CATRAIA Canoa oval, com toldo de mescla. Ao redor da catraia tinha um banco enteriço, buliado, Seguindo o modelo do casco da catraia. Na proa ficava sentado o comandante, Mas não era pra vender beleza não, Era ele quem pegava firme nas falhas, uma espécie de remo, Que, pelo força dos braços do catraieiro, Tangia a catraia duma margem à outra do rio. O catraieiro movia com maestria as falhas da catraia, Iniciando sempre a travessia no sentido rio acima, Com remadas fortes, Pra depois relaxar um tantinho, Deixando a catraia descer um pouquinho Até ancorar suavemente na base da escadaria da outra margem do rio. Na minha querida Rio Branco antiga era assim, A gente atravessava o rio de catraia, Não tinha pontes. Muitos proprietários de catraias exibiam, orgulhosamente, Em pequenos mastros, as Bandeiras do Acre e do Brasil. Nunca tive medo de andar de catraia, Às vezes nem ia trabalhar Tamanho era o prazer que sentia em andar de catraia, De nela atravessar vagarosamente dum lado pro outro do rio.