INTRODUÇÃO

No nosso dia-a-dia vivenciamos várias situações no nosso ambiente de trabalho, a escola, porém, muito é teorizado sobre o assunto, sem se levar em conta as experiências práticas.

Cenas do Cotidiano Escolar, vai de encontro com o que diz Duschatzky y Birgin (2001) quando nos falam da importância de se analisar o cotidiano escolar em que vivemos, colocando em análise cenas desse cotidiano e com o que diz Davini (2005) quando nos fala da importância do estudo de casos na formação docente, podendo assim, abrir novos horizontes sobre a visão da escola, mostrando que não é importante somente por em prática a teoria ora estudada, mas, também, se estudar fatos do dia-a-dia escolar, teorizando e analisando a prática, para buscar soluções para alguns dos problemas ocorridos no ambiente escolar.

Diante disso, surgiu a idéia de mostrar a importância de se realizar uma análise de caso das situações ocorridas no cotidiano escolar, para que o professor possa tomar estes exemplos e, não que vá seguí-los ao pé da letra, mas, que tome como referência para refletir sobre a sua prática, não só nessas situações, mas em outras, mostrando a importância de se estudar não só a teoria, mas também a prática, até certo ponto, teorizando-o para uma melhor compreensão, rompendo assim com o abismo entre teoria e prática, algo presenciado com freqüência dos sistemas educacionais.

Neste trabalho abordaremos assuntos que acontecem no cotidiano escolar, como:

- O dever e a importância da participação de todos na construção de uma escola democrática;

- A análise do entorno social dos alunos por parte do professor visando uma aprendizagem significativa para eles, com os recursos que os mesmos possuem;

- A reflexão do professor sobre a sua prática e a transformação da mesma de acordo com o nível de aprendizagem dos alunos numa sala heterogênea.

Pode-se pensar e fazer alguns questionamentos como: A teoria não é suficiente para a realização de uma boa prática? A experiência sem a teoria não é suficiente para desenvolver um bom trabalho? Para que discutir cenas do cotidiano escolar se sabemos muito bem como resolver as questões que surgem no decorrer do ano letivo? Será que realmente o professor está preparado para resolver diversas situações do dia-a-dia, somente com bases teóricas?

CENA 1 – A IMPORTÂNCIA DA PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE PARA UMA GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA

Numa escola da região metropolitana de São Paulo, mais precisamente na cidade de Mauá, estado de São Paulo, uma escola de apenas dois anos de existência, passa pela sua primeira troca de direção.

Os alunos dessa escola, bem como a comunidade, os professores e os funcionários da escola gostavam da organização da mesma, que, por sinal era vista pela comunidade como uma "escola-modelo", mesmo tendo na maioria do seu corpo discente, alunos considerados problemáticos advindos de outras duas escolas próximas que estavam superlotadas.

No início de 2007, após aprovação em concurso público, toma posse, na direção da escola, um novo diretor – que nunca em sua carreira na área da educação, o havia sido, e, com ele, uma nova equipe gestora, entre essas pessoas estava um dos vice-diretores, apelidados pelos alunos de "pulseirinha".

O "pulseirinha" começou o seu trabalho desfazendo do trabalho anteriormente realizado na escola e agindo com pais, professores, funcionários e alunos de forma autoritária e com extrema ignorância, passando a desagradar a todos.

Certo dia, no período noturno, os alunos de uma determinada sala começaram a bater as carteiras na sala, como forma de protesto e a situação foi se tornando insuportável e o ambiente que anteriormente era agradável – apesar da rigidez da antiga diretora – foi se tornando um ambiente desagradável.

Após diversas reclamações isoladas e com a pressão de pais, alunos e professores, o diretor - que até então fazia de conta que não sabia o que estava se passando – cessou a designação do "pulseirinha" e realizou a escolha de um novo vice-diretor entre os professores da escola, que fosse, além de competente, do agrado de professores, alunos e comunidade e assim, pudesse mudar os rumos da escola, caminhando para uma gestão democrática.

Análise

 

Nessa cena, temos o ingresso de um novo diretor na unidade escolar que até então, não conhecia a realidade da escola e que trouxe consigo uma pessoa que também não a conhecia e, ambos, desvalorizaram o excelente trabalho realizado pela gestão anterior, que por sua vez era do agrado da comunidade escolar em geral. Os dois, analisando a fundo, foram muito subjetivos nesse aspecto, tendo como base as suas experiências anteriores em outras unidades escolares, porém, sem se preocupar em manter o que a gestão anterior havia feito de bom, iniciando o trabalho do zero e fazendo conforme Duschatsky e Corea citam uma homogeneização dos alunos, pais, funcionários e docentes, provando que não estavam refletindo sobre suas ações, algo importantíssimo para um educador, segundo Bauer et. al. (2007) e, nesse caso, também para um gestor, que deve caminhar na busca de uma gestão democrática.

Observamos a revolta dos alunos que se deu de uma forma violenta, mas pensemos, por que se deu essa violência? Os alunos não estavam sendo violentados também? Fora os pais, os professores e os funcionários que estavam sendo maltratados pelo "pulseirinha", de uma forma verbal, que como cita Duschatzky (2000) acaba sendo uma violência velada, mas que causa profundas feridas nos violentados, que para se defender acabam utilizando a própria violência.

Isso nos mostra, talvez até pela inexperiência, que o diretor deveria ter se preocupado primeiro em conhecer a comunidade local e o trabalho da gestão anterior, para depois ir modificando algumas coisas, com isso, com base em Tellez, vimos que o diretor teve uma visão "visiônica", ou seja, viu o seu trabalho sem pensar no futuro e nem na profundidade do mesmo. Além disso, é importante ter muito cuidado ao escolhermos uma equipe de trabalho, afinal, como o próprio nome diz, devemos ter uma equipe e para que isso ocorra na prática, é preciso que seja bem dirigida, para que o ambiente seja produtivo e agradável.

Diante do ocorrido, pudemos observar a importância da participação de todos os atores envolvidos no processo de escolarização - que mostra a importância dessa participação, nos mostrando que ainda há uma esperança e indo contra a idéia de fragmentação, que como cita o Grupo Doce (2001) é muito freqüente nos dias atuais, provando a todos que a participação coletiva no processo de democratização da escola, pode torná-la um ambiente mais agradável e motivador da aprendizagem.

CENA 2 – O NÃO OLHAR PARA O ENTORNO SOCIAL DOS ALUNOS

Um professor de Arte, ao terminar o ano letivo em uma escola estadual de um bairro nobre de São Paulo, resolveu se transferir para uma escola mais próxima de sua residência, na cidade de Santos.

O professor estava acostumado com aquela realidade e por viver mais em São Paulo do que na sua cidade, não conhecia a fundo o seu futuro local de trabalho.

Ao chegar ao seu novo local de trabalho, foi muito bem recepcionado por todos, mas, quando falava da sua antiga escola todos riam e o professor não entendia o porquê das risadas, mas pensava em repetir o mesmo trabalho realizado na outra escola, afinal, ele pensava que aluno era aluno, independentemente da classe social, tendo a mesma capacidade de aprender e já que não pagavam mesmo para estudar poderiam trazer todo o material solicitado, afinal, pelo menos isso os pais deveriam fazer e ter como obrigação.

Inicia-se o novo ano escolar, o professor se apresenta e se surpreende ao ver que os seus alunos iam todos de uniforme como na outra escola.

A sua primeira aula na nova escola aconteceu numa turma do 8º ano do Ensino Fundamental e correu muito bem, ao final da aula, o professor pediu diversos materiais para serem trazidos já na próxima aula, os alunos acharam estranho, mas, como mal conheciam o professor, ficaram quietos.

Na aula seguinte, o professor pede que os alunos tirem os materiais da bolsa para a realização da atividade e ao ver que a maioria da turma não os havia trazido, lhes perguntou:

- Por que vocês não trouxeram os materiais que solicitei?

Um aluno respondeu:

- Professor! Ficamos com vergonha de falar na primeira aula, mas, somos pobres e não temos como comprar tanta coisa, muitos dos nossos pais estão desempregados e muitas vezes nem comida temos em casa, só nos restando a merenda escolar, assim, como poderíamos comprá-los?

Análise

Nessa situação, observamos que o professor generalizou o corpo discente, fazendo uma pré-análise dos seus alunos, não analisando os fatores socioeconômicos que envolviam aquela comunidade. Por advir de uma escola nobre, pensou que independentemente da classe social todos seriam obrigados a comprar o material escolar, porém, a resposta do seu aluno o deixou inquieto e esse professor começou a refletir sobre o ocorrido.

Isso também nos faz refletir sobre o que diz Dustchatzky (2000), quando nos fala do massacre causado pela globalização, onde vemos uma concorrência, muitas vezes desleal e com ela, as pessoas só se preocupam consigo mesmas, se esquecendo de ajudar o próximo.

Apesar dos diversos programas sociais existentes, sabemos que os mesmos são insuficientes para sanar todos os problemas sociais encontrados. No Brasil, existem vários programas como bolsa-escola, bolsa-família, leve-leite, bem como a entrega de kits com material escolar – que em grande parte, não possuem o mínimo de qualidade e vêm somente com o material mínimo, considerado essencial.

Fora isso, sabemos que as famílias atuais – como cita o Grupo Doce (2001), não são como as de antigamente e que realmente muitas jogam na escola a responsabilidade da educação dos seus filhos, se esquecendo que a educação é um dever do Estado (escola), da família e da sociedade, nos fazendo refletir sobre algo ocorrente nessa situação, a falta de participação familiar.

Além desses fatores, observamos que a equipe escolar ao invés de informar ao novo professor sobre a realidade econômico dos alunos daquela escola, somente riram do novo colega, mostrando que o trabalho naquela escola era realizado de forma individualizada, algo que contraria a realidade escolar, tendo em vista que é importantíssimo se trabalhar em equipe como diz Sennet (2000), pois se a equipe tivesse se reunido anteriormente para juntos buscarem um trabalho contextualizado buscando uma aprendizagem significativa dos alunos, analisando todos os fatores internos e externos para a busca de uma aprendizagem concreta e significativa para os discentes, como citam em sua obra McEwan e Egan (1995) nos fazendo refletir sobre isso.

Diante dessa situação, podemos pontuar diversos problemas, como a falta de trabalho em equipe, a homogeneização do corpo discente e uma não preparação por parte do professor de um trabalho voltado para as realidades locais, para que a aprendizagem tivesse sentido para os alunos, mostrando-nos a importância de se conhecer os fatores internos e externos que influem na aprendizagem dos mesmos para que a educação seja significativa e de qualidade visando à formação de cidadãos críticos e pensantes, que busquem a cada dia o seu espaço na sociedade e que lutem contra as diversas formas de desigualdade social.

CENA 3 – A REFLEXÃO SOBRE O TRABALHO DOCENTE

Uma professora do 4º Ano do Ensino Fundamental, sempre acostumada a trabalhar com alunos dessa faixa etária, elaborou um projeto de trabalho parecido com o dos anos anteriores, realizando pequenas modificações estruturais, mas mantendo o foco e o nível das atividades.

Ela trazia atividades diversificadas para os alunos, algumas delas já impressas e também passava alguns textos na lousa, para que eles pudessem treinar a escrita e a leitura, afinal a prática leva ao aperfeiçoamento.

Certo dia, por volta da quarta semana, a professora resolveu realizar uma sondagem dos alunos, assim, verificou os seus cadernos, observando que muitos tinham dificuldades na escrita e nem o que copiavam da lousa, copiavam de forma correta, fora que quando os mesmos faltavam às aulas, não pegavam os cadernos emprestados dos colegas para colocar a matéria em dia, ficando com os mesmos, incompletos.

Após verificar a escrita, a professora resolveu verificar a leitura e observou que os alunos não eram somente desinteressados, mas que não sabiam, em sua maioria, ler.

Ao realizar as sondagens, ela se surpreendeu negativamente ao ver que aquela turma estava num nível muito inferior se comparado ao nível das turmas em que ela havia trabalhado anteriormente e observou que entre os seus 38 alunos, 14 ainda estavam no nível pré-silábico, 15 estavam num nível regular e somente 9 estavam alfabéticos.

Assim, verificou que o seu trabalho seria muito mais difícil do que imaginava inicialmente, apesar dos elogios dos pais, que elogiavam o seu trabalho, mas não verificavam os cadernos dos filhos.

Análise

Analisando a cena, podemos observar que a professora realizou a sondagem um tanto tarde, supondo que os seus alunos estavam acompanhando aquilo que estava passando, ou seja, foi passando o conteúdo sem saber os conhecimentos prévios do mesmo, situação parecida com a que Rancière (2003) nos cita, quando diz que um professor solicitou aos seus alunos, no primeiro dia de aula, que produzissem um texto em francês, sendo que os mesmos nunca haviam tido contato com a mesma, a diferença em cada caso foi o resultado obtido por cada um foi diferente, o do exemplo de Rancière foi além do esperado, enquanto que o da professora da nossa cena foi abaixo do esperado.

Ao realizar a sondagem, a professora pôde verificar o nível em que se encontrava cada aluno, para assim, redirecionar o seu trabalho, tomando uma atitude semelhante ao que citam McEwan e Egan (1995), quando falam da importância do professor utilizar a sua experiência prática ou ir a busca da mesma, interpretar o porquê de determinada situação, para refletir sobre ela e buscar soluções para a transformação da situação-problema, codificando os conteúdos numa linguagem de melhor entendimento para os alunos e assim, seguindo o que nos diz Baquero (2000), buscando novas formas de trabalhar, como por exemplo, a realização de agrupamentos, onde os alunos poderão se ajudar entre si, trocando conhecimentos e assim, juntos, caminharão na construção do saber, buscando soluções conjuntas para a resolução dos problemas, com isso, entendemos que a problematização levará os alunos a uma postura de busca e construção do conhecimento, através do processamento das informações e levando-os a uma formação cidadã-crítica, cabendo observar que os conhecimentos são heterogêneos e que cada um o constrói de uma forma, sendo importantíssimo, o que a professora fez - verificar os níveis de aprendizagem, para que assim, trabalhe de forma diferenciada com cada grupo e, como citado acima, agrupar os alunos, de formas diversificadas para que se auxiliem na construção do conhecimento.

Outro fator a ser citado é a participação dos pais, que ocorre de uma forma um pouco diferente, tendo em vista que elogiam o trabalho da professora, mas, não colaboram como deveriam, na educação dos seus filhos, o que nos mostra, a fragmentação existente entre escola e família, nesse caso, a família joga a sua responsabilidade sobre a escola e assim como cita o Grupo Doce (2001), a cobrança por resultados por parte das famílias e do Estado em cima do professor, faz com que o mesmo se sinta solitário, afinal, a educação é um dever de todos e não somente da escola.

Essa situação nos faz ver a importância de se refletir sobre a prática, algo muito falado na educação contemporânea, e que, como no exemplo acima, faz com que o trabalho no professor tenha outros caminhos, que levem os discentes a uma melhor compreensão do que está sendo transmitido, tendo em vista que o professor está – e deve sempre estar – revendo a sua prática constantemente.

CONCLUSÃO

Como pudemos observar, a teoria necessita da prática e a prática da teoria para a realização de um bom trabalho e é importantíssimo fazermos uma análise das situações escolares, tendo em vista que é a reflexão sobre o ambiente em que trabalhamos e sobre a nossa postura diante de tais situações, algo que é pouco discutido em muitas escolas.

Nessas cenas escolares pudemos ver diversos fatores ocorrentes da realidade escolar e assim compreendermos que a participação das famílias, da comunidade, auxilia na construção da melhoria educacional, não nos esquecendo que o trabalho docente em equipe levará a construção de um conhecimento menos fragmentado e com mais significação para os alunos, afinal como diz MORIN (2000), o ser humano é um ser complexo, dotado de diversas dimensões (emocional, intelectual, etc.), portanto como podem ser os saberes fragmentados?

Algo importantíssimo é a análise e a reflexão sobre a prática, afinal, o professor deve analisar fatores internos e externos que influem na aprendizagem dos alunos, conhecer o nível de aprendizagem dos mesmos (que em muitos casos, como o da cena 3, está muito defasado), para assim, direcionar o seu trabalho de forma mais significativa para a construção do conhecimento dos mesmos.

Espero que essas três cenas e a suas análises possam ter contribuído para uma reflexão maior sobre a prática dos educadores e dos demais envolvidos no processo educacional, mostrando a importância de se realizar estudo de casos para um aprimoramento da formação docente, seja inicial ou em serviço, não se esquecendo que ainda há muito que se fazer pela educação e que a cada dia surgem novos desafios, pela qual devemos buscar sempre a solução - mesmo que de forma parcial, tendo em vista que não existem soluções totalmente prontas, sempre é preciso fazer modificações para adequá-las a um determinado contexto, afinal, o mundo muda constantemente e com isso a forma de se agir e pensar, assim, o educador não deve parar no tempo, mas, assim como trabalha com os seus alunos, deve estar na constante busca pelo saber, que por sua vez, é infinito.

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