CLASSIFICAÇÃO DE RISCO EM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

RESUMO

O objetivo do presente artigo é discutir acerca dos desafios do profissional de saúde na prática do acolhimento com classificação de risco em urgência e emergência, de acordo com o que diz a literatura atual existente. Em termos de materiais e métodos, trata-se de um estudo do tipo descritivo, exploratório, a partir de uma análise integrativa da literatura disponibilizada em bibliotecas convencionais e, também, virtuais. Consultaram-se estudos voltados aos desafios do profissional de saúde para atuação no acolhimento e classificação de risco nos serviços de urgência e emergência, tomando como base de dados livros, monografias, dissertações de mestrado e periódicos das bases Scielo, LILACS, MedLine e PubMed. No que se refere aos resultados, foi realizada uma análise de conteúdo dos dados, acerca dos desafios do profissional de saúde para atuar no acolhimento e classificação de risco nos serviços de urgência e emergência. Pôde-se notar que os serviços de emergência se configuram como a porta de entrada de grande número de usuários que, por vezes, vêm identifica-los como resolução rápida de seus problemas. Tal demanda crescente se torna cada vez mais complexa, pois, além de provocar a superlotação das emergências, acarreta ainda outros problemas mais sérios desvendados ao longo da pesquisa. Conclui-se que a classificação de risco se refere a um meio para humanização do atendimento nas unidades de urgência e emergência, uma vez que reduz o tempo de espera, diminuindo as filas de pacientes e melhorando a qualidade do ambiente de trabalho dos profissionais. Ressalta-se que o sucesso da classificação de risco dependerá sempre da ação e do comportamento dos sujeitos e do coletivo envolvido.
Palavras-chave: Classificação de risco. Emergência. Urgência

1 INTRODUÇÃO

Compreende-se que o acolhimento com classificação de risco se caracteriza pelo acolhimento à demanda através de critérios de avaliação de risco, de maneira a garantir o acesso referenciado aos outros níveis de assistência. Uma vez que o paciente é acolhido e encaminhado ao atendimento por ordem de chegada, sem que se estabeleçam critérios clínicos, pode-se entender que o panorama de superlotação dos serviços pode se agravar, sem contar a própria situação de saúde-doença do paciente (FEIJÓ, 2013). Segundo Nascimento et al. (2013), uma das principais metas da classificação de risco é justamente evitar que profissionais não qualificados venham a realizar o acolhimento e a avaliação inadequada dos pacientes-usuários. Os profissionais de saúde têm sido indicados para avaliação e classificação do risco dos pacientes que buscam pelos serviços de urgência, devendo sempre ser orientados por um protocolo direcionador. A grande busca por atendimento nos serviços de urgência e emergência hospitalar apresenta diversas causas, podendo estar atreladas ao aumento de acidentes de trânsito, da violência urbana, das questões socioeconômicas, da escassez de leitos para que sejam internados em rede pública, do aumento da longevidade da população, bem como devido à falta de agilidade e de resolutividade por parte dos serviços de saúde, isto é, a uma estruturação da rede que se mostra insuficiente (GARLET et al., 2016, VALENTIM; SANTOS, 2013). Ainda de acordo com Nascimento et al. (2013), trata-se de aspectos que vêm levando à procura ao atendimento nas urgências e emergências, não apenas por pessoas em situações que cabem em tal contexto, mas também por aquelas em condições de saúde não tão graves, que, juntas no mesmo ambiente, tendem a dificultar a visualização e o estabelecimento de prioridades no atendimento. Ademais, isso tem a possibilidade de gerar sobrecarga de trabalho à equipe de saúde que promove o atendimento e, consequentemente, à prática das ações mecanizadas, sendo estas desprovidas de humanização. Tal panorama levou o governo federal a uma reorganização e normatização do atendimento aos pacientes nos serviços de urgência e emergência, ao redor de todo o território nacional. Trata-se da estratégia denominada como Acolhimento com Classificação de Risco (ACR), proposto pela Política Nacional de Humanização (PNH), que foi criada no intuito de ampliar o acesso e diminuir as filas e o tempo de espera para atendimento (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013). 5 Segundo Oliveira e Guimarães (2013), a política em questão tem como meta reduzir o risco de mortes evitáveis, promovendo extinção das conhecidas “triagens por porteiro” ou por profissional não qualificado, priorizando os pacientes conforme critérios clínicos, não mais por ordem de chegada. Entende-se que, no serviço de emergência, o ACR se configura como uma das ações extremamente decisivas para que seja viável reorganizar e implementar a promoção de saúde em rede. Envolve os seguintes aspectos: ampliação do acesso sem que sobrecarregue a equipe e sem que se prejudique a qualidade das ações; superação da prática tradicional, centrada na exclusividade da dimensão biológica, ao interagir profissionais de saúde e pacientes-usuários; reconfiguração do trabalho médico, de modo a integrá-lo no trabalho da equipe; transformação dos mecanismos de trabalho nos serviços de saúde, de maneira a aumentar a capacidade dos trabalhadores na distinção e identificação de riscos e agravos, adequando à resposta satisfatória sem que se extrapolem as competências vigentes ao exercício profissional de sua categoria (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013). Para Souza e Bastos (2014) nesse processo, todos os profissionais de saúde e instituições são responsáveis pela busca de uma relação que se mostre acolhedora e humanizada em relação aos usuários que buscam pelo serviço. Em tal panorama, pode-se dizer que o artigo em questão diz respeito a uma revisão bibliográfica, com a meta de tornar evidentes os desafios do profissional de saúde na prática do acolhimento em urgência e emergência com classificação de risco, de acordo com a literatura. É nesse ponto que se justifica a relevância da escolha do tema, justamente entender como se dá o acolhimento com classificação de risco como sendo uma alternativa viável, que tornará possível a vivência dessa primeira atenção direcionada ao paciente. Acredita-se que o desenvolvimento de uma pesquisa focada na avaliação dos serviços de urgência e emergência se mostra imprescindível de modo a subsidiar propostas voltadas à reestruturação organizacional e à melhoria da qualidade do atendimento nos serviços. Esse estudo se justifica também como sendo uma contribuição para fazer avançar o conhecimento nessa área e nesse assunto, ainda pouco explorado em termos nacionais. O objetivo deste artigo é discutir e evidenciar os atuais desafios do profissional de saúde na prática do acolhimento em urgência e emergência com classificação de risco, de acordo com a literatura atual existente. E também os objetivos específicos foram: Conceituar a classificação de risco em urgência e emergência; - Realizar uma análise acerca da concordância dos autores no que 6 tange aos desafios do profissional de saúde no acolhimento com classificação de risco em urgência e emergência; e, e evidenciar tendências sobre o assunto dentro de um futuro breve. [...]