O castigo de quem ama é ter que viver longe de seu amor, é ter que suportar a dor, ao andar por um vale sombrio inebriado de rancor.

A recompensa de quem ama é sentir o amor de perto é ser água no deserto ao andar por onde for, e a todo instante ser correto, o real consolador.

  Consolador ou consolado, mesmo estando inebriado, demonstrando o quanto ama, mas querendo ser amado, amado com amor, amado com carinho, solitário, mas nunca sozinho.

Sozinho não! Apenas só de solidão, solidão que mata e que corrói por dentro, dilacera o pensamento e é o pior dos sentimentos.

Solidão que destrói; o amor que constrói, solidão que mata; o amor que é vida, solidão que enfada, solidão que é bandida, bandida que rouba e dá pavor; mas está sempre foragida, pois, o amor é caçador.

O amor caça, tranca, a prende na masmorra, vai a forra e comemora, e a solidão está sozinha e suas lágrimas não controla, cada hora parece um dia e ela diz: onde está minha alegria , sou apenas uma senhora  e necessito ir lá fora.

O amor que é compassivo é leal e companhia se esquece do quanto ela apavora e abre a porta e a consola, a solidão que é canalha o seduz para escapar, o amor se atrapalha e não consegue nem pensar, dá um grito:

- Vá embora! Vou ficar aqui trancado, vou ficar encarcerado, vou ficar em seu lugar!

A solidão está na rua, está tentando nos achar, sei que a culpa não é preciso confessar e procurar algum caminho onde ela não está.

Mas o amor está carente e está tentando nos achar, porque a gente de repente não decide se amar?

André Rocha Lemos