Um produto para alcançar o sucesso precisa ter qualidade, certo?

A questão a ser debatida é: O que é qualidade?

A mesma empresa que fabrica produtos para marcas consagradas pode  fazer semelhantes   para outras companhias  ou  vender  com sua própria marca, sem que estes alcancem o mesmo sucesso.

A gama de possibilidades pode ser extensa, e não raro com pequenas variações.

Esses  produtos podem apresentar  diferenças visuais, mas em termos estruturais podem ser muito parecidos,  então se qualidade é o que importa por  que não têm a mesma demanda?

A questão básica é que a percepção de qualidade é muito mais importante mercadologicamente  que muitos aspectos físicos dos produtos.

Um produto para alcançar o sucesso não basta ser bom, precisa parecer bom, esse trabalho a marca faz com excelência.

O passo seguinte então diz respeito à construção da marca, sua divulgação, a defesa da qualidade do produto, a construção de um conceito em torno de uma demanda.

Não é um trabalho  simples, pois o foco muda, passando dos requisitos do produto para os desejos, necessidades e anseios do público.

O entendimento deixa de ser apenas material e se torna subjetivo.

Sabe aquele produto que você faz com o maior rigor produtivo, com as melhores matérias-primas, com  mão-de-obra especializada e intensivamente treinada? Atende qual expectativa de mercado?

Pare e pense: Que mercado você atenderia hoje com os melhores discos de vinil?

Uma resposta rápida seria: Nenhum.  Não, sempre há mercado, muitos são  pequenos para tornar o empreendimento econômica e financeiramente viável.

Não vamos focar produtos obsoletos ou a caminho da obsolescência, mas aqueles que estão aí, têm demanda, e que não conseguem a mesma valorização de seus iguais. A pergunta ainda continua válida.

Quero que o revendedor compre meus produtos, pelos melhores preços, os coloque na vitrine  e seus vendedores os ofereçam aos consumidores, que entra em suas lojas,  ávidos para tê-los. Belo e empolgante  cenário, não?

Bom, isso não acontece com pó mágico, há um enorme trabalho a ser feito de divulgação  em cada uma das fases do processo de vendas para envolver  e atrair o público que se deseja atingir.

Isso contempla  estudo, planos, planejamento,   muito comprometimento  e ação.

Desnecessário dizer isso  não, qualquer pessoa sabe disso?  As empresas não o fazem por falta de dinheiro,  certo?

Errado, a questão está mais ligada ao perfil empresarial do que a falta de recursos.

As  empresas e seus gestores podem ser classificados, em termos gerais, com três orientações:

 

a)      Orientados para a fabricação  – a empresa fabrica aquilo que melhor sabe fazer, seus maquinários permitem,  e espera que o mercado compre. Sem avaliar desejos e interesses do consumidor;

b)      Orientados para vendas – a empresa fabrica aquilo que melhor sabe fazer e atua agressivamente no mercado para vender, desenvolvendo propostas e procurando ficar perto do revendedor/consumidor, sem atenção aos interesses e desejos destes.

c)       Orientados para o mercado – a empresa pesquisa e oferece aquilo que o mercado precisa e quer, com divulgação exaustiva, procurando fazer com que a imagem do produto também atenda as expectativas, ainda que seja uma simples  camiseta  branca.

 

Uma camiseta branca sem uma marca que a destaque  pode ser apenas uma camiseta branca, com uma marca consagrada  pode se tornar a camiseta branca.

A primeira no mercado custa “X”,  a segunda vale “Y “.

Ao não entendermos a mensagem do mercado poderemos nos tornar bons de produtos, mas ruins de mercado.

 

 

Ivan Postigo

Economista,  Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP

Autor do livro: Por que não? Técnicas para  estruturação de carreira na área de vendas

Postigo Consultoria de Gestão Empresarial

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