1. 1.      Introdução

 Ao introduzirmos este tema sobre a civilização Maia também iremos envolver a fixação maia, regiões maia, os períodos maias, hierarquia na sociedade, tábua cronológica dos maia, porque contemporaneamente nada se faz sem auxílio da pesquisa, antes da chegada dos europeus na área que hoje chamamos de América habitavam várias tribos indígenas. Entre elas, existiam comunidades altamente complexas. Os Maias, Astecas e Incas foram às civilizações que mais se destacaram nesse sentido. Tendo em vista isso, vamos nos dedicar mais especificamente ao povo Maia.

  1. 2.      Objectivos

2.1. Objectivo geral

  • Compreender sobre a civilização Maia.

2.2. Objectivos específicos

  • Identificar as regiões Maias;
  • Explicar a tábua cronológica dos Maias;
  • Descrever da hierarquia do povo Maia.
  1. 3.      Metodologia
  • Foi possível a elaboração deste trabalho através da revisão bibliográfica, internet e análise de ideias referentes a autores que abordam sobre este tema.

 

 

 

 

 

 

 

 

  1. 4.      INTRODUÇÃO A CIVILIZAÇÃO MAIA

COE, (1966, p. 17), “refere que os maias estão longe de ser um povo extinto. Actualmente somam aproximadamente dois milhões de indivíduos, ou seja, o maior grupo de índios americanos a norte do Peru”. Na maioria resistiram com tenacidade notável ao impacto da civilização espanhola nas Américas. Para além do seu número e da integridade cultural, são também notáveis pela coesão e tem demonstrado.

“Diferentes de outras tribos, mais dispersas pelo México e pela América central, os maias confinam-se, com uma só excepção, a uma zona contínua que inclui toda a península do Iucatão, a Guatemala, as Honduras britânicas, algumas zonas dos estados mexicanos de Tabasco e Chiapas, as regiões ocidentais das Honduras e salvador. Há poucos locais em todo o mundo onde possamos encontrar uma tão grande unidade entre línguas e culturas: uma linha que contorne as zonas habitadas pelos povos de expressão Maia define tudo quanto resta da sua antiga civilização” (GENDROP, 2005, p. 7).

No entender de COE (1966), “na época pré espanhola pertenceram ao maior dos grupos designado pelo professor Kirchhoff como Mesoamérica, a fronteira norte coincidia aproximadamente com os limites da agricultura aborígene do México, ou seja, a região semidesértica caracterizada pela pastorícia e pela caça”.

Para o sudoeste a fronteira da Mesoamérica ia do mar das Antilhas ao pacifico através das actuas Honduras e do salvador, separando os Maias, civilizados, de povos mais atrasados e detentores de estranhos dialectos.

4.1.Fixação Maia

Segundo COE, (1966, p. 19), “é no canto sueste desta heterogenia região onde a região Maia localiza-se, hoje menos diversificada do que o grande complexo de que é apenas uma parte”.

Há realmente duas formações naturais na área Maia: a montanha e as terás baixas. Na geologia, na vida animal e vegetal e na formação da cultura humana, pode dizer-se que essas duas formações são contíguas. A ocupação do local onde iria se desenvolver a civilização Maia foi feita através de migrações de tribos que com o passar do tempo foram se tornando sedentárias.

“A civilização Maia se localizava na Mesoamérica, mais especificamente por todo o actual sul dos estados mexicanos de Chiapas, Tabasco e  Península de Iucatão. A área Maia também se estendeu por todo o norte da América Central, incluindo as actuais nações da Guatemala, Belize, Norte de El Salvador e no oeste de Honduras”, (GENDROP, 2005, p. 1).

COE, (1966), os métodos agrícolas das terras altas diferem em absoluto dos que se praticam nas terras baixas. Existem, porem, uma característica, como demonstra o seguinte:

“Os habitantes dessas duas regiões são forçados a dedicar uma boa parte do ano a queima do mato, reservando para as sementeiras, o período restante. Nas terras menos elevadas, fazem-se culturas durante 15 anos consecutivos e um descanso de apenas 5 anos. Nas áreas populosas de Guatemala quase todo terreno aproveitável tende ser limpo para cada uma das novas sementeiras” (p. 20).

A questão em debate encontra-se sustentada na mesma obra e aborda o seguinte:

“São as terras baixas mais para o norte, que estão principalmente ligadas para as civilizações Maia. Para sul, nas terras baixas, há poucos cursos de aguas permanente excepto a ocidente e a sudoeste onde se formaram extensas terras de aluvião. O clima das terras baixas são quente inconfortavelmente quente ate fins do estacão seca. No entanto, comparada com outras regiões tropicais, a precipitação fluviométricas não é exageradamente abundantes”. (idem, 1966, p. 23)

As terras baixas do sul são povoadas por densas florestas, características das zonas de monção e constituída por árvores de mogno que chegam a atingir os 45 metros de altura.

“Nas médias e nas mais baixas camadas desta formação crescem inúmeras árvores de fruto, como o abacate, de grande importância para os maias. No entanto, a floresta só parcialmente se apresenta verde, sobre tudo porque na estacão seca muitas das espécies perdem a folhagem. A norte e a ocidente onde a precipitação é sensivelmente inferior, a floresta densa da lugar a metas constituídas por pequenas árvores espinhosas, de tal forma que na costa norte da península do Iucatão, a floreste em predominantemente Gerofita’. (id. 1966, p. 24-25).

A potencial agrícola das terras baixas apesar da sua irregularidade desempenhou um papel muito importante no desenvolvimento da civilização Maia.

4.2.Regiões Maia

COE, (1966) “os Maias ocupavam três regiões distintas o que é verdadeiramente surpreendente em face dos grandes contrastes de ambiente apresentados pelo reino Maia: sul, centro e norte, as ultimas duas completamente nas terras baixa”, como demonstra o trecho abaixo:

“A zona sul inclui as montanhas da Guatemala e os Chiapas adjacentes além da tórrida planície costeira do pacífico e a metade ocidental de são salvador. Em geral a zona sul é um tudo nada posta a margem. Na zona central foi onde a civilização Maia se evidenciou particularmente. Esta zona estende-se desde o Tabasco e o Campeche do sul, passando através das terras baixas densamente arborizadas atem as Honduras britânicas ao rio Motagua da Guatemala e a uma estreita faixa da região oriental das Honduras. Encontram-se aqui exemplos das mais típicas realizações Maias: características arquitectónicas como a abóbada em Mísula e o Tecno em crista, um calendário de longo curso com todas as suas complexidades” (p. 26).

Há, quando muito, uma boa dose de individualidade em relação a zona norte, devido não apenas ao facto de as potencialidades agrícolas no Iucatão serem mais reduzidas e de a distribuição da população depender da existência dos senotes, mais também devido em boa parte a influencia mexicana, que aqui bastante mais forte do que na zona sul.

4.3.Os períodos Maias

Para COE, (1966, p. 28), a cronologia da antiga civilização Maia baseia-se actualmente em quatro linhas de evidência: nos restos arqueológicos, particularmente na estratificação de utensílios, como os vasos; no processo do carbono 14, em uso desde 1950; nas tradições históricas dos nativos recolhidas no período pré-espanhol e que nos foram transmitidas pelos cronistas posteriores a conquista; e na correlação entre o calendário Maia e Cristão.

“As datas do longo curso foram escritas em todas as antigas cidades das zonas norte e centro. Por altura das conquistas, todavia foram expressas de forma muito abreviada e por vezes equivoca. Pelas crónicas nativas, sabe-se hoje que, a fundação da cidade espanhola de Merida capital de Iucatão que no processo do calendário corresponde a 1542, ocorre também pouco depois de encerramento de um período específico do truncado longo curso” (idem, 1966, p. 29).

Por outro lado, qualquer mudança no calculo do período clássico dos maias, iria destruir a orientação seguida das pesquisas dos campos da Mesoamérica, pois ultimamente todas as cronologias arqueológicas nesta parte do mundo estão ligadas ao longo curso dos Maias.

4.3.1.      Período Pré-clássico

São os primeiros tempos dos Maias que estavam localizados nas chamadas Terras Altas.

Sobre a primitiva ocupação muito pouco se sabe, mas antes de 1500 a.C., deve ter sido caracterizado por simples horticulturas e caçadores que seguiam um modo de vida classificada como arcaico, mas bem estudado entre os povos do planalto Mexicano, como demonstra o trecho seguinte:

“Durante o período formativo entre 1500 a.C., e 150 d.C., ergueram-se nas três zonas aldeias de agricultores marcando assim a primeira real fixação dos maias naquelas paragens. São dos últimos decénios do formativo o Maias avançados traços culturais já encontrados – pirâmides e inscrições em monumentos de pedras. Enquanto o protoclassico de pouca duração atinge o vértice da civilização Maia nas terras baixas (150 – 300 d.C.)”. (COE, 1966, p. 28).

 

4.3.2.      Período Clássico

Segundo (COE 1966 p. 30,) “o espectacular período que vai de 300 a 900 é aproveitado pelos Maias das terras baixas para erguerem os seus monumentos de pedra e data-lo segundo o longo curso”.

“Aproximadamente entre 300 e 900, foi o momento onde os Maias se desenvolveram na área central, ao norte das terras altas. Foi ali que surgiram grandes cidades como Tikal, Uaxactún, Palenque e Copán. Quando os espanhóis chegaram à Mesoamérica já tinha se passado o período clássico Maia. Não se sabe ao certo o motivo do esvaziamento das cidades, mas é provável que isso tenha acontecido pela grande exploração do solo até a exaustão, isso teria levado as comunidades á abandonarem o local”, (GENDROP, 2005, p. 8).

Apesar de tudo sente-se já aqui um estilo que se afirma, e do qual muitas convenções fazem parte de um contexto definitivamente Maia: a volumosa barra cerimonial, terminada a cada extremidade pela fantástica cabeça de serpente que tão frequentemente acompanha os grandes sacerdotes maias; e a própria proeminência, em comparação com os elementos mitológicos, do personagem, que ocupa praticamente todo o espaço disponível e nos sugere a emergência de uma casta superior.

4.3.3.      Período pós-clássico

Esse período se deu entre 900 a 1500, localizando-se na península do Iucatão, surgindo cidades como Chichen Itzá, Uxmal e Mayapan. Foi nesse momento que os espanhóis chegaram nas terras Maias

“Nessa altura enquanto a América central estava em grande parte abandonada, as zonas norte e sul recebiam os impactos da invasão mexicana. Assim se inaugurava o período pós clássico que durou ate a chega dos bárbaros aventureiros do alem mar”, (GENDROP, op. Cit. p. 9)

4.4.Hierarquia Na Sociedade

Essa civilização caracterizava-se pela existência de comunidades aldeãs, que reunia famílias aparentadas, unidas pela posse comum da terra, não havendo propriedade privada. Essas comunidades estavam agrupadas em torno de um estado, controladas por uma elite, composta por uma nobreza, sacerdotes, e chefes guerreiros. O estado cobrava tributos e outras obrigações dessas comunidades. Essa sociedade era altamente hierarquizada, com uma organização social bem definida como demonstra o seguinte trecho de GENDROP, (2005):

4.4.1.      Halach Uinic

Era o principal governante que dirigia a política interna e externa, mas também tinha um importante papel religioso.

4.4.2.      Elite

A elite era composta pelos Nobres que forneciam chefes locais, controlavam os cargos burocráticos, sacerdotais e guerreiros. Preservavam a história dos seus antepassados para mostrarem os serviços prestados pela família ao Estado. Os Sacerdotes também faziam parte dessa elite. Os autos sacerdotes eram o grupo de maior prestigio na sociedade, mesmo havendo diferença entre eles. O Ahucan era o sumo-sacerdote, responsável pela organização dos templos e pela execução dos cultos religiosos, (idem, 2005, p. 10).

4.4.3.      Mazehualob:

Era a maioria da população. Moravam na periferia da cidade e constituíam a camada mais popular. Eles trabalhavam na agricultura e nas construções.

4.4.4.      Escravos:

Era a camada mais baixa da população. Geralmente eram prisioneiros de guerra ou criminosos que deveriam trabalhar até pagar o seu crime. Apesar de existir escravos na sociedade Maia, não se pode caracterizar como uma sociedade escravista, pois a sociedade Maia não dependia dos escravos. Porém serviam essencialmente para fazer parte dos rituais de sacrifício humano aos deuses. Os sacrifícios, as guerras e a religião compunham elementos centrais da cultura maia. Mas sobre isso falaremos mais tarde, (id. 2005, p.10-11).

  1. Tábua cronológica dos Maia

Data

Períodos

Área Sul

Área Central

Área Norte

Costa Do Pacifico

Terras Altas

1530

1200

900

600

300

150d.c/ ac

300

800

1500

Moderno pos-classico

 

México viejo

Tayasal

Estados independentes de maiapan

Antigo pos classico

Tohil plumbato

Ayapuc

(abandono)

Maias toltecas

Moderno Classico

 

Amatle Pamplona

Tepeu

Puac Chenes

Antigo Clássico

Cotzumalhuapa

Esperanza

Tzakol

Estilos Regionais Acanceh

Protoclassico

 

Aurora Santa Clara

Matzanel

 

Moderno Formativo

El Baul Crucero

Miraflores

Chicanel

Moderno Formativo

Médio Formativo

Conchas

Las Charcas

Mamon

Xe

Médio Formativo

Cenote De Mani

Antigo Formativo

Cuadros

Ocos

Arevalo

 

 

Arcaico

 

 

 

 

Fonte: COE, (1966, p. 16).

 

84 597 0270

 

 

 

 

 

  1. 6.      Conclusão

Ao concluirmos o trabalho, verificamos que as tais semelhanças podem levar-nos a conclusão que, os povos da Mesoamérica possuíam na origem uma cultura comum, pode dizer-se que os Maias não têm uma única origem nem um idioma comum, nem constituíam uma só nação, senão que eram um conglomerado de cidades-estado. A zona que ocupara abarca distritos dos actuais, México, Honduras, Belize e El Salvador e são produto de emigrações de tribos procedentes do altiplano, todas da mesma família e chegaram à América Central desde o norte. É também razoável, presumir-se que tenha havido activo intercâmbio de ideias e de objectos entre esses povos através dos séculos, o que explicaria a sua cultura homogénea. Foi sem dúvida dessa matriz que nasceu a civilização Maia.

  1. 7.      Referência bibliográfica

COE, Michael, D. Os maias. Lisboa, s/e. 11º vol., 1966. Pp. 10-40.

GENDROP, Paul. A civilização Maia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. 2005 (Coleção As Civilizações Pré-colombianas).