PROJETO DE UNIFICAÇÃO DOS COMANDOS DAS POLÍCIAS NO ESTADO DE SANTA CATARINA

Data: 18.11.2010 – “O Tempo está se esgotando e nossos Delegados ‘amigões” do Governador Pavan parece que não tinham mesmo bala na agulha para assuntos institucionais, talvez, só para interesses pessoais?”

“A vida segue – “Com o fim do mandato se aproximando será que o governador Leonel Pavan já não está sendo considerado por alguns setores da administração estadual um "ex"? Lamentável” http://www.pauloalceu.com.br/coluna_interna?colunas=ant&coluna=2010-11-18  (Paulo Alceu, 18.11.10).

Data: 22.11.2010, horário: 11:45 horas:

Estava na Corregedoria da Polícia Civil e fui conversar com o Delegado Douglas Marreiros que me confidenciou que o comentário geral era  que o Juiz de Direito Geraldo Bastos de Lages seria o novo Secretário de Segurança Pública. Douglas relatou que o referido magistrado – ex-Delegado de Polícia – era amigo do governador eleito Raimundo Colombo. Suspirei e lembrei do último contato que tive com Geraldo no seu gabinete no ano de 2008. Depois, reprisei o projeto da “Procuradoria-Geral de Polícia” e Douglas disse que por onde anda tem falado da proposta e que no seu entendimento deveria me candidatar à Presidência da Adepol (Adpesc) para fazer frente  a esse e outros projetos...  Douglas citou alguns Delegados novos que eram a esperança para o nosso futuro, dentre os quais os Delegados de Pinhalzinho (DPCo), de Xanxerê (DPCo), de Caçador (DRP), dentre outros, com quem estive conversando nos últimos dias.

Horário: 15:30 horas:

Fui até o Diretório Municipal do Partido dos Democratas (DEM) localizado na Rua Presidente Coutinho esquina com Barão do Batovi, a fim de me encontrar com o Presidente  Ronaldo Freire, muito ligado ao Deputado “Paulo Bornhausem”, a fim de relatar o projeto da “Produradoria-Geral de Polícia” e pedir apoio do parlamentar a essa ideia... Ronaldo ouviu atentamente meu relato e disse que repassaria as informações para o parlamentar e que eu aguardasse um contato. Ronaldo relatou que Paulinho e seus familiares estavam em Miami/EUA de férias e antes de sair pedi que avisasse o parlamentar que seus avós (Irineu e Tupi Barreto) também foram Delegados e que tinham história na Polícia catarinense. Ao deixar o Diretório Ronaldo agradeceu a minha presença e afirmou que aprendeu bastante sobre história policial...

Horário: 15:40 horas:

Estava ainda na Corregedoria e fui até o gabinete do Delegado-Corregedor Nilton Andrade para dar um “alô” e saber das novidades. Nilton deu a entender que não sabia de nada, mas estava preocupado com o futuro da instituição, especialmente, porque ninguém sabia ainda quem seria o novo Secretário de Segurança, o Delegado-Geral... e a operação veraneio iria  começar, o índice de criminalidade estava aumentando...

Depois, Nilton confidenciou que conversou com a sua esposa e estava resolvido a se aposentar no início do próximo ano, quando passaria a usufruir suas férias atrasadas e períodos de licenças-prêmio, dando a impressão que estava muito desiludido, desmotivado, desacreditado... Durante o curso da nossa conversa Nilton confessou que havia matado um “cara” quando era policial na cidade de Joinville, isso no ano de 1973 e que não conseguia esquecer esse fato... Acabamos conversando um pouco sobre história da Polícia Civil e quando saí achei que passei a conhecer um pouco mais do companheiro, sua espiritualidade e aquelas mensagens que recebia de manhã no seu computador com músicas de introspecção, nostalgia, romantismo, e elevação da alma.

Data: 23.11.2010, horário: 15:10 horas:

Estava na Delegacia Regional de Polícia de Joinville e como de costume me dirigi para o gabinete do Delegado Dirceu Silveira a fim de cumprimentá-lo e saber das últimas novidades. Durante o curso da nossa conversa Dirceu Silveira fez várias considerações:

- “Eu acho que vai ser o Grubba, sim o Grubba. A PM é muito forte. Tem um Coronel ligado ao Merísio (Deputado Estadual e Presidente da Assembléia), eu não sei se tu conheces, é o Coronel Luiz Henrique Hein, eles são como unha e carne, o Merísio e ele são assim. Esse Coronel está lá na Assembleia Legislativa com o Merísio, não vai querer sair de lá, imagina, com cem por cento de gratificação?  Mas o comando da PM passa por esse Coronel, é ele que vai decidir quem vai ser o Comandante-Geral. O Eliésio andou se colocando à disposição, mas não tem chance. Também tem o Coronel Fernando que está no gabinete com o André Mendes. Mas se depender dos Coronéis novos... Eles querem mandar embora os Coronéis mais antigos. Não sei se tu conheces o Coronel Nazareno, conheces?”

Interrompi para dizer que não conhecia e que nunca tinha ouvido falar do mesmo e Dirceu Silveira continuou quase que o seu monólogo:

- “Esse Nazareno é inteligente, úúúhhh, se ele assumir o comando...”.

Dirceu Silveira não completou a frase, mas de forma laconiana deixou entender que iria incomodar, e continuou:

- “Se depender dos Coronéis novos eles vão votar em peso no Nazareno...”.

Aproveitei para reiterar considerações sobre o projeto da “Procuradoria-Geral de Polícia” e Dirceu Silveira me questionou porque não me candidatava ao cargo de Delegado-Geral. Respondi que dependia muito de “Julio Teixeira” e como seriam movimentadas as pedras dentro do tabuleiro do jogo de poder na Segurança Pública e Polícia Civil. Relatei que segundo soube “Grubba” não seria o Secretário de Segurança e Dirceu Silveira quis saber o motivo do meu descrédito. Argumentei que esse era o comentário de alguns Delegados que se diziam seus amigos ou conhecidos e que queriam a sua ascensão, mas não botavam muita fé.  Citei os comentários a respeito do nome do Juiz Geraldo Bastos (Lages), do Procurador de Justiça Ancelmo, do Promotor de Justiça Onofre Agostini, do Delegado Julio Teixeira... Dirceu Silveira comentou que há duas semanas tinha encontrado Ancelmo que lhe que não queria nada e eu aproveitei para informar que o mesmo estava afastado das funções no “MP”. Quanto ao Promotor “Grubba” argumentei que soube que ele não desejava o cargo porque em nível governamental não teria sido consultado sobre o assunto, muito embora tivesse feito um excelente trabalho político no caso do “Bordel” de Joinville e que seria possível que estivesse com créditos... Quanto ao Promotor “Onofrinho”, apesar de ser filho de Deputado, segundo constava, ele não poderia assumir o cargo político fora do “MP” em razão da legislação. Quanto ao Juiz de Direito Geraldo Bastos comentei que não saberia informar nada a respeito e acabamos falando sobre o Delegado Julio Teixeira que era o nosso grande nome. Aproveitei para externar meu ceticismo já que o futuro Governador Raimundo Colombo não era bobo nem nada, deveria realmente optar por alguém do Judiciário ou do Ministério Público, era só uma questão de tempo... Ao final, acabei fazendo alguns comentários a respeito da “Queda do Império Romano” e o que isso tinha haver com a Polícia Civil. Fiz um relato sobre esses acontecimentos históricos e também da importância de nós termos “cidadãos romanos” trabalhando na Polícia Civil, e não “povos bárbaros”, digo, contratados, indicados politicamente, estagiários...

Acabei fazendo comentários sobre a época da Adepol/Adpesc sob direção da Delegada Sonéa que teria desaparecido de cena à francesa, isso depois da tal “PEC 549” e das suas idas-e-vindas à Brasília sem nada de concreto..., levando consigo a tiracolo o Delegado Artur Regis, e outros bem intencionados, como a Delegada Karla de Rio do Sul, tudo para fazer um “oba-oba”... Dirceu Silveira me interrompeu para dizer que também esteve na Capital do Estado fazendo lobby para aprovação da “PEC” da carreira jurídica, defendendo a luta do Delegado “Renatão” da Adepol... Interrompi:

- “Mas Dirceu, essa ‘PEC’ da carreira jurídica é um engano, você sabe disso, é só mais um empurra com a barriga. Tu visses o texto da ‘PEC’?” 

Dirceu Silveira respondeu que não viu o texto da “PEC” e aproveitei para completar:

- “Então, se isso viesse a ser aprovado seria como um título honorífico, seria chover no molhado, já que somos carreira jurídica segundo o Código de Processo Penal, a legislação extravagante, mas eu te pergunto: ‘Para ser Delegado não é exigido o curso de Direito? Vê se Juiz e Promotor pediram alguma ‘PEC’ nesse sentido se querem esse reconhecimento. No nosso caso nós tínhamos era que reivindicar o retorno do artigo dois cinco um da Constituição Federal... Pelo o que eu estou vendo só os Oficiais é que vão ter algum benefício com esse projeto da carreira jurídica, para eles é bom, talvez amanhã poderão invocar o direito de presidirem auto de prisão em flagrante, inquéritos... porque também são carreiras jurídicas, dá licença! Se nós tivéssemos a nossa Procuradoria-Geral de Polícia aí sim isso seria importante para os Delegados e Oficiais já que teríamos o segundo grau na carreira e um Coronel para chegar a Procurador teria que ter formação jurídica”.

Dirceu Silveira parece que entendeu os meus argumentos e comentou o que eu já sabia, ou seja, que a “PEC” dificilmente seria aprovada naquela legislatura, ou seja, ficaria para o próximo governo. Também, confirmou que o Delegado aposentado Malinverne de Lages (seria o Delegado Marlus ou seu tio?) estaria cotado para ser o “Chefe da Casa Civil” ou assumir alguma posição na Segurança Pública, haja vista ser muito amigo de Raimundo Colombo. Argumentei que achava aquilo muito difícil de acontecer porque no último encontro que tive com o aposentado Delegado Marlus Malinverne no Supermercado Angeloni da Beira Mar Norte (Florianópolis), por volta do ano de 2007 ou 2008 ele havia me confidenciado que estava muito decepcionado com o seu abandono, ostracismo... especialmente, depois que ficou doente (coração) e inválido para o trabalho, não podendo nem falar no nome Polícia Civil, Delegados... em razão do trauma causado por sua diáspora compulsória, da falta de foguetório quando da sua saída, do esquecimento... Dirceu Silveira ouviu atentamente meu relato e deu com os ombros, tudo na verdade era apenas “falatório”, e meu papel era registrar, registrar, e registrar...

Depois que saí do gabinete de Dirceu Silveira pensei na palestra que daria para duzentos policiais da próxima sexta-feira na Acadepol sobre História da Polícia, e que estava ali um bom tema para ser abordado: “A Queda...”,  digo, como se fazer para não ir de encontro ao abismo.

Horário: 23:30 horas:

Estava hospedado no Hotel Príncipe em Joinville e resolvi ligar para a Delegada Ester Fernanda Coelho  a fim de saber dos últimos acontecimentos. Ester, por incrível que pudesse parecer me atendeu quase que prontamente e foi fazendo o seu relato:

- “Olha, na Delegacia-Geral hoje o comentário é que o Secretário vai ser o Gercino (Procurador-Geral de Justiça), cruzes, ninguém gosta dele, se for ele o pessoal vai fazer muita pressão. Mas o comentário lá é de que o Gercino está ‘cotadíssimo’...”.

Interrompi:

- “Mas quem comentou isso?”

Ester respondeu:

- “Ah, o Moacir Bernardino foi um deles...”.

Argumentei:

- “Bom, mas o Gercino tem força, imagina, ele é Promotor de Justiça conhecido, mas será que vai deixar a Procuradoria-Geral? Vai  para onde? É claro que vão ter que dar um encaminhamento até ele ser promovido a Procurador de Justiça e daí a Secretaria de Segurança cai como uma luva. O Gercino tem apoio dos Promotores que elegeram ele como Procurador-Geral de Justiça, conhece a PM porque já atuou na Justiça Militar e também deve conhecer um pouco da Polícia Civil...”.

Ester me interrompeu:

- “Cruzes, Felipe, na gestão do Gercino foi que tivemos o maior número de denúncias do ‘MP’ contra Delegados e policiais civis. O pessoal não gosta dele, se for o nome do Colombo vai haver muita resistência...”.

Relatei a conversa que tive com Dirceu Silveira e perguntei se ela conhecia o Coronel Nazareno da PM e logo veio uma resposta tranquilizadora:

- “Conheço, sim, nossa, Felipe, que pessoa querida, tu precisavas ver, conheço muito, que pessoa...”.

Acabamos falando sobre os Coronéis Eliésio, Fernando e Luiz Henrique, mas nada de relevante, apenas que eram outros nomes possíveis no âmbito da “PM”. Ester ainda disse que tinha conversado com o Delegado Julio Teixeira durante à tarde e o mesmo se restringiu a comentar que estava tudo indo muito bem, sem entrar em detalhes ou se comprometer. Acabei relatando um pouco do que soube sobre os candidatáveis, desde Chapecó, onde a Delegada Regional Tatiana (e o Delegado Alex B. Passos) estava fazendo torcida para a ascensão de Maurício Eskudlark, em Rio do Sul para o Delegado Julio Teixeira, depois o Diretor do “Depoi” (Delegado Toninho) torcendo para o Promotor Onofre Agostini, em Jaraguá do Sul o nome em evidência era o do Promotor Grubba, em Florianópolis circulava os nomes de Julio Teixeira e do Juiz Geraldo Bastos...  Ester aproveitou para relatar que Maurício Eskudlark havia convidado o Delegado aposentado que se encontrava convocado para a “Assistência Jurídica” da Delegacia-Geral da Polícia Civil já há alguns anos, caso fosse eleito para Deputado Estadual, que fosse atuar no seu gabinete na Assembleia Legislativa como seu assessor, entretanto, o convite foi declinado na época. Ester contou que agora Moacir Bernardino mandou correspondência para Maurício querendo saber se o convite ainda estava de pé, só que até agora não teve retorno. Perguntei para Ester como foi o encontro da “Mulher Policial” em Foz do Iguaçu no último final de semana. Ester respondeu que tinha sido muito bom e que encontrou a Delegada Magali no evento e que sempre que passava por ela lembrava de mim... Aproveitei para reiterar:

- “Ester, imagina, oito meses de governo Pavan e me diga o que os Delegados, “amigos do Pavan” conseguiram, me diga? Carreira Jurídica? Olha no que deu? Conversei com o Dirceu aqui em Joinville hoje à tarde e ele me disse que a ‘PEC’ não vai ser aprovada, vai ficar para o próximo governo.  E de mais a mais, essa ‘PEC’ não iria adiantar em nada, só nos concederia um título”.

Ester argumentou que o Delegado Ademir Serafim acenava no sentido de achar que iria permanecer na direção da Polícia Civil. Dava para perceber que Ester estava prestigiada e era simpática ao Delegado-Geral Ademir Serafim, chegando a comentar que ele vestia a camisa da instituição, queria melhorar. Perguntei se ela soube alguma coisa do Delegado Valério Brito para o cargo de Delegado-Geral e ela respondeu que não ouviu nada a esse respeito. No final da conversa ficamos acertados que qualquer novidade nós faríamos contato.

Horário: 00:15 horas:

Mandei um e-mail para o Delegado Jair Pereira Duarte da Delegacia da Mulher de Araranguá, agradecendo a sua mensagem na rede, a respeito do projeto da “Procuradoria-Geral de Polícia” e comentando que o mesmo se constitui um segundo turno do projeto do sistema de entrâncias para Delegado. Na verdade atendi um apela para que postasse esse agradecimento ao Delegado que colocou na rede o meu nome e a proposta.