Coisas de Marina

 Por que escondo esse amor que me consome, que me faz triste, que me faz implorar em pensamento que você me queira? Por que, se sei que não é possível, que não pode ser? Por que me enganar, dando a ele um nome, o seu nome, sem sequer saber o real motivo? O que eu quero é amar  para ter com quem falar, a quem desejar, ter um corpo para abraçar em pensamento, para beijar a cada momento, para dançar, andar de mãos dadas, caminhar abraçados, sublimando tudo, vivendo uma fantasia de final de vida, para segurar-me no aqui e agora...                                                                          Mas, quem é você que eu digo, quero e penso amar e que não me quer? Será que o escolhi sabendo que não daria em nada, ou arrisquei, desejando que você me quisesse, você me amasse e me desejasse na proporção exta do meu querer, do meu desejar? Quem é você que é só um sonho?                                                          Quais são seus gostos, seus hábitos, seu modo de ser? Quais, se eu que amo tanto não sei?                                                              Que tipo de filme você gosta, que tipo de livro você lê? Quais, se eu que amo tanto não sei?                                                                    Como é o seu sono, como você gosta de dormir? Nu, seminu, de pijama? Você dorme de lado, de costas ou e bruços? Você é do dia ou da noite? Acorda de bom humor ou não? Como, se eu que amo tanto, não sei?                                                                                     Você toma banho pela manhã ou á noite? Seu banho é demorado? Você canta enquanto se banha? Gosta de e fazer perfumado? Como, se eu que amo tanto não sei?                                                   Como você se comporta diante da tristeza, da dor, da felicidade, da alegria, da frustração, do amor não correspondido, do romance acabado, de uma amizade desfeita, mal interpretada? Como se eu que amo tanto não sei?                                                                       O que é que o deixa enraivecido, com vontade de brigar, de quebrar tudo, ou de ficar quieto em um canto, a remoer sua raiva? O que, se eu que amo tanto não sei?                                                                  Qual é a sua comida predileta? Você prefere doce ou salgado? Qual, se eu que amo tanto não sei?                                                      Quais são os seus sonhos e desejos, por que e por quem você luta? Quais, por que, por quem, se eu que amo tanto não sei?                    Você gosta de tomar a iniciativa de um novo começar ou prefere que lutem por seu bem querer, por seu amor, por seu desejar? O que, se eu que amo tanto não sei?                                                           Como você se comporta em sociedade? Você tem hábitos, fineza de postura, de proceder? Como você se comporta à mesa? Como, se eu que amo tanto não sei?                                                           Como você age quando ama intensamente, quando deseja alguém que não o quer? Como, se eu que amo tanto não sei?                      O que faz com que você queira que o dia amanheça? O que, se eu que amo tanto não sei?                                                                       O que fazer para que você se torne real e me queira? O que, se eu que amo tanto não sei?                                                                       O que fazer para esquecê-lo, se nem sequer começamos nada e nada temos para terminar? O que, se eu que amo tanto não sei?Será, que o que eu sinto é amor, carência, desejos sublimados ou sonho o sonho que projetei em você, meu bem querer? Será, que eu que amo tanto não sei?                                                                 Quem é você com quem resolvi amar, fantasiar o desejo de amar e não ser amada, fantasiar um amor sufocante, que asfixia, tolhe meus movimentos? Quem, se eu que amo tanto não sei?                         Por que dei o seu rosto e o seu nome a esse amor que só eu vivo e que poderia ter tido outro rosto, outro nome e que seria vivenciado do mesmo modo, fosse lá quem fosse, pois tudo só é fantasia? Por que, se eu que amo tanto não sei?                                                   Por que será que isso aconteceu comigo, que estava quieta em meu canto, vendo e sentindo a vida passar? Será que foi o perceber que a vida é curta e é preciso vivê-la, curti-la, enquanto é tempo? Por que, se eu que amo tanto não sei?                                                  Por que passo o meu tempo a imaginá-lo com alguém, esperando a dor que não vem, pois você não é real como quisera que fosse?         Você habita meu imaginário, meus sonhos mais gostosos, faz parte de meu dia a dia, do meu sol, da minha lua...                                   Por que passo dia e noite, com o peito apertado, só pensando em você que penso amar e sequer sei que o que penso possa ser nomeado?                                                                                              Eu... Eu acho que não sei meu amor... Amor que rima com dor. Com a dor de sequer ter sido possível... Possível de se transformar no mais belo sonho de amor que sonhei...