O pessimismo foi a rigor, após a vitória dos defensores britânicos da saída do Reino Unido da  UE. No entanto, o Brexit pode ser uma boa notícia, pensam alguns políticos europeios, tendo em vista  reforçar a integração da UE.

Toda empresa europeia para reforçar a integração dos países membros e o espírito federalista na Comunidade Europeia tem sido dificultada pelo Reino Unido durante décadas, como ilustrou as palavras da Margaret Thatcher em 1988 no Colégio da Europa:

"Nós não conseguimos recuar as fronteiras do Estado da Grã-Bretanha como re-imposto a nível europeu, através de um super-estado europeu exercendo seu domínio em Bruxelas ", tem dito. Desde sua integração em 1973 na Comunidade Económica Europeia (CEE) – tornou se hoje UE – A Grã-Bretanha não cessou de negociar um estatuto privilegiado.

O Reino Unido, também, não  diminuiu a sua participação do orçamento europeu e isso é desde sua entrada. E assinando o Tratado de Maastricht, em 1992, os britânicos obtiveram uma cláusula de isenção da moeda única, para fim de se excluir da zona do euro.

Os Ingleses não aderiram também a zona de Schengen e os cidadãos da UE devem, como tal, ser objecto de um controlo de identidade para entrar no Reino Unido.

O Reino Unido não participou no entanto nos mecanismos financeiros para os países que enfrentam a crise da dívida soberana. Se o Reino Unido foi capaz de impressionar a Europa à sua imagem, o Brexit seria, segundo à política europeia, uma oportunidade de redefinir as regras do jogo. Um otimismo a tomar, contudo, a  cautela porque o Brexit é também a porta aberta aos eurocépticos que vêem a possibilidade de sair da União.

A União, face ao extremo direita e aos movimentos populistas em ascensão, enfraquecida por uma sucessão de crises, notadamente do fenômeno da imigração, que continua a os dividir. Alemanha, França e Itália, os três países fundadores da UE e principais economias da zona do euro, pleiteam hoje para dar um "novo impulso" ao projecto europeu, o redor ainda sombrio. Uma coisa é certa: a saída do Reino Unido  da UE pode dar asas aos eurocépticos, como Eslováquia, Países Baixos e Polónia, para agitar um pouco mais a construção europeia.

 Lahcen EL MOUTAQI Ph.D