Campanha: Inclusão de todos (as) os (as) alunos(as) e o respeito às suas diferenças

 

Gean Karla Dias Pimentel

Graciele Castro Silva

Renata Rodrigues de Arruda

 

 

A função da educação não se reduz à transmissão formal de conhecimentos, sendo a escola um espaço público para a promoção da cidadania. Baseado nesse contexto e como futuros educadores nos encontramos em várias situações no dia a dia a qual temos que trabalhar a realidade de cada indivíduo, um dos temas mais abordados seja na mídia ou em sala de aula é a homofobia.        

A prática preconceituosa de raça, de classe, de gênero ofende a substantividade do ser humano e nega a democracia.... O que quer dizer o seguinte: que alguém se torne machista, racista, classista, sei lá o quê, mas se assume como transgressor da natureza humana... Qualquer discriminação é imoral e lutar contra ela é um dever por mais que se reconheça a força dos condicionamentos. (FREIRE,1996, p. 60)

Levando em consideração a vivência escolar podemos destacar que a discriminação é uma prática social que marca o cotidiano das escolas com isso podendo acarretar graves danos pessoais e sociais.

Numa escala crescente, a reação radicalmente mais negativa pode ser classificada como homofobia, que se trata do sentimento aversivo e que, segundo alguns estudiosos, encontra sua origem nas mesmas motivações que fundamentam o racismo e qualquer outro preconceito (BLUMENFELD, 2002).

Sendo assim esse projeto tem por objetivo retratar aos alunos e a comunidade em geral as consequências da homofobia e como podemos aborda-la dentro da escola a fim de evidenciar a diversidade como um evento natural, portanto passível de respeito.

A homofobia é uma produção histórica cultural onde teorias são criadas, defendidas, justificadas nas ciências e leis, e a escola inserida nessas condições históricas as reproduz e reafirma o que a sociedade exige dela.                    A homossexualidade, que numa breve definição significa a afinidade por pessoas do mesmo sexo, ainda é vista como um tabu pela sociedade moderna. O fato de se ter um indivíduo “transgressor” das convenções sociais convivendo no mesmo espaço, gera um conflito de sentimentos que pode ir da indiferença ao desejo de exclusão.

A educação é uma ferramenta que pode vir a auxiliar na superação desses processos discriminatórios, sendo ela um espaço de socialização para a diversidade.

No cotidiano escolar vemos até mesmo no material didático a escassez de textos e atividades que façam com que alunos e professores abordem de maneira mais aberta a temática da homofobia, citemos, por exemplo, a abordagem da sexualidade, prevalece à timidez, sobretudo por controvérsias morais sobre a pertinência de se tratar a questão com adolescentes.                               Baseados nesses fatores abordados anteriormente irá se realizar uma abordagem do tema homofobia através de campanha educativa onde o alicerce será a escola em conjunto conosco os professores e os multiplicadores serão os alunos dentro da comunidade.

 

Como planejar a campanha?

 

Através de reuniões com educadores de diversas disciplinas iremos reunir ideias que possam ser trabalhadas de forma multidisciplinar, ou seja, envolvendo todo o corpo docente, toda a comunidade e os alunos. Para que tal processo seja realizado serão elaboradas mini oficinas com os professores onde através de textos serão relatados depoimentos de pessoas que sofreram algum tipo de preconceito homofóbico, trechos de filmes e relatos de experiências dentro e fora das salas para que com isso possa ser elaborada as atividades a serem trabalhadas com os alunos no âmbito escolar.

O programa deverá ser definido como um conjunto de estratégias psicopedagógicas que se fundamenta sobre princípios de solidariedade, tolerância e respeito às diferenças. Para tal o nome a ser escolhido será: Inclusão de todos (as) os (as) alunos(as) e o respeito às suas diferenças.

 

 

Atividades a serem desenvolvidas

Assim a disciplina de matemática e geografia determinariam os percentuais e as regiões onde o índice de intolerância da sociedade seria maior e as causas desse fator, para isso seria elaborado em conjunto com os alunos um mapa da Homofobia no Brasil que após a sua confecção seria exposto para a comunidade.

Os professores de português teriam que abordar através de textos sobre o combate a homofobia, e após essa leitura elaborar cartilhas com ilustrações que possam ter o intuito de demonstrar através de situações cotidianas onde e quando ocorrem as situações caracterizadas como homofóbicas.

Quanto a ciências e a história poderia ser realizado um estudo de como era tratada a sexualidade no passado. Trabalhar textos que abordem, por exemplo, distinção dos conceitos de sexo e sexualidade; Histórico dos atos homofóbicos atuais e suas consequências.

Os professores de artes, de informática e educação física elaborariam cartazes com recorte e colagem ou em PowerPoint do que é a homofobia e como ela se expressa na convivência dentro e fora do âmbito escolar.

Todo o desenvolvimento do projeto sugere-se um cronograma mínimo de dois meses, inicialmente, porém passível de alterações.

Levando em consideração que todo o processo pedagógico envolvido culminaria em apresentações em formato de feira cultural para a comunidade em geral, como forma de conscientizá-los que ser homofóbico é ser intolerante, é uma forma de ser cruel com seu semelhante e só prejudica o desenvolvimento escolar e afetivo de cada indivíduo.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

O Projeto Inclusão de todos (as) os (as) alunos(as) e o respeito às suas diferenças, determinaria uma nova visão da sociedade onde devemos respeitar as diferenças e repassar as próximas gerações conceitos de amor, de tolerância, da igualdade como princípio ético para uma sociedade justa e que respeite à diversidade de valores e comportamentos relativos à sexualidade em suas diferentes formas de expressão.

Durante todo o processo foram detectadas algumas dificuldades, mas observamos possibilidades educacionais no que diz respeito a trabalhar à temática homofobia na escola por meio dos desdobramentos existentes nas escolas, ou seja, através de diálogos e ações que envolvam periodicamente os alunos e toda a comunidade escolar.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

BLUMENFELD, W. J. In Homofobia: Causas e Consequências. Disponível em http://homofobia.com.sapo.pt/internalizada.html. Portugal, 2002. Acessado em 09/11/2012.

 

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática

educativa. São Paulo: Paz e terra, 1996.

 

GUIA PARA EDUCADORES(AS). Educando para a diversidade. Curitiba: jun. 2006. CEPAC.