Ah, Camomila! 

Era uma noite fria quando ela chegou para transpor o brilho da lua. Com graça, altiva, sorridente e cheia de mistério, percorria o caminho ao meu lado, de mãos dadas. Sua presença causava tranquilidade, assim como o colo quentinho de mãe.

O caminho era em direção à luz, luz dourada que aquece, que acalenta, que dá paz e dá força. Força para seguir firme, de cabeça erguida, sem dúvidas ou medos. Luz dourada que protege como escudo, que inebria, que encanta, que te faz ter vontade de se entregar em totalidade.

A cada passo um botão de flor se abria, como se traduzisse meus sentimentos. A cada passo uma nova descoberta (ou talvez  redescoberta), um florescimento do meu Eu mais profundo, que não suporta mais estar afogado, estar apagado, estar em silêncio.

Ah, Camomila! Querida Camomila! Envolvente Camomila! Divindade Feminina de poder, hoje somos uma. Nos abraçamos, numa dança de felicidade, onde a música que nos embala é uma suave nota que bendiz os ouvidos, os ouvidos do coração. E neste abraço nos fundimos, nos mesclamos, nos enraizamos, deixando marcas uma na outra.

Teu aroma, teu gosto, tua cor me penetram, se transformando no combustível que me faz arder, dando-me a energia necessária para ascender e flutuar. Flutuar sem me preocupar!

Salve a Camomila! Salva a Matricária!