Caderneta de Poupança: O que explica os movimentos de depósitos e saques

Por Wagner Nascimento Batista | 25/08/2020 | Economia

FUNDAÇÃO ESCOLA DE COMERCIO ÁLVARES PENTEADO 

FECAP

 

CENTRO UNIVERSITÁRIO ÁLVARES PENTEADO

 

MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO

 

 

 

WAGNER NASCIMENTO BATISTA

 

 

 

CADERNETA DE POUPANÇA: O QUE EXPLICA OS MOVIMENTOS DE DEPÓSITOS E SAQUES?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

São Paulo

 

2020

 

 

WAGNER NASCIMENTO BATISTA

 

 

 

 

 

CADERNETA DE POUPANÇA: O QUE EXPLICA OS MOVIMENTOS DE DEPÓSITOS E SAQUES?

 

 

 

 

 

 

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado Profissional do Centro Universitário Álvares Penteado, como requisito para obtenção do título de Mestre em Administração. 

 

 

Orientadora: Prof.ª Dra. Raquel de Freitas Oliveira

Coorientador: Prof.º Dr. Matheus Albergaria de Magalhães

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

São Paulo

2020

 

FUNDAÇÃO ESCOLA DE COMÉRCIO ÁLVARES PENTEADO - FECAP

CENTRO UNIVERSITÁRIO ÁLVARES PENTEADO

 

Prof. Dr. Edison Simoni da Silva

Reitor

 

Prof. Dr. Ronaldo Fróes de Carvalho

Pró-reitor de Graduação

 

Prof. Dr. Alexandre Garcia

Pró-reitor de Pós-Graduação

Coordenador de Mestrado em Ciências Contábeis

Coordenador de Mestrado Profissional em Administração

 

 

 

 

WAGNER NASCIMENTO BATISTA

 

 

CADERNETA DE POUPANÇA: O QUE EXPLICA OS MOVIMENTOS DE DEPÓSITOS E SAQUES?

 

 

 

Dissertação apresentada ao Centro Universitário Álvares Penteado, como requisito para a obtenção do título de Mestre em Administração.

 

 

COMISSÃO JULGADORA:

 

 

_________________________________________________

Prof.º Dr. Francisco Henrique Figueiredo de Castro Junior

Universidade de São Paulo – USP

 

_________________________________________________

Prof.º Dr. Heber Pessoa da Silveira

Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado – FECAP

 

 

_________________________________________________

Prof.º Dr. Matheus Albergaria de Magalhães

Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado – FECAP

Professor Coorientador

 

 

_________________________________________________

Prof.ª Dra. Raquel de Freitas Oliveira

Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado – FECAP

Professora Orientadora – Presidente da Banca Examinadora

 

 

 

 

 

São Paulo, 19 de março de 2020.

AGRADECIMENTOS

 

Agradeço à Instituição FECAP pela oportunidade de aprimorar o conhecimento e pelo apoio sempre dispensado.

À orientação recebida da Prof.ª Dra. Raquel de Freitas Oliveira e a Coorientação concedida pelo Prof.º Dr. Matheus Albergaria de Magalhães, a estes um agradecimento especial pelo tempo dedicado em auxiliar na realização deste estudo e pelo compartilhamento de conhecimento e experiências.

Aos membros participantes da banca, Prof.º Dr. Heber Pessoa da Silveira e ao Prof.º Dr. Francisco Henrique Figueiredo de Castro Junior, pelas valiosas contribuições, ideias e orientações adicionais.

Aos demais professores do programa de Mestrado, ratifico o agradecimento pela troca de experiências e ensinamentos obtidos.

A todos os colegas do curso, agradeço pelo convívio, pelo apoio e pela amizade. Que este contato seja fortalecido com o passar do tempo.

A minha família (pais e irmãs) e amigos que sempre incentivaram para nunca desistir, apesar de toda turbulência e correria do dia a dia.

E, em especial ao meu amado filho Arthur Vieira, pela paciência e compreensão pela minha ausência durante este curso. Espero que tenha sempre em mente que tudo que fiz e faço é para servir de exemplo a você.


 

 

 “Tenha em mente que tudo que você aprende na escola é trabalho de muitas gerações. Receba essa herança, honre-a, acrescente a ela e, um dia, fielmente, deposite-a nas mãos de seus filhos”.

Albert Einstein

 

Resumo

Batista, W. N. (2020). Caderneta de poupança: O que explica os movimentos de depósitos e saques? (Dissertação de Mestrado). Centro Universitário Alvares Penteado, Fundação Escola de Comércio Alvares Penteado – FECAP, São Paulo – SP, Brasil.

A caderneta de poupança é um dos produtos de investimentos mais populares e tradicionais no Brasil, mesmo havendo outros produtos que oferecem maior rentabilidade com risco semelhante ou inferior. Existe então uma oportunidade para que agentes de investimento (autônomos, ou ligados a instituições financeiras) ofereçam alternativas mais eficazes a seus clientes e, ao mesmo tempo, para que ações de educação financeira instruam os potenciais investidores quanto à relação entre rentabilidade e risco. Para buscar entender o fenômeno da atratividade do público ao produto caderneta de poupança, este estudo investiga os fatores que potencialmente se relacionam ao montante aplicado em caderneta de poupança no país, de dezembro de 2001 (período em que se inicia a disponibilidade de dados deste meio de pagamento no Sistema Gerenciador de Séries Temporais – SGS) a dezembro de 2018, por meio do modelo econométrico Vetores Auto Regressivos (VAR). Dentre os fatores macroeconômicos avaliados estão: o Índice mensal do Produto Interno Bruto (PIB) e o Índice mensal do Emprego Formal. Os fatores financeiros são: a variação mensal obtida através da diferença em pontos percentuais entre a rentabilidade do Certificado de Depósitos Interbancários (CDI) e a rentabilidade da caderneta de poupança e, o Índice Bovespa (IBOVESPA). A variável explicada do estudo é a participação da caderneta de poupança no agregado monetário M4. Investiga-se também um fator relativo ao fenômeno conhecido por poupança preventiva, representado pelo do índice do emprego formal. Os resultados não sugerem a existência de poupança preventiva, pois foi encontrada uma relação positiva e significante do emprego formal com o saldo da caderneta de poupança relativo ao agregado M4. O PIB também apresentou uma relação positiva e significante, ou seja, um aumento do PIB está relacionado a um investimento maior em poupança. A variável relacionada à rentabilidade possui relação marginal com o saldo da caderneta de poupança. Finalmente, o retorno do Ibovespa apresenta uma relação negativa e significante com o montante investido na caderneta de poupança. Em outras palavras, um crescimento no retorno das ações está relacionado a uma redução dos investimentos na poupança.

 

Palavras Chaves: Caderneta de poupança. Investimentos e Vetores Auto Regressivos.


1 Introdução

A caderneta de poupança é um dos produtos de investimentos mais populares e tradicionais no Brasil. No mês de dezembro de 2018, os recursos captados nesta modalidade de investimento representavam aproximadamente 40% do volume financeiro dos investimentos de todo o segmento varejo e 65% do varejo tradicional (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais [ANBIMA], 2018). Contudo, trata-se de um produto de investimento de baixa rentabilidade, menor do que outros produtos de risco semelhante ou inferior. Existe então uma oportunidade para que agentes de investimento (autônomos, ou ligados a instituições financeiras) ofereçam alternativas mais eficazes a seus clientes e, ao mesmo tempo, para que ações de educação financeira instruam os potenciais investidores quanto a relação entre rentabilidade e risco.

Para isso, é desejável entender o fenômeno da atratividade do público ao produto caderneta de poupança. Uma questão importante é compreender o que explica a variação do saldo mensal desta variável.

O objetivo deste estudo é investigar de forma quantitativa os fatores que se relacionam à fração do montante aplicado em caderneta de poupança no país, tendo por base o agregado monetário M4 no período de 2001 (ano em que inicia a disponibilidade de dados deste meio de pagamento no Sistema Gerenciador de Séries Temporais – SGS) até o ano de 2018.

Por meio da estimação de modelos de Vetores Auto Regressivos (VAR), serão investigados fatores que potencialmente explicam a variação mensal do saldo da caderneta de poupança no Brasil. Analisam-se fatores relacionados à conjuntura econômica, como o Produto Interno Bruto (PIB) e o nível do emprego no país, medido pelo do Índice de Emprego Formal, fatores financeiros resultantes da diferença em pontos percentuais entre rentabilidade mensal do Certificado de Depósito Interbancário (CDI) e a rentabilidade mensal da caderneta de poupança (na regra de remuneração após 03/05/201) e, a variação mensal do Índice Bovespa (IBOVESPA). O fator relativo a uma avaliação da necessidade/interesse das pessoas em reservar parte de seus rendimentos para se protegerem de incertezas futuras, fenômeno conhecido por poupança preventiva (precautionary savings) nesse caso, representado pela variação mensal do índice do emprego formal também será analisado.

O principal resultado apresentado é que a porcentagem do investimento em poupança relativo ao agregado M4 está positivamente correlacionada com a variação do PIB e do Emprego Formal nos períodos anteriores, de modo que um aumento de uma das variáveis leva a um aumento na captação da caderneta de poupança, enquanto a rentabilidade do Ibovespa está negativamente relacionada com a captação da poupança. A rentabilidade da caderneta de poupança relativo ao CDI possui relação marginal com a captação da poupança.

Além desta introdução, o presente estudo se divide com a seguinte estrutura: a Seção 2 apresenta o Referencial Teórico, enfocando estudos realizados acerca do ato de poupar, da poupança preventiva (precautionary savings) e do comportamento do investidor em determinados períodos de sua vida.  A seção apresenta também uma contextualização do panorama de investimentos no Brasil, destacando a evolução dos saldos dos depósitos e da captação líquida caderneta de poupança no país, as principais alterações normativas ocorridas no período de janeiro de 2001 a dezembro de 2018, avalia a sensibilidade da caderneta de poupança em relação aos produtos alternativos para investimentos e apresenta uma análise do comportamento da caderneta de poupança em relação à base monetária.

A Seção 3 apresenta as hipóteses testada neste estudo. O detalhamento da Metodologia a ser utilizada é apresentado na Seção 4, em que se estima o comportamento do saldo da caderneta de poupança com base no agregado monetário M4 utilizando a técnica VAR (Vetores Auto Regressivos) e os resultados apurados. Por último, a Seção 5 apresenta as considerações finais.


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