Atualmente o atendimento médico e odontológico configuram um grande problema de saúde pública em virtude da pouca disponibilidade de profissionais disponíveis e dispostos a residir em localidades mais afastadas das capitais brasileiras. É fato que a atenção primária não está sendo suficientemente capaz em debelar o acentuado número da demanda populacional e que mesmo com o declínio da taxa de mortalidade infantil no Brasil, o Nordeste ainda apresenta a maior taxa em comparação com as demais regiões brasileiras de acordo com o censo de 2010. Devido à pouca orientação, escovação ineficiente e equivocada, alimentação inadequada, comorbidades entre outros, tem ocorrido um alto índice de problemas odontológicos relacionados à cárie, gengivite e perda dentária precoce. A população carente encara a perda total dos dentes como algo normal e natural com o avanço da idade. Sem informação sobre prevenção, problemas como precariedade na saúde bucal, traumatismos, cárie e doença periodontal vão se agravando até chegar a um episódio de dor, e o paciente, sem acesso a um atendimento odontológico ambulatorial na rede pública de saúde, não tem outra escolha senão a extração do elemento dentário. No tocante ao atendimento médico pode-se observar não aderência ao tratamento preconizado; restrição de acesso à consulta médica, realização de exames solicitados, obtenção de medicamentos prescritos; dificuldade em realizar mudança de estilo de vida e um não cumprimento das recomendações solicitadas pelos profissionais de saúde, decorrendo assim, uma baixa qualidade de vida populacional. Em virtude disso, a população procura de forma equivocada o atendimento nas emergências dos hospitais, superlotando um serviço essencial para atendimento voltado ao paciente crítico, onde terão baixa resolutividade para seus problemas crônicos.