RESUMO

A pesquisa feita por meio de bases bibliográficas em livros e projetos, tem como objetivo refletir o papel da gestão educacional em conjunto com os professores, a fim de fornecer uma formação continuada aos meios para trabalhar temas de sexualidade infantil e o ensino sexual em sala de aula, pretendendo também, apresentar os problemas que podem acarretar aos alunos quando temas como esse são trabalhados de forma erronea e/ou de maneira repreensiva.

INTRODUÇÃO / JUSTIFICATIVA– TEMA E PROBLEMATIZAÇÃO

O conceito de gênero foi criado em oposição a sexo, para questionar a construção de que o biológico é o destino, e isto sugeria uma descontinuidade entre corpos sexuados e gêneros culturalmente construídos. Depois, o gênero deixou de ser visto apenas como diferença sexual e passou a ser considerado como categoria múltipla e relacional que alcança códigos linguísticos institucionalizados e representações políticas e culturais, o que deu ao estudo de gênero um caráter ideológico.

O psicanalista norte americano Robert Stoller, que introduziu a distinção entre sexo e gênero na psicanalise, isola os aspectos da psicossexualidade que, para ele, são "independentes" do biológico: gênero. Para isso, ele parte do que Freud chama de "caracteres sexuais mentais” (atitude feminina ou masculina), que são, até certo ponto, independentes dos caracteres sexuais físicos e do "tipo de escolha de objeto" (Freud, 1920).

Primeiro, devemos partir do conceito de que a sexualidade é dividida em três partes: a identidade de gênero, a orientação sexual e o sexo biológico. A identidade de gênero é a forma como o indivíduo enxerga a si mesmo, a qual gênero ele se vê pertencente: homem, mulher ou os dois, como são os casos de travestis. A orientação sexual indica pelo que se sente atração: homossexual, bissexual ou heterossexual. E o sexo biológico, que é o que sua genitália e cromossomos indicam: macho, fêmea ou intersexual.

O Transtorno de Identidade de Gênero começa a ser percebido na infância, quando as características físicas ficam mais evidentes. Muitos não conseguem entender o que estão sentindo, e acabam sofrendo com o preconceito e com a falta de acolhimento no ambiente social a qual pertencem. Por isso, sofrem mais também de depressão e de ansiedade.

O relacionamento social da criança tem como alicerce as interações sociais, de acordo com Aranha (p.69/70): “é no cenário das relações sociais interpessoais que se dá à apreensão do real, a construção do conhecimento, o desenvolvimento do homem, e a construção da subjetividade e da própria sociedade”; Relações que começam desde muito cedo com a família, depois grupos de vizinhos e futuramente o grupo escolar constituído pelos colegas, professores e até mesmo os funcionários. Ao longo do tempo experiências e valores culturais vão sendo compartilhados entre as crianças e o grupo contribuindo na formação da identidade do indivíduo.

O tema sexualidade possui vários significados na vida de todos nós. A orientação sexual é recomendada pelo MEC, na abordagem de diversidade e gênero. Tal tema não possui apenas um caráter informativo, como sugerem os PCNs, mas, sobretudo um efeito de intervenção no interior do universo escolar. Compreendido como uma função transversal que atravessa fronteiras disciplinares, ele se dissemina por todo campo pedagógico e funciona de forma a expandir seus efeitos em domínios dos mais heterogêneos. Os PCNs orientam para que a escola, através de práticas pedagógicas diversas, venham a construir e mediar a relação do sujeito consigo mesmo, de modo que o individuo passe a ter a si mesmo como objeto de cuidados. É necessário que seja abordado o tema sexualidade com os alunos através de mecanismos, metodologias e práticas que visam a produzir sujeitos autodisciplinados no que se refere à maneira de viver sua sexualidade (BRASIL, 2006).

Ao tratarmos do tema "Sexo e Sexualidade" nas escolas um dos principais problemas que se encontra é a falta de dialogo e da convivência dos pais à realidade de seus filhos, por varias razões vindas do próprio ambiente familiar (falta de conhecimento por parte dos pais, religião, preconceito, etc.) é notado que a melhor maneira de formar cidadãos conscientes é no âmbito escolar.

Um método que é de extrema importância para que os professores consigam trabalhar qualquer tema com os alunos é a participação da coordenação da escola, ajudando a delinear as ações, estratégias, temas e eventuais projetos a serem trabalhados com os alunos.  Segundo  as funções da coordenação pedagógica podem ser sintetizadas em: planejar, coordenar, gerir, acompanhar e avaliar as atividades pedagógico - didáticas curriculares da escola e sala de aula.

"A escola apresenta muita dificuldade no trato da orientação sexual e gênero, mostrando-se muitas vezes perdida e insegura diante das cenas que não estão presentes em seus manuais” (GROSSI, 2005, p.53). Assim entende-se que a escola acaba por se transformar em um local de desigualdades e injustiças, pois professores não sabem lidar com os diferentes questionamentos feitos, pela falta de colaboração da coordenação e nos leva à necessidade de uma melhor formação e preparação destes.

As praticas sociais só serão mudadas através de ações daqueles que tem compromissos com a educação, com a implementação e desenvolvimento de ações que potencializem a transformação e desenvolvimento da realidade social. Para trabalhar com o processo formativo das crianças, que inclui a descoberta do seu próprio corpo e de sua sexualidade, o profissional deve ter conhecimento prévio de questões a serem trabalhadas e amparo da direção, amparo que só é possível através de estratégias criadas na formação das aulas e projetos que serão trabalhas, durante a reunião do ATPC na escola.  E seu texto, Sarton (p. 43-45) diz que cada envolvido deve participar do processo de diagnostico da situação da escola, do planejamento, execução e avaliação do que for ser implantado sobre a questão discutida.

A pesquisa aqui apresentanda pretende refletir o papel do profissional da educação ao lidar com o ensino de educação sexual  no universo escolar, mostrando suas dificuldades ao trabalharem com temas como sexo nas escolas. Mostrar como a má formação continuada dos professores reflete na forma de trabalhar esses temas com os alunos na escola, e de que maneira a gestão escolar pode auxiliar nessa questão a fim de diminuir impactos que podem ocorrer futuramente.

Neste sentido, temos como problema de pesquisa: Como a gestão escolar participativa pode trabalhar em conjunto com os professores para sanar a má formação inicial dos mesmo, visando o trabalho com os alunos em sala de aula? [...]