BRASIL, MÃE GENTIL

          Depois do mês de abril, o mês de maio em que se comemora o dia das mães, também protagoniza a expectativa de inclusão de mais uma data na história do Brasil, pátria amada que “dos filhos deste solo é mãe gentil”.  Sendo a de maio uma conseqüência da data histórica de abril. A segunda, ao que tudo indica, seria mais importante que a primeira, se não fosse o espetáculo deprimente a que nós, brasileiros, fomos submetidos, no dia 17 de abril. Fato marcante, em  momento único que  mostrou-nos a atuação de nossos deputados no congresso nacional.

          Chamar o evento de circo é ofender aos artistas circenses, porque enquanto o artista ao encenar no palco para ganhar o seu pão de cada dia, é sério na brincadeira que busca divertir e faz rir a platéia que o assiste, uma maioria parlamentar que não precisa ganhar o pão de cada dia porque já desfruta de todas as regalias, decide sem seriedade sobre a vida de todos os brasileiros, encenando como se estivesse num palco para uma platéia que a assiste decepcionada sem sequer sorrir.

          É importante observar como o desenrolar dos fatos que nos levou a uma crise severa (política e econômica), que tinha como foco o governo central, deu ao povo brasileiro a oportunidade de vivenciar em conjunto uma experiência de tal magnitude que certamente influenciará nas  escolhas  tanto no executivo como no legislativo, nas eleições que estão por vir.  O fato marcante, em si não é motivo de comemoração, mas poderá sê-lo num futuro ainda fictício por ter oportunizado uma reflexão profunda sobre qual deve ser a nossa posição diante do que  queremos para uma vida  com justiça e igualdade social.

          Há que se destacar as operações que a exemplo da LAVA JATO ocorrem em paralelo fazendo-nos vislumbrar o fim da impunidade, mas esta só estará efetivamente garantida, se nos mantivermos atentos e intransigentes quanto a importância de sua continuidade e a levarmos em consideração quando da escolha de nossos representantes.

          Diz-se que depois da tempestade vem a bonança, e esta deverá ser construída sem arroubos, com a maturidade adquirida a cada crise, com o fortalecimento de uma democracia jovem conquistada a duras penas pelo povo brasileiro e com o acerto na composição do parlamento e na política governamental.