*Rafaela de Morais Barbosa Vieira

RESUMO

Este artigo tem como objetivo, apontar causas, responsabilidades dos pais e escola, além de possíveis soluções para o Bullying no Ensino Médio. É notável que o tema tem sido discutido em vários lugares, todos conhecem o termo e sua definição, porém nem sempre tem sido encarado como deveria, apesar de muito comentado.

É muito comum escutarmos que crianças e jovens, negros, baixa renda, portadores de alguma necessidade especial, “CDFs”, crianças acima do peso, sofrerem algum tipo de violência, realmente essas crianças estão mais propensas a sofrerem algum tipo de preconceito, até mesmo por sua baixa alto estima que geralmente fica mais exposta, o que é importante verificar é que nem sempre acontece  nesta ordem, muita das vezes adolescentes em muita evidencia, e de varias classes sociais, pode sofrer bullying, por exemplo temos o caso que recentemente foi divulgado nas redes sociais, sobre uma garota de pele branca, magra, cabelos pretos e olhos azuis, padrão de beleza tido como ideal, ela tinha acabado de chegar na escola à apenas 3 dias, e por chamar a atenção dos rapazes, despertou nas outras garotas ciúmes, que foi suficiente para que matassem a recém chegada. Esse caso evidencia que a violência hoje está mais relacionado a incapacidade do ser humano lidar com as diferenças e aceitar seus defeitos e qualidades.

Os jovens enfrentam grande desafio na sociedade atual, querem está dentro do padrão, serem sempre bons. E encarar fracassos se torna inadmissível, querem ganhar no grito e na força.

Muito de nossos adolescentes tem enfrentado bullying nas escolas, e além de sofrerem internamente, isso irá acarretar outros problemas como a evasão nas instituições, como reprovações constantes, esses alunos estão mais propensos a serem antissociais, sem relações afetivas, além de como defesa se tornarem possíveis agressores, em alguns casos esses adolescentes passam meses, anos acumulando frustações, sendo amargurados, sem perspectivas, devido aos traumas sofridos por conta da violência, e chegam até ao suicídio.

O bullying é um problema de saúde e social.

 

Palavras chave: Bullying no Ensino Médio, Escola-Professor Responsabilidades.

 

 

A violência, ou "agressividade", tão própria do Bullying, é um comportamento que surge desde muito cedo quando buscamos chamar a atenção para nós mesmos, como através de atitudes de ambição e coragem. Se o Bully, então, é um indivíduo agressivo, é porque aprendeu a reagir sempre no contexto de uma competição, de uma disputa, quase sempre para tentar, justamente, evitar uma situação em que ele próprio seja o excluído. Não convive bem com as críticas, além de desejar conquistar a tudo que tem interesse a qualquer preço, numa espécie de "conduta ambiciosa". (Artigo; Publicado por: José Henrique P. e Silva as 20:15).

 

INTRODUÇÃO

São inúmeros os tipos de agressões vividas no cotidiano escolar, todos acabam sendo vitimas da crueldade da mente e do comportamento daquele que se julga detentor da força e da capacidade de agredir e ficar impune, são os denominados “valentões” que particularmente prefiro chamar de covardões, sim covardes por encarar suas próprias frustações, menosprezando e agredindo o próximo sem ao menos conhecer a história, os limites, medos e anseios da vitima.

De forma quase “natural” os mais fortes utilizam-se dos mais frágeis como meros objetos de diversão, prazer e poder, com o intuito de maltratar, intimidar, humilhar e amedrontar suas vítimas. (Bullying- mentes perigosas nas escolas; por: Ana Beatriz Barbosa Silva).

Existe vários tipos de bullying inclusive o virtual, hoje tem sido muito comum, adolescentes sofrerem com agressões virtuais.

O bullying não acontece apenas pessoalmente, milhares de adolescentes tem sofrido bullying virtual, nas escolas tem-se multiplicado como vírus, e faz sofrer a vitima, pois ele não acaba quando chega o final da aula e chega-se ao conforto do lar, o problema  fica ali piscando na tela do computador, lembrando que milhares de pessoas estão tendo acesso a informações falsas ou verídicas ao qual a vitima não queria torna-las publicas, coisas pessoais, intimas que só cabem a própria pessoa.

 

Além de sofrem nas escolas por alguma diferença, alguns jovens, tem sofrido todos os dias a pressão em que a mídia e até mesmo pais e professores colocam sobre seus ombros. A imposição do belo, perfeito e acabado, a ideia de que existe padrão de beleza, de cultura, de status, de inteligência, tem sido grandes fatores que contribuem para o despertar em alguns jovens imorais e sem escrúpulos, o argumento perfeito para ofenderem ou violentarem qualquer que seja ou que esteja fora do padrão estabelecidos em seus próprios critérios.

O ser humano não nasce com uma mentalidade, ou com o caráter formado, a interação com o meio ao qual é inserido, acaba por constituir o ser de maneira benéfica ou maléfica, e é neste ponto que devemos refletir, se a interação nos constitui, é importante um olhar individual sobre cada aluno, além do olhar sobre a ótica comportamental, é valido o conhecimento da vida familiar e suas relações afetivas, para que se chegue a uma compreensão de suas atitudes e sua maneira de ver o mundo.

“ Somos um animal que não nasce pronto; temo de ser formados. Essa formação pode nos levar a uma vida como beneficio ou maleficio, da pessoa que é capaz de produzir beneficio ou da que é capaz de produzir maleficio. Todos e todas somos capazes de ambas as coisas. Mario Sergio Cortella.

 

Pollyane Lima e Silva à revista veja.com, mostra que A cada 5 adolescentes 1 pratica bullying no Brasil, ela afirma que de 30% dos casos de bullying, entre agressores e agredidos 20,8% são formados por agressores. Esses dados divulgados pelo IBGE só afirmam que geralmente é um grupo especifico que escolhe apenas uma vitima como alvo, é por isso essa diferença tão absurda nos dados estatísticos.

Esse índice tão absurdo é a prova de que os jovens estão num contexto muito mais próximo da maldade do que da bondade e afetividade. Hoje vemos pais ensinando seus filhos, a intolerância, a lei do “toma lá, da cá”, a impaciência com o amigo diferente, etc.

 

QUESTIONAMENTOS E OBJETIVOS QUE MOVERAM A PESQUISA.

Diante de um assunto ultimamente tão comentado, mas com índices alarmantes de jovens que chegam ao suicídio devido a sofrimentos causados pelo bullying, e entre outros sintomas de sofrimento, houve-se as indagações sobre:

*Quem são os responsáveis por esse tipo de violência¿

*Quando os Pais e Corpo escolar se tornam causadores de sofrimento e angustia nesses adolescentes¿

* O que a escola e família podem fazer para diminuir o índice de violência nas escolas¿

 

A partir da problemática acima referida, foi definido como objetivo geral:

*Propor um novo olhar sobre violência nas escolas, em prol da redução do índice alarmante de adolescentes se suicidando, a partir da conscientização e compreensão sobre o que de fato é e as causas do BULLYING.

A partir do objetivo geral, elenquei como objetivos específicos:

*propor reflexão aos pais e educadores sobre o tempo investido em seus adolescentes.

* Refletir sobre os diferentes tipos de agressores e vitimas.

* Adotar medidas de valorização dos adolescente, em favorecimento de suas habilidades em detrimento do sofrimento.

* Propor a pais e educadores um olhar aprofundado na mudança repentina do comportamento.

Com a problemática e os objetivos definidos, damos sequencia ao tópico subsequente, com o percurso metodológico da pesquisa, deixando em evidencia de que forma e em que banco de dados me baseei para a pesquisa.

 

RECURSOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA

Para esta pesquisa, recorri a produção acadêmica da área da educação;buscando através da revisão da leitura, e assistindo séries relacionadas ao tema: Violência, especialmente evidenciando agressores e vitimas. Como banco de dados recorri: a serie 13 reasos Why, livro: Mario Sergio cortella, Artigos acadêmicos, livro Atreva-se a ser autentico; autora:Taffi Dollar, livro: Bullying-Mentes Perigosas nas Escolas; autora: Ana Beatriz Barbosa Silva, recorri também a publicação da carta suicida da jovem Thalya Mendes Maireles, bem como a entrevistas dos produtores, Doutores e Psiquiatras criadores da série 13 Reasons why, recorri também a: Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Nº 13.185, DE 6 DE NOVEMBRO DE 2015.

 

BULLYING

É todo tipo de agressão, seja ela, de ordem física ou emocional, o bullying tem como característica ser agressões verbais ou agressões físicas, de maneira intencional e repetitiva, na maioria dos casos, grupos específicos agridem um a única pessoa, por qualquer motivo, qualquer raça, cor, religião, classe social etc....

O bullying tem sido comentado muitas vezes, e tem crescido a cada ano, portanto me questiono o porquê casos de bullying tem sido tão recorrente, já que tem sido tão discutidos, nos âmbitos educacionais¿ será que tem sido de fato combatido¿ ou são meras expectações da massa, sem critérios para soluções¿ discutem por que está em alta¿ ou porque querem de fato apontar soluções¿

No ano de 2015 com o ainda governo da Presidente Dilma Rousseff, foi criada e sancionada uma lei que garante o direito das vitimas.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:              Nº 13.185, DE 6 DE NOVEMBRO DE 2015.

Art. 1o  Fica instituído o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (bullying) em todo o território nacional.                                                                                       § 1o  No contexto e para os fins desta Lei, considera-se intimidação sistemática (bullying) todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas.                             § 2o  O Programa instituído no caput poderá fundamentar as ações do Ministério da Educação e das Secretarias Estaduais e Municipais de Educação, bem como de outros órgãos, aos quais a matéria diz respeito.                                                            Art. 2o  Caracteriza-se a intimidação sistemática (bullying) quando há violência física ou psicológica em atos de intimidação, humilhação ou discriminação e, ainda:                   Parágrafo único.  Há intimidação sistemática na rede mundial de computadores (cyberbullying), quando se usarem os instrumentos que lhe são próprios para depreciar, incitar a violência, adulterar fotos e dados pessoais com o intuito de criar meios de constrangimento psicossocial.

As escolas tem o dever de garantir e assegurar aos seus alunos esses direitos, mas é evidente que nas escolas, principalmente de grandes portes, que não tem sido tão evitado como garante a constituição como responsabilidade da instituição, a prevenção e o combate ao bullying, muita das vezes os agredidos não são nem notados, pois isolam-se, tornando cômoda para a escola não notar os conflitos de seus alunos.

Art. 4o  Constituem objetivos do Programa referido no caput do art. 1o:                                                                                      I - prevenir e combater a prática da intimidação sistemática (bullying) em toda a sociedade;                                                                                                                                                 VIII - evitar, tanto quanto possível, a punição dos agressores, privilegiando mecanismos e instrumentos alternativos que promovam a efetiva responsabilização e a mudança de comportamento hostil;                                                                                    IX - promover medidas de conscientização, prevenção e combate a todos os tipos de violência, com ênfase nas práticas recorrentes de intimidação sistemática (bullying), ou constrangimento físico e psicológico, cometidas por alunos, professores e outros profissionais integrantes de escola e de comunidade escolar.

As escolas devem evitar qualquer tipo de agressão, mas caso algum aluno cometa este ato, a escola deve orienta-lo e combater sua pratica, para que ele mude seu comportamento hostil. Essa fala é muito pertinente, pois a constituição, diz que é crime, mas se na escola um garoto ou uma garota comete delito, ele não será penalizado, mas responderá, essas brechas, torna a escola refém, pois como trabalhar com aqueles indivíduos que não respeitam ordem, que simplesmente faze o que querem e não vão parar¿ em alguns casos é extremamente importante outros tipos de medidas além de didáticas.

Os adolescentes enfrentam grandes problemas nesta fase da vida, temos o péssimo habito de dizer “ não tem nada com que se preocupar, comem, dormem, não tem nenhuma preocupação, a única responsabilidade é os estudos”, quem nunca ouviu isso em sua adolescência¿

O grande problema é que nos esquecemos que um dia estivemos em seus lugares, e o que sentíamos, não era como se não houvéssemos responsabilidades, pelo contrario, lembro-me de passar varias tardes, pensando em como seria minha vida, em como as pessoas me viam, como meus pais se sentiam em relação a mim, se teria um namorado, pensava se um dia chegaria a ter meus objetivos alcançados, e se um dia teria tudo que a sociedade diz ser importante para ser alguém de nome e renome, eram muitas duvidas, incertezas, mudanças sociais, pois já não queria comportar-me como criança, queria ser vista como alguém madura, sempre tinha uma opinião sobre o mundo, e quer saber¿ eu estava redondamente enganada, quando  chegam ao ensino médio todos querem ser notados, seja pela beleza, seja pela popularidade.

É importante dizer que mudanças físicas, não é um critério para definição comportamental, mas toda mudança gera conflitos, emocionais, sociais e etc.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a adolescência é um período da vida no qual acontecem diversas mudanças físicas, psicológicas e comportamentais, que começa aos 10 e vai até os 19 anos. No Brasil, para o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), ela começa aos 12 e vai até os 18 anos, provavelmente para coincidir com a maioridade penal brasileira. Mas, que mudanças físicas, psicológicas e comportamentais seriam essas? Aula 05  Psicologia da Educação Aula 05 Psicologia da Educação A primeira mudança observada, geralmente, diz respeito às mudanças físicas. É o período de um acelerado crescimento da estatura. O corpo do adolescente muda tão rápido e tão radicalmente que não dá tempo para que ele se acostume com as modificações. O mais comum é encontrarmos adolescentes com posturas “desengonçadas”, movimentos pouco harmoniosos dos braços e pernas, resultando num caminhar “fora do ritmo” (Obra: A psicologia da adolescência; autora: Vera Lucia Amaral, editora: Copyright © 2007; pag.3)”.

“...Levi (2001) lembra que atualmente há características da adolescência que são bem próprias do nosso tempo, gerando conflitos e situações especificas que não se encontra em gerações anteriores”. (Santos, M.S. e Nunes, A.I.B.L; Capitulo 5: Adolescência- Aspectos Históricos e Biopsicossociais).

Ser adolescente chega a ser frustrante, pois todas as suas perspectivas e fantasias sobre o mundo, começam a se desfazer, seus olhos começam a ver a realidade não fantasiada, seus pais já não são mais as pessoas infalíveis, ter dinheiro não é tão simples como nas brincadeiras de criança, ser notado é uma tarefa um pouco difícil e perigosa, as mascaras das situações foram tiradas, e é tudo como no passe de magica, a sociedade é capitalista e opressora. Você deve ser, ter, e agir como determinado, se foge a regra já vira chacota, já são alvos de agressão, portanto suas decisões e escolhas precisam ser certas, e em muito dos casos pais e escolas banalizam os sentimentos desses adolescente em conflito, sem contar que em muita das vezes esses adolescentes não conseguem expor seus anseios e medos, por vergonha e medo das criticas que podem surgir.

Esse tipo de conflito interno pode ser fatores que desenvolva na personalidade do adolescente, um tipo agressivo, ou mesmo retraído, medroso, inseguro, neurótico, etc.

Quem são os responsáveis pelo Bullying¿

Afirmo que toda a sociedade é culpada por jovens estarem sofrendo e chegando até ao suicídio, e esses sofrimentos e decisões são tomadas na maioria dos casos, por jovens em conflitos, jovens agredidos, verbalmente, fisicamente, emocionalmente, jovens que não encontram soluções e nem apoio, quando afirmo que toda a sociedade é responsável, o falo pelos acontecimentos, quando um jovem sofre todos ignoram, quem é que chega perto quando vê alguém chorar¿ o que acontece é que estamos tão atarefados com nossos próprios problemas que não nos interessamos em ajudar ninguém além de nós mesmo, quando a escola percebe que tem um adolescente que está apresentando algum sintoma de que foi violentado, a escola finge não ver, por que vai gerar problema, terá uma serie de situações a ser enfrentadas, mas geralmente não há disponibilidade por parte do gestor, professor etc., de se indispor com a família, ou com o(a) agressor (a), por medo da represálias, todos ficam com medo de enfrentar a situação e ter que ir além de questionamentos, quando os pais veem seus filhos sofrendo, quase não tem tempo para saber quais são as causas, então a única fala é, deixa isso pra lá, ignora, seja forte. Como ser forte, diante de situações tão constrangedoras¿ como ser forte, quando violentado¿ como ser forte, quando alguém coloca sua cabeça na privada e da descarga¿.

Quando, pais, professores, colegas e toda a sociedade opõe-se a ajudar, a enxergar o que está tão obvio, é ser também coniventes a agressão, portanto a sociedade como um todo é agressora.

“ Diante dessa nova e comprovada realidade omitir-se é ser cumplice da violência entre crianças e adolescentes no seu despertar, juntamente no berço da educação e da socialização de cada ser humano”.(Bullying-Mentes Perigosas nas Escolas; Ana Beatriz Barbosa Silva).

Casos de omissão não é tão incomum como se pensa, há em noticiários, cada vez mais frequente, denuncias de crianças que sofreram por qualquer situação e a mãe e ou a escola percebiam, mas não faziam nada. Recentemente foi divulgada uma carta de uma garota que se suicidou, e em seu relato na carta, ela fala da omissão da mãe diante de violência sexual sofrida pela garota, além dela relatar como se sentia em relação ao sentimento materno, são casos como esse que devem chamar a atenção para os mínimos detalhes comportamentais, apresentado pelos nossos adolescentes.

Acarta:
 

“...Aquela menina sentada de cabeça baixa tá precisando de ajuda. Mas o que as pessoas fazem? "Fulana está na bad".
Que sociedade maldita. Como se tristeza fosse algo irrelevante, que não precisa de atenção. Idiotas. Quando é tarde eles se perguntam o que tinha de errado.
Pais que não veem seus filhos se cortando, se drogando, se destruindo. Escolas que não veem o bullying debaixo do seu nariz.

Pais que estrupam os filhos, mães que humilham irmãos que rejeitam.

Malditos. Malditos.

Tudo isso acima faz a mente humana enlouquecer, sabia? Ela definha, fica angustiada e cheia de coisas inexplicáveis, pensamentos perigosos. Você vê no jornal aquele jovem que matou inúmeros estudantes e julga. Já parou pra pensar o que levou ele fazer aquilo? Será que não foi a hipocrisia e idiotice da sociedade?
Essa sociedade que nos coloca em um lugar durante anos, em total humilhação e depois quer escolher um futuro pra nós.

Ninguém nunca vê. Até que é tarde.

Eu não queria morrer. Eu penso que tenho um futuro pela frente. Eu sei que tenho 
mais amigos para fazer, mais músicas para escutar, mais pessoas para namorar, mais shows para ir. Tanta coisa. Mas sabe o que eu e outras milhões de pessoas pensam sobre isso? 
"Eu não tenho força de vontade para continuar. Eu não sou forte, eu não consigo seguir em frente sem derrubar mais uma lagrima".
Sejam mais gentis, por favor. Amem mais, ajudem mais, veem mais, peguem na mão de pessoas que estão se afogando. Dê sua mão. 
Dê um sorriso. Eu tenho inúmeros motivos para ter feito o que fiz. 
Meu próprio pai me abusou e foi por isso que eu morri por dentro. Eu fui morrendo durante dois anos. Fui vendo minha morte sem poder fazer nada a respeito. 
Quantos cortes eu não fiz? 
Eu até apelei a drogas, o que não resultou em nada. 
Meu pai iniciou a destruição.

Minha mãe me tirou minha rotina e passou a assistir tudo em total inconsciência. Eu sei que ela via, mas quem disse que ela percebia? 
Ela era uma mãe tão atenciosa, o que aconteceu? Porque ela ficou tão alheia? Porque ela demonstra amar mais a meu irmão? Porque ela não me ama? Porque ela não me abraça e me beija assim como ela faz com meu irmão?
Porque ela me humilha por causa de um erro tão pequeno?...”. (Facebook: Edinaldo Assunção14 de abril de 20017 às 15:23 · LUTO!)

 

A Sociedade maltrata, pois impõe, nada é prazeroso quando imposto, nada é bom quando colocado e estabelecido como regra e dever, podemos ate fazer mas não como se fosse livremente por espontaneidade. As pressões sofridas por esses jovens em relação a sociedade é absurda, como já dito, a imposição do belo, perfeito, padrão de cultura, posição social, padrão de beleza, em fim, são vias de regras que todos as vezes involuntariamente desejamos, somos corrompidos pelo que dizem a nosso respeito e até acreditamos, mesmo que sejam mentiras inventadas. Ser autentico nessa sociedade exige um tremendo esforço e grau de maturidade.

 “ ser autentico é “ser real”, “ser atestado” e “ser provado”. É a “evidencia verificável do que algo ou alguém realmente é”. Tentar molda nossa vida a partir de imagens que vemos ao nosso redor não mostrara nossa autenticidade enquanto individuo, mas irá, em vez disso, induzir-nos a conformar-nos com algo diferente do que somos.(obra: Atreva-se a ser Autentico; Taffi Dollar; pag.9).

 

Isso implica em um problema na adolescência pois em todos os casos, os jovens não tem sido influenciado, nem valorizados em suas habilidades, existe sempre uma pressão em exigir mais, tanto por parte dos pais quanto nas instituições, aquele que não é bom suficiente, não serve, é preciso atender todos os requisitos de “ser Bom”.

É importante valorizar o que para eles é importante, talvez assim consigamos reverter esse índice de violência. Tanto para que os vitimados se sintam valorizados em suas competências, e consiga sair do quadro de tristeza, quanto para os agressores que cometem bullying por não saberem lidar com os fracassos, que eles não enxergam em suas vitimas.

 a reflexão nos leva a vários caminhos e um deles é que, muito dos jovens encontram no meio agressivo um escape para suas frustrações, por não conseguir o que o outro tem, eles simplesmente martirizam o próximo, pois vendo o sofrimento do outro, aliviam suas dores. Quem comete bullying não esta emocionalmente bem, e sua mente é doente, perversa. Pois não conseguem lidar com seus anseios e fracassos.

“ os adultos tendem a banalizar o que para os adolescentes e jovens não é banal” (Brian Yorkey; produtor Executivo da Série 13 Reasons Why, entrevista: Netflix)

Essa pressão para os adolescentes pode ser o complemento para o desequilíbrio emocional, tudo começa com expectativas: perfeição é o que todos querem, e a perfeição é inalcançável, pois ninguém conseguira ser bom em tudo.

A escola, família, amigos e a sociedade, não em obrigação de adivinhar o que se passa na mente dos adolescentes, mas devem observar e entender o porquê aquele individuo mudou tão bruscamente seu comportamento, seu rendimento escolar e seus propósitos na vida. A escola e a família podem e devem investigar as causas dessas mudanças repentinas, e exageradas, mudança rápida geralmente apontam que algo está acontecendo.

Os adolescentes não sabem pedir ajuda, eles se sentem envergonhados, e exposto ao fazer isso, por isso na maioria das vezes recorrem a esse tipo de mudança, é como se em códigos pedissem ajuda.

“Muitas vezes os adolescentes pedem ajuda com o comportamento, pois não sabem como pedir”.(Dra: Rona Hu; Psiquiatra a Universidade Stanford; Serie: 13 reasons Why-Netflix).

“É muito comum os jovens não reconhecerem suas emoções, não serem capazes de verbaliza-las de falar sobre elas”.( Dra: Rebecca Hedrick; Psiquiatra Infantil CEDARS; serie: 13 Reasons Why-Netflix)

 

É importante ressaltar que não existe um padrão único de agressor, muito se fala nas vitimas, e pouco se pensa em quais são os possíveis agressores, uma série chamada 13 Reasons Why, mostra que um garoto, popular, rico, bonito e aparentemente de comportamento exemplar, era o principal causador de bullying na escola, e além de abusar psicologicamente de sua vitima, chegou ao abuso sexual, a série mostra por vários aspectos os tipos de bullying, acontece virtualmente, psicologicamente, fisicamente e sexualmente, e cada etapa, mostra um personagem e suas participações, analisando cheguei a conclusão que o principal agressor é um doente mental, e emocionalmente, os demais eram dependentes emocionais do “amigo”, outro da aceitação, outro da imagem, outra da namorada, a outra por medo, em fim, cada um tinha um motivo para maltratar a personagem suicida, o que não justifica, mas nos leva a refletir, cada adolescente agressor sofria por alguma coisa, em todos os capítulos não se via presença dos pais do causador inicial do bullying, talvez ele se sentia rejeitado pelos pais, que davam dinheiro, luxo, mas não dava sua presença, o que aceitou a namorada ser estuprada, era emocionalmente e financeiramente dependente dele, por que sua mãe a cada semana estava com um cara novo e violento, sempre era expulso de casa e onde ele se abrigava¿ na casa do suposto “amigo”, existe vários fatores injustificáveis para o bullying, mas se encarado como um problema social e se feito um trabalho como deve ser feito, preventivamente, muitas coisas podem mudar.

O QUE FAZER QUANTO AO BULLYING

O primeiro passo é encarar e identificar o problema como de fato ele é, suas causas possíveis agressores e agredidos e orienta-los, como grupo identificar suas diferenças e semelhanças, colocando frente aos seus medos e mostrando caminhos, ressaltando potencialidades e futuro, ensinar-lhes sobre direitos e deveres, trabalhar a alto estima e valorização da potencialidade individual de cada um, pode ser um recurso fundamental e inteligente, mostrar que somos sociáveis e um dia podemos precisar de quem nós hoje consideramos insignificantes.

“A falta de conhecimento sobre a existência, o funcionamento e a consequência do bullying propicia o aumento desordenado no numero e na gravidade de novos casos e nos expõe a situações trágicas isoladas ou coletivas que poderiam ser evitadas”.(Bullying-Mentes perigosas nas escolas; Ana Beatriz Barbosa Silva).

As escolas e família podem e devem trabalhar em seus adolescentes o sentido da vida como sociedade, apesar de amarmos primeiro, isso não nos impede de respeitar o próximo, e nos compadecermos de suas fraquezas, a final de contas poderiam ser nossas, e nós temos mesmo que diferente da dos outros.

Como sugestão, para quem agredi pode ser encaminhado, para uma pesquisa sobre consequências sobre o bullying e quais são as leis e o que dizem sobre quem comete, e fazer com que esse aluno apresente para o grupo.

Já para os agredidos, a escola e os pais fazem um trabalho de valorização das potencialidades.

É importante que os adolescentes se sintam importantes para a família, para a escola, seus amigos, isso não é frescura, é uma maneira de combater o alto índice de jovens em sofrimento por causa do bullying sofrido, pois eles acabam se sentindo insignificantes, eles precisam saber que podem superar seus medos, suas dificuldades, que podem e devem confiar na escola e na família, pois eles jamais serão recriminados por sentirem medo tristeza, ou por que se sentem tão insignificantes que pensam na inexistência.

Como escola é fundamental que os alunos se sintam confiante e sintam que ali serão ajudados em qualquer situação.

Como família, eles não precisam de recriminação, precisam de orientação em amor, a fase do castigo foi na infância, neste momento é hora da conversa, dos conselhos, da ajuda a trilhar um caminho bom, ora de tirar as duvidas etc. a escola apoia, mas o papel de educar é da família.

 

CONCLUSÃO

O bullying é sim um problema evidente, comentado e abordado nas instituições, mas ainda existe um grande receio de se envolver no problema desta magnitude, principalmente quando os casos chegam ao extremo, muitos preferem ignorar e fechar os olhos para o problema é fato que a nossa sociedade nos intimida com tanta violência, muita das vezes há um desejo de ajudar, mas o medo das represálias acaba por impedir qualquer ação , mas quando pais e professores escolhem seus “destinos” por assim dizer, é importante pensar nessas consequências, você é responsável por essas crianças, quando na escola é importante conhecer as dores e angustias, é importante transparecer confiança e amor, mas como se sentir amado se ignorado¿ a escola deveria ser o refugio para muitos desses adolescentes, deveria ser o espelho magico, que mostre a eles um caminho novo, que os revelem que podem ser mais do que eles imaginam, que o destino deles podem ser diferente do de seus pais ou agressores, a escola deveria ser o lugar de acolhimento, de esperança, de sonhos e projetos, mas não tem sido assim. Como educadores o papel é ensinar, orientar e cuidar de cada criança que chega no espaço acadêmico. Que a geração educadora se levante para tornar seres melhores do que são, deixando o instinto violento e reprimido e passando a ser seres mais humanos e amáveis. Como pais é bom refletir no que um dia idealizou, pensar no que os seus pais erraram, para que não faça o mesmo, ser mais próximo do filho(a) faz muita diferença em seu processo de amadurecimento, deixar o filho aberto a perguntas, deixar o filho confortável para expor medos, ser tolerante aos fracassos, mesmo que seja por algo simples.

Concluo que o que falta nos pais, nos filhos, nas escolas, na humanidade é tolerância à diferença. Se conseguirmos mostrar a essas crianças que ser diferente não é ruim, não é feio, e não há nenhum problema com isso, já teríamos um grande avanço.

 

REFERÊNCIAS

 

A psicologia da adolescência; autora: Vera Lucia do Amaral; Editoras: Copyright  2007; Pag.3.

Série: 13 Reasons Why- entendendo os porquês; Dra Psiquiatra Infantil: REBECCA HEDRICK, data: 06.04.2017 as 13:30.

Atreva-se a ser autentico; TAFFI DOLLAR; pag.9.

Psicologia do desenvolvimento- Capitulo 5; Adolescência: aspectos históricos e biopsicossociais.

Mario Sergio Cortella; Obra: Educação convivência e Ética;

Bullying- Mentes Perigosas nas Escolas; Autora: Ana Beatriz Barbosa Silva.

Artigo: O perfil do Bully (praticante do bllying)- quem é o praticante do Bullying¿; publicado por:

6 de nov de 2015 - Institui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying). Visitado dia 15.05.2017 as 18:12.

 

*Graduanda em pedagogia pela Faculdade de Estudos Sociais Aplicada de Viana (FESAV)

E-mail: [email protected]