1. INTRODUÇÃO

No início do século XXI o banco de investimentos americano Goldman Sachs realizou um estudo sobre as projeções econômicas para o novo século. Desta análise notou-se que quatro países tinham todas as condições, para na metade deste século, serem responsáveis por fatia maior da economia mundial que os atuais países ricos. Do acrônimo formado pela primeira letra do nome de cada um desses quatro países (Brasil, Rússia, Índia e China) surgiu o termo BRIC.

Este grupo de quatro países, ao contrário do que muitos pensam, não formam um grupo econômico como o Mercosul ou a União Europeia. São apenas um conjunto de países emergentes ligados por características econômicas comuns. Exatamente por isso, 10 anos após o termo ter sido cunhado o BRIC virou BRICS com a adição da África do Sul, exatamente por apresentar características semelhantes aos demais.

Pensando exatamente na força de suas economias, no seu potencial de crescimento e sua posição estratégica no mundo contemporâneo, os líderes desses cinco países resolveram potencializar esta força através de acordos comerciais e políticos entre si, fazendo com que talvez a ideia dos BRICS deixasse de ser apenas acadêmica e teórica para ser algo prático e concreto como um verdadeiro grupo.

Com isso, o presente trabalho pretende demonstrar exatamente os aspectos históricos dos BRICS, abordando detalhadamente desde o surgimento do termo até o reconhecimento do valor, do potencial de crescimento e as características básicas de cada um dos cinco países que o compõe.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1. Aspectos Históricos

O BRICS é um agrupamento econômico atualmente formado por cinco países: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. É considerado um agrupamento informal, pois não possui registros burocráticos, sendo assim, ele não se trata de uma instituição internacional.

Sua criação foi em 2001 por um economista chamado Jim O'Neill, onde sua intenção era apenas fazer uma referência à um grupo de quatro países emergentes considerados de grande potencial econômico (Brasil, Rússia, Índia e China), ou seja, era chamado de BRIC.

A partir de 2006, o que era considerado apenas uma denominação aplicada por políticos, cientistas e economistas a respeito de países que possuíam características econômicas em comum, passou a ser um acordo internacional entre os países membros. Após essa mudança a expressão ganhou um caráter diplomático, o que gerou uma maior comunicação entre eles, e foi possível, a partir de então, ocorrer a realização de várias ações econômicas coletivas. A partir do ano de 2011, a expressão foi alterada para BRICS, com a entrada da África do Sul para o grupo.

Os países componentes do BRICS, não são considerados um bloco econômico, mas sim economias individuais que têm características em comum. Um exemplo dessas características é o bom crescimento econômico que eles possuem. Eles formaram uma aliança, onde o objetivo é conseguir maior força dentro do cenário político econômico mundial.

Ainda que o BRICS seja um grupo de países emergentes que possuem bom desenvolvimento econômico, podemos observar que nos últimos tempos esse crescimento vem regredindo. Um dos motivos é que a economia chinesa está desaquecendo, apesar de continuar alta em relação aos outros países, houve um declínio no nível de desenvolvimento da China. Seu PIB, que em média tem crescimento de 10% ao ano caiu para a média de 7% ao ano. Ocorreu também a influência da queda do investimento estrangeiro, que se direcionou para países desenvolvidos e outros países emergentes. Outro fator que também influenciou no baixo crescimento do BRICS nos últimos tempos, foi o fato da significativa queda da economia brasileira. A economia Sul-Africana também tem sua influência com nível de crescimento de média de apenas 2% ao ano. De todos os componentes do grupo, o único que ainda está causando certa empolgação de investidores é a Índia, que está com média de crescimento de 8% ao ano.

Porém, no momento atual o BRICS ainda possui mais de 21% do PIB mundial, e é o grupo de países que têm maior crescimento no planeta. Detêm 42% do total da população mundial e possui o maior poder de consumo do mundo. Juntos eles também são donos de uma enorme riqueza nacional e que apresenta ótimas condições para ser explorada.

A cada ano é realizada uma reunião, as chamadas cúpulas, entre esses países para poder firmar acordos de caráter econômico com o objetivo do crescimento e desenvolvimento do grupo, visando o interesse de todos os países membros.

Apesar de ter ocorrido um pequeno desaquecimento no crescimento o grupo nos últimos tempos, ele ainda assim tem conseguido alcançar seu espaço dentro do mercado internacional, e continuam possuindo um bom desenvolvimento. Podemos comparar o desenvolvimento dos países do BRICS com o de alguns países desenvolvidos nos últimos anos: [...]