BIOGRAFIA DE ANTONIO DE SÁ NEVES
Por Djalmira Sá Almeida | 21/01/2010 | HistóriaEsse Antonio é um daqueles três Antonios de Sá Araújo Neves da Fazenda Panela D’água, o filho do Major Ubaldo, da Barra do Mororó, da Terra Nova. Esse Antonio de Sá não era sertanista, mas era de família de bandeirantes e sertanistas. Antonio de Sá Araujo Neves, nascido em Salgueiro em 1881, filho de Ubaldo Raymundo de Sá Neves, conhecido como Major Ubaldo da Barra do Mororó e de Umbelina de Carvalho Araújo, cujo apelido era Dona Cota, ela sendo filha de Toinho de Sá do Cantinho também de Salgueiro. Antonio de Sá era neto de Raymundo de Sá de Salgueiro, sendo o mais velho de nove irmãos: o primeiro irmão era Raymundo de Sá Araújo Neves, mais conhecido como Raimundo de Sá da Terra Nova; depois, Manuel de Sá Araújo Neves, Seu Nezinho; Inácio de Sá Araújo Neves, Inacinho da Barra; Ana de Sá Araújo, Naninha da Barra; Florêncio de Sá Araújo Neves,Flor; Mariana de Sá Araújo Neves, Sinhara; Umbelina de Sá Araújo, Lina; e Elvira de Sá Araújo Neves. Os primeiros irmãos de Antonio de Sá, nascidos no período da monarquia, nasceram na Vila de Salgueiro e os demais nasceram na Barra do Mororó, pertencente à Vila de Terra Nova, na época jurisdicionada ao Município de Leopoldina. Os irmãos e irmãs de Antonio de Sá que nasceram já no período republicano: Ana, Mariana, Florêncio, Umbelina e Elvira foram registrados no Cartório de Terra Nova, conforme termos de nascimento escaneados do original. (Cartório do Diniz de Terra Nova, pesquisa realizada em 2002). Antonio de Sá, como era chamado, casou-se com Amelina Alves de Carvalho (13/12/1891),filha do capitão Alves da Fazenda Belém, atual Belém do São Francisco. Desse casamento não teve filhos, porém teve vários filhos naturais, entre eles: Djanira de Sá Neves (1924) de um relacionamento com uma mestiça, Joana Josina de Carvalho, filha de uma negra ex-escrava, Josina Rodrigues de Carvalho, que trabalhava em sua casa em Leopoldina; e Nelson de Sá Neves, de um relacionamento com outra mestiça, Maria da Conceição, afilhada de uma escrava alforriada, Dona Bela, que trabalhava em casa dos pais de Antonio de Sá na Fazenda da Barra do Mororó. Antonio de Sá era farmacêutico prático, tinha uma farmácia em Leopoldina, foi o primeiro prefeito intendente de Leopoldina no período da revolução de 30, de 1930 a 1934. Na sua gestão, quando a cidade de Leopoldina só tinha duas ruas e era cercada de casebres de taipa (construção de barro sobre varas entrançadas com caroá), Antonio de Sá fez calçadas de paralelepípedos, abriu novas ruas e estradas, projetou a primeira escola municipal que funcionava em sua própria casa, na rua Coronel Jambo, no beco que vai para o Poço da Porta. Além de colocar lampiões de gás com funcionários públicos para acendê-los e apagá-los em todas as ruas, também combateu terrível epidemia de febre que dizimou muita gente, principalmente crianças, em um período em que o acesso a cidades maiores, com mais condições de atendimento era difícil, fez deslocamentos de doentes para Salgueiro em lombo de burro. Faleceu em 1943, em sua casa, de um acidente doméstico, no qual durante uma reforma em sua casa, uma viga caiu sobre ele, o que provocou a ruptura de uma veia no pescoço, o que foi fatal, isto quando Leopoldina já se chamava Parnamirim. Antonio de Sá Neves teve dois filhos reconhecidos: Djanira de Sá Neves e Nelson de Sá Neves.