Trata-se de um estudo voltado para um tema atual e polêmico que é a Biotecnologia, defendida por muitos e contrariada por outros tantos. Em um primeiro momento, optou-se por analisar os primórdios da Biotecnologia, apontando os primeiros indícios de sua utilização, seguido de um panorama de suas utilizações nos dias de hoje nos mais diversos campos de atuação além de abordar a multidisciplinaridade que o tema sustenta. Por fim, em Resultados e Discussão tem-se uma projeção do avanço desta tecnologia para os próximos anos assim como uma análise benéfica de sua exploração. Este estudo não pretende esgotar as fontes para o tema e tão menos limitá-lo somente a este conteúdo apresentado aqui.

INTRODUÇÃO

Scriban (1985) já havia definido a biotecnologia como um conjunto de conhecimentos técnicos e métodos, de base científica ou prática, que permite a utilização de seres vivos como parte integrante e ativa do processo de produção industrial de bens e serviços. Com os vários esforços para a definição de um termo adequado, fica evidente que trata-se de um campo de trabalho multidisciplinar. Por um lado, a Biotecnologia como base para focos de conhecimeto classificados como fundamentais e em outro foco sob denominação geral de engenharias. Válido destacar que os avanços biotecnológicos são recentes passando a ser apontados como de alta prioridade há pouco tempo, entretanto, alguns processos biotecnológicos já foram identificados desde a Antiguidade. Scriban (1985) destacou que o como marco da utilização em maior escala da biotecnologia entendida como moderna partiu da síntese química do DNA (ácido desoxiribonucleico) que foi desenvolvida por Kornberg em 1967, fato este que denominou de “revolução genética” às novas técnicas de manipulação genética: DNA recombinante e hibridoma. Este estudo propôs identificar as principais aplicações modernas da biotecnologia que se encontram disseminadas nos mais diversos campos. Não houve intenção de esgotar o tema, pois trata-se de assunto de cunho científico, onde os resultados são marcados por constantes descobertas e o que era tido como certo ontem pode ser mudado amanhã.

1. OBJETIVOS 1.1 Objetivo geral O objetivo geral deste estudo é evidenciar a importância da Biotecnologia nas mais diversas áreas de sua aplicação, expondo os avanços encontrados ao longo do tempo, bem como seu uso nos dias de hoje. 1.2 Objetivos específicos Para se alcançar o objetivo geral, pretende-se:  Desenvolver uma revisão histórica da Biotecnologia;  Destacar as aplicações da Biotecnologia com mair ênfase em agricultura e medicina;  Evidenciar a relevância da Biotecnologia para o avanço e bem estar da população mundial. 2. REVISÃO HISTÓRICA DA BIOTECNOLOGIA Scriban (1985) esclareceu que a utilização da Biotecnologia remonta aos procedimentos fermentativos, cujo uso remete-se para muito antes do início da era Cristã, deturpando-se com a própria história da humanidade. A produção de bebidas alcoólicas pela fermentação de grãos de cereias já era conhecida pelos sumérios e babilônios antes do ano 6.000 a.C. Mais tarde, por volta do ano 2.000 a. C., os egípcios, que já utilizavam o fermento para fabricar cerveja, passaram emprega-lo também na fabricação de pão. De acordo com o referido autor, outras utilizações como a produção de vinagre, iogurte e queijos são há muito tempo utilizadas pelo ser humano. Lima e Mota (2003) complementaram que mesmo com o emprego da fermentação em épocas longínquas, os agentes causadores deste processo ficaram ocultos por 6 milênios. Só no século XVII, o pesquisador Antom Van Leeuwenhock, utilizando-se da visualização em microscópio, relatou a existência de seres tão minúsculos que eram invisíveis a olho nu. Borzani et. al. (2001) esclareceram que só após 20 séculos Louis Pasteur, em 1876, certificou que a causa das fermentações era devida ação dos microrganismos, é que se tornou obsoleta e infundada a teoria da fermentação como processo puramente químico. Segundo os citados autores, foi ainda Pasteur que confirmou que cada tipo de fermentação era produzido por um microrganismo específico e que estes podiam viver e se reproduzir na ausência de ar. Serafine, Barros e Azevedo (2002) completaram que, em 1897, Eduard Buchner, explicou ser possível a conversão de açúcar em álcool, utilizando células de levedura maceradas, ou seja, na ausência de organismos vivos. Segundo os autores citados, por mais esquisito que isso pareça, foram as grandes guerras mundiais que estimularam a produção em escala industrial de produtos oriundos de processos fermentativos. A partir da primeira guerra, quando a Alemanha desenvolveu um processo microbiológico de obtenção de álcool para a produção de glicerol (insumo para a produção de explosivos), este processo foi concebido através de Neuberg, com estimativas de produção de 1.000 toneladas de álcool por mês. Em contrapartida, a Inglaterra produziu em larga escala a acetona para a fabricação de munições, tendo essa fermentação corroborado para o desenvolvimento dos fermentadores industriais e técnicas de controle de infecções. Borzani et al (2001) certificaram que foi a produzir de antibióticos o grande marco de referência na fermentação industrial.. A partir de 1928, com a descoberta da penicilina por Alexander Fleming, muitos tipos de antibióticos foram desenvolvidos no mundo. Os autores citados elucidaram que na década de 40, durante a segunda guerra mundial, os antibióticos passaram a integrar os processos industriais fermentativos, principalmente nos Estados Unidos, basendo-se inicialmente na síntese da penicilina e, posteriormente, da estreptomicina. Malajovich (2004) explicou que foi nos anos que sucederam 1950 que a Biotecnologia, com o advento da síntese química do DNA, e com os procedimentos de manipulação genética: DNA recombinante, fusão celular ou hibridoma, passou de fato a existir. Lima e Mota (2003) explanaram que a técnica do DNA recombinante implica na concepção sintética de novos organismos vivos, com particularidades não encontradas na natureza, constituídas pela hibridização em nível molecular do DNA.