Brincadeira é coisa séria! A importância do brincar e da brincadeira para o desenvolvimento infantil

Luciana Rodrigues Maciel

Érica Patrícia dos Reis Oliveira

Kédma Macêdo Mendonça

Sibele Silva Leal Rodrigues,[1]

Brincar é uma necessidade presente em toda criança em diversas culturas e povos. É, também, uma atividade que faz parte do seu cotidiano, é comunicação e expressão, associando o pensamento e a ação; um ato instintivo voluntário; uma atividade exploratória, que auxilia os pequenos no seu desenvolvimento físico, mental, emocional e social; um meio de aprender a viver, e não um mero passatempo.

O ato de brincar se difere de acordo com a idade da criança e não ocorre, apenas, através de manipulação de um objeto, mas o corpo da criança, sua voz e tudo que o que está ao seu redor se transforma em brinquedo, que é um importante suporte de brincadeira.

Quando a criança brinca ou joga ela está desenvolvendo a capacidade de representar e de simbolizar. E pela brincadeira que ela se apropria do mundo, enfrenta seus medos, soluciona conflitos, expressa sentimentos e pensamentos.

O tempo de brincar sempre traz lembranças da nossa família, dos nossos amigos e do espaço em que brincávamos, pois o jogo é o protagonista da nossa infância. Há algumas décadas atrás os espaços das brincadeiras era a rua, mas com o crescimento das cidades, a violência e o aumento da demanda tecnológica, muitas formas do brincar acabaram ficando mais difíceis. No passado, havia diversos espaços para explorar o corpo, árvores para subir, muros para escalar, correr descalços na rua. Enfim, brincadeiras eram realizadas com pouco recurso material mais com grande entusiasmo e enorme criatividade.

Hoje em dia algumas pessoas acreditam que as brincadeiras ou até mesmo a infância tenha se extinguindo, no entanto, os tempos modernos impõem outras formas de lazer na infância, pois as crianças têm ao dispor recursos tecnológicos. No entanto as brincadeiras continuem existindo, só que de modo diferente.  A criança tem ao seu dispor vários brinquedos eletrônicos, televisão, computador e, se não quiserem ou puderem, não precisam sair de casa para conversar com os amigos, podem fazer isso pela internet.

Embora a brincadeira seja uma atividade universal entre as crianças de diferentes populações, cada cultura possui uma forma peculiar de expressão que é um reflexo das características ambientais específicas. Segundo Morais, tanto a brincadeira como os brinquedos que ela pode envolver estão marcados pela identidade cultural e por características sociais específicas de um grupo social. Diante disso, pode-se dizer que ao mesmo tempo em que a brincadeira constitui-se como uma característica universal, ela possui aspectos específicos que irão depender de diversos fatores, tais como ambiente físico, social, cultural e as características da criança.

O papel da brincadeira é tão essencial que até mesmo hospitais têm tomado a iniciativa de destinar espaços lúdicos visando o auxilio no tratamento e recuperação de crianças que precisam ficar internadas por longos períodos.

É inegável a importância do brincar para o desenvolvimento da criança em muitos aspectos, pois na infância essa é a principal e a mais importante atividade. Assim, a escola de Educação Infantil precisa garantir o espaço para a brincadeira, organizar momentos na rotina para que as crianças possam escolher objetos e colegas. Incluir o brincar na escola exige que o professor planeje os momentos de brincadeira, a organização do ambiente, do tempo. O educador precisa ter um olhar atento para os possíveis desdobramentos em relação ao brincar, sempre considerando a iniciativa e invenção daquele que brinca. Os brinquedos e o espaço organizado podem sugerir brincadeiras, mas não as determinam. As crianças podem usar um mesmo brinquedo de maneiras muito diferentes.

REFERÊNCIAS

KISHIMOTO TM, organizadora. O brincar e suas teorias. São Paulo: Pioneira; 1988.

MORAIS MLS. Conflitos e(m) brincadeiras infantis: Diferenças culturais e de gênero. [tese]. São Paulo(SP): Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo; 2004.

[1] Licenciadas em Pedagogia- Professoras da Rede Municipal de Rondonópolis/MT.