CANTADOR

                                   AUTOR: Paulo Roberto Giesteira

Sozinha fica a estrada sem nenhum passageiro,

Vendo por onde se inicia sem ninguém num vazio e atoa,

Terminando, dobra as esquinas numa neblina que sobrevoa,

Clara e vidente as coisas nos seus silenciosos paradeiros.

Sozinhas ficam as árvores nestas estradas sem nenhum forasteiro,

Não se vê tráfegos cruzando os espaços ocupados pelas falcatruas,

Nem sombras que se associam as almas boas e más que ficam nuas,

Lá longe um sombrio que assopra no ritmo de alguém que é companheiro.

Perdida, parece muito mais longa por onde jamais terminará,

Infinitas por alguém que a percorre talvez como inspirado cancioneiro,

A cada volta, contorno, entorno ou partida, por onde alguém a percorrerá.

Perseguida pelas farturas ou mínguas pelos passos dos acertos ou dos erros:

Sobre as milhas pelejadas pelos trilhos melodiosos que o chão pontuará;

Nas andanças dos coros nos refrãos seguidos dos passeios pelos cânticos seresteiro.