A expressão descontrolada do ciúme, da raiva e da frustração de um filho em relação a seu irmão recém-chegado... eis um problema complexo e de não-fácil solução. Mas calma, pais! Há algumas coisas que vocês podem - e devem - fazer.

É natural a rivalidade entre irmãos em vários níveis, e o cenário é bastante comum em muitas famílias. O novo bebê é uma novidade, e o filho mais “velho” pode até se divertir com algumas das atividades em torno dele. Mas não se engane nem se assuste: em pouco tempo ele pode se cansar da novidade e querer seu lugar de volta como destinatário único da atenção de todos.

E as coisas começam a “esquentar” e a se complicar quando o primogênito, movido pela frustração, pode agir de modo dissimulado e tentar sabotar ou até machucar o novo bebê. Outras possíveis atitudes negativas são mostrar resistência em participar de reuniões familiares, interromper as conversas dos pais e ir contra as normas aprendidas.

Aliás, esse comportamento tem o potencial de semear padrões negativos que podem durar uma vida toda.

Mas há “consequências” positivas desse ciúme todo:  o irmão mais velho se empenhará em aprender a andar de bicicleta sem as rodinhas, a pular corda ou a nadar sem boias, por exemplo. Esta atitude de superação, ainda, servirá para manter sua autoestima elevada.

Os pais devem mostrar à criança que o bebê está chegando para somar afeto, para multiplicar o amor e carinho, e não para tirar. E isso, claro, deve ser feito desde o início da gravidez pois trata-se de mais uma pessoa para ser amada por toda a família.

Lembrando: é importante que todas as crianças recebam carinho e o mais velho, sobretudo neste “turbulento” momento, pode estar sentindo muita falta. É imperioso ainda salientar que tem que se dar tempo e apoio, afinal tudo que envolve a chegada de um bebê é diferente para os pais, e, principal e logicamente, para uma criança pequena.

Uma dica aos pais: nunca digam que a atenção será dividida com o novo membro da família, mas sim compartilhada. Envolvam o mais velho na rotina do bebê, peçam para ter calma e que irão ajudar para que o pequeno cresça com saúde e que, logo-logo, todos vão brincar juntos.

Por fim, lidar com criança enciumada é dar carinho da mesma forma que para o bebê; e deve-se ter uma relação equilibrada o máximo possível quanto a isso. Os pais amam os filhos de forma diferente e respeitando a individualidade de cada um, e, consciente disso, a criança começará a aprender e a aceitar que cada pessoa tem de ser respeitada com suas características e seus valores.

(*)Kédma Macêdo Mendonça, Luciana Rodrigues Maciel e Sibele Silva Leal Rodrigues, pedagogas, são professoras da rede municipal em Rondonópolis (MT).