comportamentos, habilidades e conhecimentos, quanto vivências que promovem aprendizagem e desenvolvimento nos diversos campos de experiências. Desta forma, a estratégia nos planos segue sempre tomando as interações e a brincadeira como eixos estruturantes.

Redigir um texto descritivo com base nos registros do diário de bordo individual da criança.

 

1. COMO DESENVOLVER UM RELATÓRIO DA CRIANÇA NA CRECHE.

 

Neste artigo, será apresentado uma sugestão de orientação, para fazer um relatório descritivo da criança, seguindo orientações da BNCC e das observações diárias, efetuadas pelos educadores. Lembrando que, não é algo padronizado e nem engessado. Cada unidade, tem suas peculiaridades.

 

1.1 A Introdução deverá ser descrito as propostas de aprendizagens e de desenvolvimento, realizadas no bimestre, trimestre ou semestre, de forma resumida e principalmente daquelas, que as famílias se envolveram.

 

1.2 Apresentação do aluno

Apresentar o aluno positivamente, pois isso mostrará que o educador vê o potencial da criança e que está atento aos seus detalhes, como características específicas de sua identidade.  As famílias, se sentem muito acolhidas, quando inicia uma leitura positiva de seu filho e alivia o que possa ainda estar faltando no desenvolvimento da criança.

É necessário indicar que ele atingiu parcialmente e precisa, ainda, desenvolver tais habilidades no próximo período, pois relatar que não atingiu, é sinal de que o educador não tomou providências para ajuda lo.

É preciso cuidar dos relatos sobre os conflitos que a criança poderá ter se envolvido durante este tempo. Principalmente, quando não deu ciência aos familiares. Jamais deverá ser usado, palavras "taxativas".

A produção de um relatório, está diretamente ligado ao processo de avaliar o aluno. Segundo Bronckart (1997), diz que o ser humano ao interagir no mundo, avalia o outro, constantemente e, igualmente, é avaliado. Essa ação revê inclusive o modo de agir do indivíduo com base nas avaliações do outro.

 

1.3 Desenvolvimento

Serão elencadas as aprendizagens alcançadas e as habilidades relacionando-as a cada campo de experiências.

Essas experiencias, seguem de teorias comportamentais cientificamente pautados nos estudos teóricos de Vygotsky (1930, 1934), por exemplo.  

Segue um modelo de alguns campos de experiências, que poderão ser respondidos se a criança desenvolveu ou foi parcialmente desenvolvido.

Brinca e interage com crianças da mesma faixa etária, de outras faixas etárias e com adultos.

Demonstra atitudes de cuidado e solidariedade na interação com crianças e adultos.

Explora e organiza os objetos e espaços com outras crianças e adultos.  

Explora os espaços do cotidiano, com curiosidade.

Participa de brincadeiras e ações coletivas.

Participa de brincadeiras e ações em pequenos grupos.

Comunica desejos, necessidades e emoções.

Comunica-se com os colegas e os adultos, buscando compreendê-los e fazendo-se compreender.

Nas brincadeiras e interações com crianças de diferentes idades e adultos, respeita regras e normas sociais.

Explora formas de deslocamento no espaço (pula, salta, dança, corre, agacha e outros).

Participa de atividades de brincar com o próprio corpo.

Cria movimentos, gestos, olhares e mímicas em brincadeiras e atividades artísticas. 

Apresenta coordenação para desenhar, pintar, rasgar, folhear, entre outras.

Produz, ouve e imita sons com o corpo: bate palmas, bate os pés, tosse, espirrar, grita, cochicha, gargalha.

Organiza brincadeiras apoiando-se em objetos, brinquedos ou acessórios.

Escuta com interesse música de sua cultura local.

Escuta com interesse música de diferentes culturas.

Participa de brincadeiras cantadas, canções, músicas e melodias.

Traça marcas gráficas em diferentes suportes, fazendo uso de diferentes recursos.

Expressa livremente emoções, necessidades e ideias através de suas produções artísticas, danças e brincadeiras.

Utiliza materiais variados com possibilidades de manipulação (argila, massa de modelar, melecas), explorando cores, texturas, superfícies, planos, formas e volumes.

Aprecia a leitura de imagens, desenhos, esculturas entre outros.

Reconhece quando é chamado pelo seu nome e identifica os nomes de pessoas do seu convívio.

Reconhece semelhanças e diferenças entre o seu nome e o dos colegas.

Demonstra interesse ao ouvir a leitura de histórias, poemas, parlendas.

Demonstra interesse em dramatizar e contar histórias.

Identifica elementos das ilustrações de histórias ou outros suportes.

Pergunta e responde sobre fatos de histórias lidas ou narradas.

Relata experiências e fatos acontecidos.

Reconhece e identifica alguns odores.

Reconhece e identifica cores.

Reconhece e identifica alguns sabores.

Identifica temperatura.

Identifica texturas.

Identifica nos espaços objetos, formas e tamanhos.

Identifica objetos, a partir de cores.

Identifica relações espaciais (dentro e fora, em cima, embaixo, acima, abaixo, entre e do lado)

Observa, relata e descreve incidentes do cotidiano e fenômenos naturais (luz solar, vento, chuva etc.).

Compartilha, com outras crianças, situações de cuidado de plantas nos espaços da instituição.

1.4 Fechamento

Ressaltar que a criança, está em seu desenvolvimento conceitual, indicando a possibilidade de que ela adquirirá novos aprendizados a frente.

E quando houver uma criança, que o educador observou indicativos de que seja possível de um especialista, sempre reforce os pontos de desenvolvimento que não foram alcançados, e verbalmente sugira a família procurar ajuda necessária.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

É necessário ter muita segurança em relação ao que se dirá no relatório, e diante disso, deve-se fazer a releitura para entregá-lo. Estar atento aos erros ortográficos e a coerência do texto.

Os relatos redigidos, precisam estar coerentes com o que for falar aos familiares e o documento precisa encher os olhos, pois ele demonstrará o quanto o educador é cuidadoso e zeloso com o seu aluno.

 

 

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

 

BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. (Trad. Michel Lahud e Yara Frateschi Vieira). 8.ed. São Paulo: Hucitec, 1997. BRAIT, B. Melo, R. Enunciado/ enunciado concreto/ enunciação. In: BRAIT, Beth (org.). Bakthin: conceitos-chave. São Paulo: Contexto, 2005. BRASIL.

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VYGOTSKY, L. S.. Pensamento e Linguagem. (Trad. Jefferson Luis Camargo) – 3ª ed. São Paulo: Martins Fontes. 1987.

VYGOTSKY, L. S. Formação Social da Mente. (Trad. José Cipolla Neto Luis Silveira Menna Barreto, Solange Castro Afeche)