Nelci Aparecida de Godoy

Luciane  Angheben

Rafaela Menegon

Veridiane Elisa Dall' Bó  Maurina

 

 

RESUMO: Este artigo aborda umas das mais importantes maneiras pelas quais o brincar e o aprendizado dos bebês pode ser estimulados a partir do Cesto de Tesouros.

 

PALAVRAS CHAVE: Bebês, brincar, diversidade de objetos do cotidiano, Cesto de Tesouros.

 

O cesto dos Tesouros

Quando os bebês começam a se sentar confortavelmente e antes mesmo que inicie   engatinhar é nesse período que os bebês ficam mais tempo acordados ao longo do dia, certamente, boa parte do tempo é preenchida pelas atividades de higiene e alimentação, porém devemos reservar a importância do brincar recíproco que ocorre durante as atividades, elemento vital na vida do bebê quando está acordado.

O primeiro brinquedo do bebê é o corpo do adulto que cuida dele. Os bebês seguram nos dedos dos pais e cuidadores, manipula o seio da mãe, enlaça seus pequenos dedos nos cabelos, agarra brincos, colares ou óculos. O foco do bebê está na no cuidador mais próximo, vivenciando o calor familiar, o cheiro, a tensão superficial da pele, vibração da voz e do riso e tudo mais que contribui para criar o cuidado e as trocas do cotidiano.

Os bebês começam a conhecer o próprio corpo, á medida que deitado de costas, identifica seus dedos dos pés e das mãos, vindo a conhecer essas extremidades por meios do ato de sugá-las também.

O brinquedo chocalho é o favorito dos bebês e ainda mais os que têm a parte para segurar curta o que facilita as atividades espasmódicas de sacudir, bater, muito apreciada pelos mesmos. A medida que o bebê permanece mais desperto, e ele começa a sentar ereto, primeiro apoiando em almofadas e calças sensoriais essa calça consiste em utilizar uma calça jeans, encher com fibra, esponja, costurá-la e colocar penduricos, chocalhos, os quais os bebês não consigam tirar. Após isso de maneira independente um novo horizonte totalmente novo  começa a se abrir. Pode ser que agora eles consigam enxergar embaixo da mesa, nossos sapatos, tornozelos, a bainha da calça dentre outras coisas interessantes que uma sala tem. Os bebês tem uma visão de mundo tipo worm’s eye*, e que por isso não deixa de ser intrigante.

 

O que oferecer para a qualidade do brincar do bebê

Quando a criança já senta confortavelmente, traz um pouco de autonomia que é novo para o bebê, traz problemas também pois ele está alerta ao que acontece ao seu redor e ao mesmo tempo irritado. A explicação comum é os dentes começando a nascer, pode ser isso, mas ele também pode estar aborrecido.

E os brinquedos muitas vezes limitados e desinteressantes, sabemos que os cérebros dos bebês estão crescendo mais rapidamente do que em qualquer outro momento de suas vidas, e que se desenvolve ao responder o fluxo de informações advindas das cercanias, pelos órgãos dos sentidos e movimento corporal.

Apresentamos agora o “Cesto de Tesouros” vamos descrever nesse artigo, ele foi inventado (Goldschimied, 1987).  O Cesto de Tesouros reúne e oferece uma variedade de objetos cotidianos, escolhidos para oferecer estímulos a esses diferentes sentidos. O uso do Cesto de Tesouros   consiste em uma maneira de assegurar a riqueza das experiências do bebê em um momento em que o cérebro do bebê está pronto para receber, fazer conexões e assim utilizar essas informações. Nenhum dos objetos contidos no Cesto é brinquedo comprado, muito são encontrados no ambiente do lar, pois sabemos que nossos filhos tem fascinação em abrir armários da cozinha em busca de panelas, chaves de carro, caixas de sapato que por vezes nem sempre e conveniente aos pais. Quando planejamos a dieta de um bebê, damos grande importância ao menu, oferecendo uma variedade de alimentos de qualidade que é essencial para a sua nutrição diária e seu rápido crescimento. E quanto a  sua dieta “mental”, que nutre a capacidade em processo de desenvolvimento de usar os olhos, as mãos e a boca em atividades concentradas?

Ao observar os bebês com os objetos contidos no Cesto de Tesouros, percebemos quantas coisas diferentes fazem com eles, olhando, tocando, apanhando, colocando-os na boca, lambendo-os, batendo, descartando o que atrai ou não. É surpreendente observar a maneira de como o corpo todo é envolvido nessa atividade, se os pés estão descobertos eles respondem de maneira vívida ao estímulo e à  excitação que o objeto escolhido induz. Por isso muitas vezes reclamamos que os bebês parecem querer tirar as meias o tempo todo. Talvez estejam querendo nos dizer algo.

Por meio das atividades de sugar, pôr na boca e manusear, os bebês estão descobrindo coisas a respeito de peso, tamanho, formatos, texturas, sons, e cheiros, e quando eles escolhem um objeto, podemos imaginar que estejam dizendo: “O que é isso?. Mais tarde, quando são capazes de se movimentar pelo ambiente, parecem dizer: “O que eu posso fazer com isto? (Hutt, 1979).

Então, outros horizontes emocionais abrirão para eles se lhe oferecermos as ferramentas de que precisam. O Cesto de Tesouros é algo que assombra os observadores pois a concentração dos bebês pode durar até uma hora ou mais pois oferece oportunidades infinitas para o processo de tomada de decisão das crianças, exigindo pouco esforço dos cuidadores, mas eles devem assegurar de que os itens do Cesto de Tesouros estejam limpos e que regularmente suprido com novos objetos. Se tem crianças que já caminham junto com os bebês, necessita da supervisão dos cuidadores pois eles tem força e sem intenção acabar machucando o bebê com uma colher de metal  ou de madeira.

O que podemos colocar no Cesto de Tesouros, objetos naturais:  conchas, caroço de abacate, pedra pomes, penas grandes, um limão, uma maçã. Materiais naturais: escova de dente, cestos pequenos, pincel de pintura. Objetos de madeira: Apito de bambu, aro de cortina, castanholas, colher ou espátula, pregadores de roupa. Objetos de metal: tampa de perfume grande, infusor de chá, triangulo de metal, pequeno funil, pedaços de correntes, chaves, bijuterias. Objetos de couro, têxteis, borracha e pele: bola de golfe, bola de tênis, bolsa de couro, urso de pelúcia, sacos de pano contendo lavanda, alecrim, tomilho, cravos da índia, além das caixas de papelão de vários tamanhos.

 

REFERÊNCIAS

GOLDSCHMIED, Elinor. Educação de 0 a 3 anos: o atendimento em creche/ Elinor Goldscmied, Sonia Jackson; Marlon Xavier.- 2. Ed.- Porto Alegre: Grupo A, 2006.