Acabo de ler um e-mail com um artigo que rola por aí na internet, de um cronista e escritor brasileiro  bastante conhecido, com o qual eu concordo plenamente. É a respeito do infelizmente tão famoso BBB, essa coisa horrorosa cujas três iniciais idênticas, dependendo do gosto do freguês podem significar muita coisa, num bom linguajar de boteco. Só que no boteco,  tirante  um bom fla-flu, aposto como tá todo mundo lá vendo o troço.

Esse lixo eletrônico surgiu, cresceu, fermentou e explodiu no ar, contaminando a nossa amada pátria e infeccionando os neurônios de milhões de brasileiros incultos, com essa impureza moral, com toda sorte de baixaria áudio visual, pervertendo a personalidade dos jovens, dos adolescentes e até mesmo de crianças, desprovidos de pais ou responsáveis que os proíbam de assistir semelhante aberração. Até porque, pasmem, eles mesmos assistem ao triste espetáculo na companhia dos próprios filhos menores, na maior curtição!

- Fim do mundo, sinal dos tempos! Diria revoltado o meu pai,   se por aqui ainda estivesse.

Mas o que mais intriga é que uma emissora que deveria, e pode, usar toda a sua excelente tecnologia para divulgação da boa cultura, como a idealizou o seu fundador, inacreditavelmente se preste hoje a tamanho desserviço ao povo brasileiro, com um programa de tão baixo nível, completamente amoral e sem qualquer conteúdo educativo.

Me desculpem, mas com certeza o profissional deve até se sentir envergonhado do que por força das circunstâncias, é levado a fazer, forçando a barra para apresentar essa “coisa”, exibindo aquele baita sorriso de satisfação apenas encorajado pela quantidade de casas decimais que está à direita do cifrão, em seu gordo contracheque.  Isso aí gente, faz qualquer um apresentar bbb, ccc....  E quem é besta pra não querer dar uma de bobalhão na televisão, em troca de um tremendo dinheirão? A fila de gente lá dentro querendo o cargo, dobra a esquina.

Então o homem intimamente se justifica, diz pra si mesmo que são ossos do ofício, fecha os olhos e engole o purgante.

- Sorte minha, pensa. Isso de intelectual pobre já era. Afinal, se sou muito bem pago, então vamos ao que me interessa.

E haja besteira, bobeira, bobagem, mas enfim... ventilador também serve pra se jogar farofa e tudo mais, não é mesmo? 

E a "coisa" tá lá na telinha, ano após ano. Tem platéia... 

Mama mia!

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Junia - 2012