Carta ao Filho de Deus que não conhece os PADRES

Eu vos escrevo FILHO, sabendo que você é uma pessoa ocupada com tantos afazeres cotidianos. Sei também que seu tempo está escasso. Mas vou apresentar a você uma proposta de repensar seu estilo de vida dentro da Igreja. Mas para isso, a temática que vou usar aqui não passa de um voltar às origens: SABER/CONHECER. Saber quem é o padre e CONHECER a riqueza deste Ministério com a seguinte interrogação: qual é o perfil dos padres dos novos tempos?

Vou usar apenas seis pontos nesta carta:

1) Inserido na comunidade presbiteral. À luz da colegialidade episcopal, surgiu a colegialidade presbiteral. No livro “O diário de um padre de aldeia” o padre é visto como parte de um presbitério. Precisamos converter à Igreja. Os padres precisam amar seu bispo. Cada padre forma, na paróquia, uma família. Recebe uma característica que é própria de uma unidade, uma família presbiteral.

2) Homem espiritual – místico. 1) Esta espiritualidade precisa ser tomada, possuído pelo espírito santo. 2) Somos instrumentos do Divino Espírito Santo, sendo um homem contemplativo: ver a vida com os olhos contemplativos: a) orante e adorante. Contemplar não é olhar a lugar nenhum, é, antes, olhar a vida com os olhos de Deus. Sem intimidade com Deus não há consistência com nenhuma espiritualidade. Intimidade com Jesus: adorar. B) ouvinte da Palavra de Deus. Ouvinte de minha palavra proclamada. C) ser padre Eucarístico. É o ponto central da entrega cotidiana. 3) num contínuo processo de crescimento e conversão. 4) ama a sua Igreja particular. Se sente membro e cultiva uma comunhão com o bispo.

3) Homem Querigmático. A) anúncio/denúncia profética. B) seguro na doutrina. Falar sabendo por que se fala. C) equilíbrio afetivo. D) conteúdo Cristológico. Anunciar Jesus pela pregação, testemunhar Jesus pela vida, celebrar Jesus na Eucaristia e servir Jesus no próximo.

4) Homem hospitaleiro. Acolher a pessoa com suas ideias. Assim, o padre precisa ser Pai, irmão e amigo do seu povo.

5) Homem da misericórdia. É uma dimensão do perdão, a qual precisa olhar os socialmente excluídos e os espiritualmente perdidos.

6) Homem da esperança. Viver a vida como um dia após o outro. O homem de esperança é aquele que vive olhando pra frente. Vive nas utopias, mesmo que elas sejam distantes.

O Padre do novo milênio é, antes de tudo, um homem. Sim. Um homem que se modela sua vida à vida de Cristo. Caro Filho, a Carta aos Hebreus sintetiza o meu saber/conhecer quando revela a missão do padre: “Todo sumo sacerdote, tirado do meio dos homens, é constituído em favor dos homens nas coisas que se referem a Deus. A sua função é exercer dons e sacrifícios pelos pecados. Desse modo, ele é capaz de sentir justa compaixão por aqueles que ignoram e erram, porque também ele próprio está cercado de fraqueza; e, por causa disso, ele deve oferecer sacrifícios tanto pelos próprios pecados como pelos pecados do povo. Ninguém pode atribuir a si mesmo essa honra se não for chamado por Deus...” (Hb 5,1‐4).

Pe. Joacir d’Abadia, autor de 7 livros

Coord. da Pastoral da Educação (Diocese de Formosa-GO)

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