Introdução

Esta resenha informa do roteiro sobre o qual se debruça o análise do discurso real a diplomacia marroquina e todas suas componentes, em virtude das novas tendências, não é mais possível nesta próxima etapa a diplomático oficial desempenhar o seu papel por si só, tornou-se necessário envolver  todas as diplomacias notadamente as paralelas para traduzir essas tendências ao invés de continuar a adotar o compasso anterior.

 No que diz respeito á relação com Argélia, certas passagens do discurso confirmam   que Marrocos vai entrar numa fase crucial e passar a ataque ao invés da defesa, confirmando que Argélia não  é neutra no diferendo sobre a questão do Saara, envolvida em compra de votos e suborno de responsáveis  das organizações internacionais de direitos humanos para a emissão de relatórios hostis a Marrocos.

Nesta crise entre Marrocos e Argélia após o dicurso feito por Argélia criticando direitamente o governo marroquino o que levou o Ministro dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Salaheddine Mezouar a chamar para consultação  o embaixador do Reino de Marrocos em Argel, além de uma série de reuniões com os embaixadores dos países membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, o chefe da delegação da UE e os embaixadores dos países membros dos grupos árabe e Africano credenciados junto a Rabat.

 Crise Marrocos / Argélia: Ministro Mezouar convoca embaixadores a Rabat

Um comunicado lido pelo Ministro da Comunicação, Porta-voz do governo, Mustapha El khalfi, quinta-feira (07/11/2013) em Rabat,  informou que Mezouar  tinha organizado  uma série de encontros com os embaixadores dos países membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, o chefe da delegação da UE e os embaixadores dos países membros dos grupos  árabe e Africano, acreditados em Rabat, dedicando a esta crise.

Em sua apresentação sobre os últimos desenvolvimentos das relações marroco- argelinas, o ministro disse que a campanha hostil do Argel contra Marrocos atingiu o seu clímax com a mensagem dirigida em 28 de outubro em nome do chefe de Estado argelino, Abdelaziz Bouteflika na reunião de Abuja, contendo as contra-verdades, uma hostilidade manifestada ao encontro do Reino de Marrocos, são graves provocações, consideradas irresponsáveis e inaceitáveis denotando que Argélia é parte  do diferendo sobre o Saara.

Em vez de inscrever-se activamente e seriamente na busca de uma solução política, Argélia optou a concentrar-se sobre questões secundárias e esquemas contra o processo de negociação em curso e o status quo na região, segundo o ministro marroquino  isso não desviará o povo argelino de seus problemas internos, nem de suas preocupações reais e legítimas aspirações.

 E de sublinhar que a atitude indesável e atos provocativos recorrentes da Argélia estão em desacordo com a vontade sincera de Marrocos que busca restabelecer relações bilaterais fraternas, fundadas na cooperação e na boa vizinhança, notadamente á consecução da integração do Maghreb e da região contra os multiplos desafios.

Mezouar explicou ainda que a decisão marroquina de retirar seu embaixador para consultas foi feita após uma série de ataques e provocações argelinas contra o Reino, relativo á questão do Saara marroquino, aos direitos humanos e distúrbio de percepção da realidade dos responsáveis da mídia oficial e do país vizinho.

Apesar de ter informado da retirada do embaixador, as representaçoes diplomáticas maroquinas em Argélia continuam normalmente suas actividades sob a supervisão de um encarregado de negócios.

Neste clima de atenção e de preocupação de ver algumas partes  conspirar contra Marrocos, o discurso do Rei Mohammed VI pelo 38 º aniversário da Marcha Verde foi neste sentido  para exprimir a posição do Soberano e de todos os marroquinos vis -à-vis das posições hostis adotados por algumas das partes na questão do Saara marroquino.

O discurso muito aguardado abordou o Saara, em um contexto marcado pela escalada nas relações marroco-argelinas como resultado das ações do regime de controle na Argélia, mais direto, mais explícito com um tom mais firme, o discurso real confirma a nova direcção de discursos do Rei dos últimos meses.

O Soberano, neste sentido, referiu-se ao uso do dinheiro e da concessão de benefícios por opositores do Marrocos para comprar votos e posições de algumas organizações hostis ao Reino , salientando sobre o desperdiço desta forma da riqueza e dos recursos de um país irmão, considerando que isso não é um problema, mas permanece como um obstáculo à integração do Magrebe .

O Rei Mohammed VI denunciou estas manobras deflagrantes contra Marrocos, face ás conquistas em direitos humanos, no desenvolvimento e na causa da integridade territorial. Alguns estados contentam-se para confiar os cuidados aos funcionários para acompanhar a situação no Marrocos,  no entanto, alguns deles mal-dispostos para com o país ou influenciados pelas teorias dos adversários adotam medidas injustas.

E eles vêem , às vezes , infelizmente, na elaboração de documentos e relatórios falsos que os responsáveis definem algumas de suas posições . Mas apesar de todas essas atitudes, os marroquinos ligados em torno de sua monarquia, continuam comprometidos com a integridade territorial do país.

SM o Rei tem dito nesta mesma linha que o povo marroquino é distinguido pelo seu inabalável unanimidade em torno da sua integridade territorial disposto a fazer qualquer sacrifício em prol do Saara e pelo qual todos nós somos autores.

Este  discurso deixa bem cláro a posição de Marrocos e dos marroquinos sobre as províncias do sul, denunciando toda chantagem sobre a questão dos direitos humanos. Bem como o seu direito e legitimidade da sua primeira causa nacional, recusando a tomar lições sobre a questão dos direitos humanos, especialmente por parte daqueles que os violam sistematicamente.

" Qualquer um que queira julgar Marrocos tem que ir para Tindouf e observar em muitas áreas ao redor os danos e prejuízios aos direitos humanos os mais elementares".

Em seu discurso, Sua Majestade o Rei garantiu que apesar das tentativas desesperadas dos adversários que visam minar a reputação e a soberania de Marrocos, o Reino continuará a prosseguir a sua cooperação com o Secretário- Geral da ONU, seu enviado pessoal e para com os países amigos. O objetivo desta escolha feita por Marrocos visa  encontrar uma solução política duradoura para o conflito artificial sobre a integridade territorial, no contexto da Iniciativa da autonomia proposta pelo reino de Marrocos conhecida por sua confiabilidade, credibilidade e espírito realista. " Não temos a intenção de hipotecar o futuro de nossas províncias do sul e subordiná-las ao desenvolvimento. Em detrimento disso, nós vamos continuar a nossa ação em prol do desenvolvimento integrado ", prometeu a Sua Majestade o Rei .

 A Argélia persiste com sinais e prossegue sua estratégia que visa enganar a opinião pública argelina e internacional.

Em um comunicado do Ministério argelino dos Negócios Estrangeiros, Argel sopra o quente e o frio expressando como sempre  seu pesar e qualificando a decisão de Rabat retirar seu embaixador para consultas de uma atitude " injustificada".

Esperava-se que o regime argelino considera a mensagem da decisão marroquino sem ignorar o ódio e a hostilidade dos militares que atiram as cordas por trás de um presidente argelino num estado de saúde debilitado.

Com este comunicado, é claro que Argel tem optado por escalar níveis de tensão, alegando que a decisão "é baseado em motivos falsos e préjudiciais e atentadores a soberania da Argélia." Mas o que é certo é que o regime argelino desde décadas gasta bilhões de dólares para minar a integridade territorial de Marrocos sob pretextos que o regime militar defende em termos a descolonização das províncias do sul .

O que lembra, a justo titulo, o Primeiro Secretário do Partido da Uniao Socialista das Forças populares (USFP), Driss Lachgar em um comunicado a MAP: "O que Argélia tem expressado tanto em Abuja, através da imprensa, ou no nivel de seu comportamento popular ou oficial, não fez nenhuma surpresa dentro da USFP, porque essa hostilidade perdurou por vários anos ".

O governo argelino não pará de repetir que os separatistas Polisario constituem um movimento de independência mas ao mesmo tempo alega que  Argélia não faz parte  do conflito do Saara marroquino. Isso não engana, portanto, ninguém, porque todo mundo sabe que a Polisário é uma criação do regime argelino sob o governo anterior de Boumediene e do bloco comunista. Na verdade, o discurso do Bouteflika lido a Abuja é uma reconfiguração da estratégia belicosa de Argel contra a integridade territorial de Marrocos baseada sobre quatro nucleos principais:

primeiro, o aumento significativo de ajuda direta e indireta aos separatistas argelinos para tentar desestabilizar o país do interior após as falhas constatadas na diplomacia argelina no planointernational. 

Segundo o avanço da diplomacia real em África registrou um ponto positivo contra a falsa política do regime militar argelino. 

Terceiro Argélia procura com esta nova estratégia desviar a atenção da guerra silenciosa de sucessão que se accentua em torno de Bouteflika entre diferentes partidos e diferentes interesses. Sem esquecer que o regime militar em Argélia nunca tolerou um vizinho muito performante e empreendedor economicamente e concorrente  nos mercados africanos.

Quatro o avanço de investidores marroquino na África não tem os favores da « Mouradiya». Para isso, os militares acreditam que apenas uma superioridade militar pode fazer a diferença. O compromisso em um processo democrático e de boa vizinhança é capaz de infundir o crescimento econômico na região e proporcionar um bem- estar aos povos do Magrebe.

Isso explica porque nas últimas décadas, Alger se lançou num armamento cujo custo é fenomenal, ignorando a melhorar as condiçoes de vida dos argelinos cuja boa parte deles sofre com a miséria, accentuando o fosso entre o povo e o regime argelino que não  cessa de aprofundar-se a pergunta que se levanta sim o conflito com o vizinho constitui um benefício para fazer esquecer essas desigualdades e problemas internas.

 Conclusão

Foi durate a manifestações em frente ao consulado da Argélia em Casa Blanca, Marrocos, em 1 de novembro, que um manifestante alingiu o emblema nacional, coincidindo com a celebração do 59º aniversário do início da guerra de libertação dos argelinos, tal atitude foi suficiente para colocar mais lenha na fogueira ás relações diplomáticas entre os dois países dos últimos dias. No centro do fogo cruzado diplomático entre o presidente argelino Abdelaziz Bouteflika e o Rei de Marrocos Mohamed VI  tiros, a eterna questão do Saara Ocidental.