A política de destaque às rodovias no governo de Juscelino Kubistcheck, na década de 1950, foi lucrativa para as corporações automobilísticas norte-americanas e iniciou um longo processo de sucateamento da malha ferroviária brasileira, com desativação progressiva de trechos considerados “pouco lucrativos”, degradação do material rodante e precarização dos serviços oferecidos aos passageiros.

Há quem afirme que esta conduta foi intencional, visando piorar a qualidade e segurança do serviço ferroviário a ponto da população desejar ou ao menos não se posicionar contra a privatização. Outros defendem que o descuido com as ferrovias foi apenas uma consequência da priorização dos investimentos nas rodovias e falta de visão a longo prazo, causada pela nomeação de diretores baseando-se em alianças políticas e não competência técnica, o que levou a decisões tomadas por funcionários do alto escalão que não tinham conhecimento do assunto, mas possuíam autoridade para impô-las.

Fato é que na década de 1990, com a tendência neoliberal, as estradas de ferro brasileiras foram privatizadas com preços abaixo do mercado internacional e promessas de um transporte de melhor qualidade, o que não aconteceu.

O Brasil se ofereceu para sediar a Copa o Mundo e Olimpíadas, dois eventos que para receber eficientemente um grande número de turistas necessitam de pesados investimentos na rede de transportes e até o momento o país mal está dando conta de reformar os estádios de futebol. É aguardar e torcer para que haja melhoras da infra-estrutura dos transportes que pode ficar como herança destes eventos para as próximas gerações de brasileiros, quem sabe acontecendo uma retomada do transporte ferroviário de passageiros no Brasil.