Quero que chova

 sobre as minhas cinzas

nesta noite

de um dia de brasas

Quero que saia

toda lama de cinzas

do carvão mal queimado

pelo fogo das

paixões patéticas

Quero deixar

 o gosto amargo

das entranhas

sair pelos poros

e pelas aberturas

 das feridas incuráveis

 incansáveis e insaciáveis

Quero encontrar

uma nova brasa

quente demasiada

que seja parceira

queimando apenas

 o que deixo

Sendo perene

 a sua chama

 sendo fiel ao seu calor.