Os Ciclos Econômicos são flutuações de curto prazo no emprego e na produção, que ocorrem quando a economia passa por um período crescente no emprego e decrescente na produção, passando por um período de recessão. Dessa forma, as flutuações no produto total da economia estão associadas a flutuações no nível de emprego (MANKIW, 2014).

Em geral, no longo prazo, a produção de bens e serviços da economia não tem um crescimento uniforme. Pois, o crescimento é mais alto em alguns períodos do que em outros e, por isso, a economia pode perder o seu equilíbrio, tornando o seu crescimento negativo. Essas flutuações econômicas decorrem de um problema recorrente, segundo economistas e formuladores de políticas econômicas (MANKIW, 2014).

Para Schumpeter (1982), o ciclo econômico decorre de flutuações na atividade econômica no  longo prazo. Esse ciclo decorre de uma alternância entre os períodos de crescimento e declínio. Na definição de Spiethoff, citado por Schumpeter (1982) o boom surge porque se investe mais em capital, pois este se estabiliza em novos negócios e se difunde pelos mercados em matérias primas, trabalho, equipamentos, entre outros. O boom termina quando a depressão começa, porém, o seu declínio ocorre antes que os novos produtos possam chegar ao mercado. Completando este ciclo, um novo boom acontece após a depressão, quando a ação das inovações estiver terminado sua reabsorção. Portanto, a depressão é uma resposta do sistema econômico ao boom, ou uma acomodação referente à qual o boom submete o sistema (SCHUMPETER, 1982).

Para Keynes (1985), o Ciclo Econômico é considerado, preferencialmente, como resultado da variação cíclica na eficiência marginal do capital, isto é, pela expectativa da renda e do preço de oferta do bem de capital. Ressalta-se ainda que o Ciclo Econômico é frequentemente agravado por modificações em outras variáveis importantes que o acompanham no sistema econômico de curto prazo. Este evolui devido ao movimento cíclico como, por exemplo, a substituição de uma fase ascendente por uma descendente, que ocorre de forma repentina e violenta, mas que via de regra não é tão repentina (KEYNES,1985).

Além disso, o fenômeno da crise é fundamental para se compreender as características do Ciclo Econômico. Este se baseia no fato de que a mudança de uma fase ascendente pela descendente ocorre, geralmente, de forma repentina e violenta. Dessa forma, essa transição não ocorre repentinamente, uma vez que a mesma é acompanhada por uma crise, isto é, um processo onde a vida econômica se molda através de novas condições (KEYNES, 1985; SCHUMPETER, 1982).

Keynes (1985) inicia a sua análise pelas últimas etapas de expansão e pelo começo da crise, em que a taxa de juros tende a subir devido ao aumento da demanda por moeda, seja para fins de transações, ou especulativas. Primeiramente, o fim da etapa de expansão da economia é acompanhado por investimentos cujos rendimentos não são satisfatórios, decorrendo uma desilusão quanto as expectativas que se pode ter pelo rendimento esperado. Assim, o rendimento atual é reduzido à medida que os estoques dos bens duráveis aumentam regularmente.

Assim, o auge dessa expansão acarreta na crise, o que resulta no ajuste da taxa de juros. Esse desencadeamento da crise não ocorre apenas pelo aumento da taxa de juros, mas também por uma repentina falha da eficiência marginal do capital. Em alguns momentos, a crise pode ser caracterizada por um colapso do sistema do crédito, no qual sofrem mais os trabalhadores ou os proprietários de terra, ou seja, os capitalistas. A incerteza e o pessimismo sobre o futuro, que acompanham a falha da eficiência marginal do capital, originam-se de uma forte preferência pela liquidez e, por consequência, de uma elevação na taxa de juros, agravando um declínio no investimento (KEYNES, 1985).

Essas mudanças que impactam no investimento estão sujeitas a influências complexas, além disso, é muito improvável que as flutuações no investimento e na eficiência marginal do capital sejam de caráter cíclico. Por outro lado, a preferência pela liquidez, só tem início após a derrocada da eficiência marginal do capital, dado que uma queda da mesma tende a afetar negativamente a propensão marginal a consumir, provocando uma baixa no valor de mercado dos títulos, “é isto que, de fato, torna a depressão tão intratável (KEYNES, 1985 pg. 219) ”.

Assim o remédio para o auge da expansão não é a alta, mas a baixa da taxa de juros! Pois aquela pode fazer perdurar o chamado auge da expansão. O verdadeiro remédio para o ciclo econômico não consiste em evitar o auge das expansões e em manter uma semidepressão permanentemente em um quase-boom! (KEYNES, 1985, p. 222)

O ciclo econômico está ligado a mudanças no desenvolvimento econômico, e na instabilidade do sistema econômico, que é ocasionado por mudanças referente ao crescimento, seja pelas inovações ou pela expectativa quanto à renda esperada, dado a variações na taxa de juros do mercado.