Na perspectiva da revolução científica, efetivada no século XX, que teve início com a origem da teoria da relatividade, elaborada pelo físico teuto-americano Albert Einstein. Desse modo, o filosofo tem como principal finalidade fazer uso da filosofia valorizando a historicidade da epistemologia, e de alguma forma, da relatividade com alguma materialidade em estudo. Pois, a relatividade de Albert Einstein procura romper com as ciências clássicas, sobretudo com a teoria clássica da Física de Isaac Newton.

Um objeto, portanto, não pode ser mais entendido em sua fundamentação absolutista. Desse modo, a consciência crítica epistemológica não deverá ser desenvolvida em sua direção contínua, pois as estruturas são radicais, colocando em descontinuidades a relação da descontinuidade dos paradigmas. A nova ideia científica se fundamenta na descontinuidade, também com os procedimentos do senso comum.

Devem, portanto, ser eliminadas as opiniões e preconceitos, sob este aspecto a ruptura epistemológica exige certa radicalidade a respeito da ciência contemporânea, segundo o professor Edjar Dias de Vasconcelos (2015), em relação ao senso comum e por outro lado, a ruptura absoluta aos velhos paradigmas. Uma vez que Gaston Bachelard valoriza o caminho histórico das ciências. Para ele, o conhecimento não poderá ser efetivado ao longo da História, pois os saberes científicos não devem ser compreendidos apenas em referências aos seus acúmulos.

O mundo praxiológico, as ciências se realizam pelo mecanismo das reificações, em uma lógica dialética em que o conhecimento se faz por meio do entendimento dos eus interiores. Nesse sentido, conforme G. Bachelard, o saber construído é naturalmente a formulação edificada do entendimento anterior. Entende-se o passado condenando-se sua historicidade. A lógica é a estrutura dos erros paradigmáticos históricos.

Com efeito, pensamos a construção de um paradigma verdadeiro negando sua anterioridade, o que significa retificação histórica dos erros que no passado foram construídos como ilusões epistemológicas. A grande questão colocada por Gaston Bachelard, a descontinuidade lutando, com efeito, contra a perenidade das ideias e os seus paradigmas.

O movimento de análise das ciências que devem progredir em seus fundamentos, portanto, segundo os avanços epistemológicos substanciais em permanentes revisões. Ajustes e modificações em percepção aos paradigmas. O conhecimento por natureza não é óbvio, podendo se totalmente empírico, deste modo, antes de construir o saber é necessário destruir referências em relação às construções passadas. Desse modo, devem-se formular perspectivas para as construções.

Este movimento que é dialético e relativamente objetivo fundamenta-se a nova epistemologia, portanto, a radicalização contra o empirismo na valorização do racionalismo, o que de algum modo não seria aplicável às ciências naturais em sua completude. Com efeito, Gaston Bachelard entende que a nova epistemologia na sua complexidade não só se completa apenas por meio das aproximações empíricas sobre os objetos. O primado da análise em referência à realidade. O cientista procura aproximar-se da compreensão do objeto, de um caminho paradigmático sustentável.

A explicação racional da logística paradigmática, entretanto, o método científico para Gaston Bachelard não é direto, imediato, no entanto, no uso da razão a distinção em relação às ciências anteriores ao século XX, a valorização do racionalismo contrário ao empirismo. O conhecimento científico solidário ao racionalismo sendo que o mesmo atende às necessidades do novo método. O racionalismo aplicado ao novo espírito científico sustenta-se na dialética entre relativa experiência e a teoria.

Sendo que a lógica cognoscente é determinada pelo objeto e o sujeito dialeticamente em pesquisa. Outro aspecto que deve ser compreendido: Os obstáculos epistemológicos, em relação à sua obra clássica A Formação do Espírito Científico, escrita em 1938, pois o conhecimento é uma contínua superação dos paradigmas anteriores na destruição dos conhecimentos não bem elaborados.

É fundamental para superar um obstáculo o entendimento por parte dos cientistas que tal procedimento precisa ser neutralizado por impedir o desenvolvimento das ciências, pois, comprometeria a natureza fundamental da pesquisa, sendo os principais obstáculos além dos velhos paradigmas, o senso comum e a opinião cultural antropológica.

Um grande obstáculo à aplicação do método empírico a realidade social, portanto, devido à motivação positivista embutida na metodologia empírica. O universo social é completamente diferente das ciências naturais. A aplicação do racionalismo lógico não positivista sendo, com efeito, a estrutura da verdade analítica. O fato fenomenológico por si só não diz nada. O uso da metodologia, da hipótese levantada teoricamente; o estudo dos fatos analisados cientificamente, quanto à posição de uma simples teoria com entendimento da hipótese pode constituir-se em um obstáculo.

Outro grande obstáculo à transgressão de ideologias como, por exemplo, o Positivismo, a possível neutralidade científica como foi proposto por Max Weber. A utilização de método de pesquisa para uso do preconceito como fundamento possivelmente científico, quando é apenas ideologia. Na verdade, são diversos obstáculos para a construção de um saber realmente desvinculado de mistificações proposta epistemológica formulada por Gaston Bachelard (1938), perspectiva da formação do espírito científico, contribuição para uma psicanálise do conhecimento. Com tradução de Estela dos Santos Abreu (1996), pela editora Contraponto, Rio de Janeiro-RJ.