Carta ao Filho de Deus que não conhece os PADRES
Publicado em 16 de julho de 2014 por Joacir Soares d'Abadia
Carta ao Filho de Deus que não conhece os PADRES
Eu vos escrevo FILHO, sabendo que você é uma pessoa ocupada com tantos afazeres cotidianos. Sei também que seu tempo está escasso. Mas vou apresentar a você uma proposta de repensar seu estilo de vida dentro da Igreja. Mas para isso, a temática que vou usar aqui não passa de um voltar às origens: SABER/CONHECER. Saber quem é o padre e CONHECER a riqueza deste Ministério com a seguinte interrogação: qual é o perfil dos padres dos novos tempos?
Vou usar apenas seis pontos nesta carta:
1) Inserido na comunidade presbiteral. À luz da colegialidade episcopal, surgiu a colegialidade presbiteral. No livro “O diário de um padre de aldeia” o padre é visto como parte de um presbitério. Precisamos converter à Igreja. Os padres precisam amar seu bispo. Cada padre forma, na paróquia, uma família. Recebe uma característica que é própria de uma unidade, uma família presbiteral.
2) Homem espiritual – místico. 1) Esta espiritualidade precisa ser tomada, possuído pelo espírito santo. 2) Somos instrumentos do Divino Espírito Santo, sendo um homem contemplativo: ver a vida com os olhos contemplativos: a) orante e adorante. Contemplar não é olhar a lugar nenhum, é, antes, olhar a vida com os olhos de Deus. Sem intimidade com Deus não há consistência com nenhuma espiritualidade. Intimidade com Jesus: adorar. B) ouvinte da Palavra de Deus. Ouvinte de minha palavra proclamada. C) ser padre Eucarístico. É o ponto central da entrega cotidiana. 3) num contínuo processo de crescimento e conversão. 4) ama a sua Igreja particular. Se sente membro e cultiva uma comunhão com o bispo.
3) Homem Querigmático. A) anúncio/denúncia profética. B) seguro na doutrina. Falar sabendo por que se fala. C) equilíbrio afetivo. D) conteúdo Cristológico. Anunciar Jesus pela pregação, testemunhar Jesus pela vida, celebrar Jesus na Eucaristia e servir Jesus no próximo.
4) Homem hospitaleiro. Acolher a pessoa com suas ideias. Assim, o padre precisa ser Pai, irmão e amigo do seu povo.
5) Homem da misericórdia. É uma dimensão do perdão, a qual precisa olhar os socialmente excluídos e os espiritualmente perdidos.
6) Homem da esperança. Viver a vida como um dia após o outro. O homem de esperança é aquele que vive olhando pra frente. Vive nas utopias, mesmo que elas sejam distantes.
O Padre do novo milênio é, antes de tudo, um homem. Sim. Um homem que se modela sua vida à vida de Cristo. Caro Filho, a Carta aos Hebreus sintetiza o meu saber/conhecer quando revela a missão do padre: “Todo sumo sacerdote, tirado do meio dos homens, é constituído em favor dos homens nas coisas que se referem a Deus. A sua função é exercer dons e sacrifícios pelos pecados. Desse modo, ele é capaz de sentir justa compaixão por aqueles que ignoram e erram, porque também ele próprio está cercado de fraqueza; e, por causa disso, ele deve oferecer sacrifícios tanto pelos próprios pecados como pelos pecados do povo. Ninguém pode atribuir a si mesmo essa honra se não for chamado por Deus...” (Hb 5,1‐4).
Pe. Joacir d’Abadia, autor de 7 livros
Coord. da Pastoral da Educação (Diocese de Formosa-GO)