RESUMO

Nas últimas décadas, em que o desenvolvimento informacional vem provocando mudanças significativas na sociedade, facilitando assim o surgimento de outros espaços de aprendizagens na escola, a biblioteca ainda continua a ser um dos principais espaços de aprendizagens. O presente trabalho consiste em uma reflexão a respeito da importância de incentivar o hábito da leitura e da pesquisa na biblioteca escolar, buscando abordar as causas que provocam o esvaziamento da biblioteca escolar por parte dos alunos. Para tanto, realizamos uma pesquisa bibliográfica, tendo como referencial teórico os estudos de Milanesi (1983), Amarilha (2000), a Lei nº 12.244/2010 e as diretrizes da IFLA/UNESCO para a Biblioteca Escolar (2005), entre outros. Conclui-se constatando-se que existem diversas maneiras de incentivar o habito da leitura e da pesquisa, desenvolvendo ações em favor da biblioteca escolar para que ela possa não só atender às necessidades de seus usuários, como ainda possa ser um local favorável à pratica da leitura e da pesquisa. As bibliotecas escolares são importantes aliadas no e para o desenvolvimento e gosto pela leitura, pois possibilitam um novo espaço para aprender e obter acesso ao conhecimento. Palavras-chave: Biblioteca Escolar. Leitura e Pesquisa. Ações.

1 INTRODUÇÃO

Embora todos os espaços da escola sejam espaços de aprendizagens, costuma-se dizer que a sala de aula é o lugar onde os educandos aprendem. Na verdade, em todo o contexto da escola há aprendizagem. No tocante à sala de aula, cabe ratificar que ela se constitui como o espaço culturalmente constituído e planejado para que o professor encaminhe, coordene, direcione e realize a mediação das aprendizagens. No entanto há outros espaços na escola capazes de provocar e/ou estimular as aprendizagens. Os currículos escolares direcionam as competências necessárias para formar o cidadão apto a viver na sociedade e a escola deve preparar os educandos para viver no mundo contemporâneo, em que o papel de destaque está no conhecimento e na informação. Nada do que se ensina a uma pessoa é conclusivo, visto que ela mesma renova seus conhecimentos à medida que é incentivada a fazê-lo. Um cidadão bem informado torna-se capaz de agir com um retorno mais confiável, lucrativo e prático. Na escola atual deste século XXI, os espaços de aprendizagens são diversificados, ou seja, transcendem o espaço da sala de aula. Muitas escolas têm sala de leitura, de multimeios, de informática, laboratórios de ciências, salas de vivências, bibliotecas e tantos outros. Com o surgimento de outros espaços de aprendizagens, nós nos perguntamos sobre o espaço da biblioteca escolar, pois com a acelerada necessidade humana de buscar as mídias, como fica a biblioteca no espaço da escola? Como ela é vista? Como ela é utilizada pelos educandos e educadores? Como a biblioteca ainda pode, diante de tantas outras fontes atrativas de saber, continuar a ser e a ocupar um espaço por excelência de leitura e pesquisa, lugar esse constituído antes da formação destes novos espaços de aprendizagens na escola? Estes e tantos outros questionamentos nos motivaram a investigar sobre a temática da biblioteca escolar como espaço de leitura e pesquisa. Afinal, ela existe e faz parte da escola e proporciona muitas aprendizagens. Os livros aguçam no leitor a imaginação, levam-no a fantasias, a sonhos, a acreditar que ainda existe algo a descobrir, transportam o leitor a lugares jamais imaginados. 10 A biblioteca escolar, como o espaço de leitura e pesquisa, constitui-se como um elemento fundamental do sistema educativo. Ela representa a pedra basilar para a aquisição da capacidade de manuseamento da informação, que permite aos utilizadores viver no que hoje se chama a sociedade da informação. A biblioteca pode se tornar um desses recursos e merece destaque, se observada como apoio educacional, didático-pedagógico e cultural. Visto que seu potencial é importante, faz-se imprescindível que o corpo docente pratique leituras do acervo da biblioteca escolar para poder indicar aos discentes obras que possam ajudá-los no entendimento de questões trabalhadas em sala, resoluções de problemas e respostas a questionamentos diversos. Esse processo estimula o aluno e promove a busca pela utilização dos materiais da biblioteca, o que implica, em última instância, tornar o discente um frequentador, um pesquisador, enfim, um aluno leitor. Esse setor da escola – a biblioteca – tem a real função de incentivar a leitura e a pesquisa escolar. É o local, por excelência, onde a criança a prende a gostar de ler, a se interessar pela leitura e pelo livro, ou por qualquer coisa que represente uma história. Para isso, ela precisa ter em sua composição acervos formados para dar suporte à aprendizagem. Como, na biblioteca, o aluno tem contato com informações que divulgam o conhecimento e a realidade do mundo, a motivação, nesse espaço, pode levar a criança a aprender a gostar de ler. A biblioteca pode ser encarada como o centro da escola, já que atua como auxílio e complemento, disponibilizando informação aos usuários. Ao atuar como órgão auxiliar e complementar da escola, ela possibilita aos alunos o livre acesso ao mundo do saber, da descoberta do fantástico, do mundo da imaginação, dos sonhos, dos contos de fadas. Além disso, ainda orienta os educandos nos estudos e ajuda-os a resolver seus problemas diários, como orienta na resolução de problemas e dos deveres de classe. O referido espaço escolar também apóia - de maneira correta e com referência - a pesquisa realizada, utiliza diversos materiais, mostra a necessidade de uso de sínteses nas pesquisas e a participação do autor de maneira crítica. De acordo com Milanesi (1983, p. 48), “a biblioteca escolar oferece teoricamente todas as informações necessárias tornando-a assim importante a sua existência.” A biblioteca escolar é espaço para o aluno em formação, para o professor em educação continuada e para as demais servidoras e membros da comunidade 11 escolar, uma vez que todos precisam estar em constante atualização com os conhecimentos que os cercam. O professor, sendo um aluno na biblioteca, busca o conhecimento quando realiza essa ação juntamente com seus alunos. Lá, ele tem a possibilidade de discutir os passos de uma pesquisa, de um estudo, da busca pelo conhecimento e de mostrar aos seus educandos como superar obstáculos para chegar ao resultado da pesquisa. O presente trabalho se configura como uma Intervenção Socioescolar ora apresentado como uma exigência do curso de Pedagogia Licenciatura Plena da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA, como requisito parcial para obtenção do título de licenciado em Pedagogia. Trata-se de uma pesquisa exploratória, que segundo Ventura (2002) tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a tornálo mais explícitos, podendo envolver levantamento bibliográfico, entrevistas, geralmente assumindo a forma de pesquisa bibliográfica e estudo de caso. Este trabalho classifica-se como estudo de campo, que segundo GIL (2002), busca o aprofundamento de uma realidade específica, é bastante realizada por meio da observação direta das atividades do grupo, seguido de entrevistas com informantes para captar as explicações e interpretações do que ocorre naquela realidade. Objetivamos provocar a reflexão a respeito da importância de incentivar o hábito da leitura e da pesquisa na biblioteca escolar, buscando abordar as causas que provocam o esvaziamento da biblioteca escolar por parte dos alunos e procurando intervir na e para a melhoria dessa situação. Para subsidiar o repertório teórico, recorremos a Milanesi (1983), Amarilha (2000), além do estudo da Lei nº 12.244, de maio de 2010, e das Diretrizes da IFLA/UNESCO para Biblioteca Escolar (2005), criando situações práticas e evidenciando a importância de motivar o hábito e o gosto pela leitura e a pesquisa na biblioteca escolar. Para que os alunos adquiram o hábito da leitura dentro desse pensamento, é preciso que as escolas integrem em seus programas de aprendizagem o uso freqüente da biblioteca por seus alunos. Este espaço é um tesouro que temos em nossas mãos e que não estamos sabendo usá-lo. O tesouro que se esconde em uma biblioteca bem organizada não tem preço. A promoção da leitura no contexto escolar dar-se-á, portanto, por meio da integração entre a biblioteca e a sala de aula, ocasião em que bibliotecário e 12 professor deverão exercer suas funções em parceria, mantendo uma postura próativa no processo de formação do leitor. Compreendemos a biblioteca escolar como um espaço por excelência para possibilitar o habito e o gosto pela leitura e pesquisa, mesmo diante dos apelos das mídias - como a internet e tantos outros - que a escola campo de intervenção disponibiliza para os estudos. A biblioteca não pode ser vista como um espaço de guardar os livros todos enfileirados, imexíveis, como se fossem intocáveis; ela precisa ser o que sempre foi - um espaço prazeroso para estudar -, afinal, os livros são uma excelente fonte de saber e de pesquisa. A biblioteca pode e deve agir não só como recurso para a vida escolar do aluno, mas também ser relevante para sua vida social, profissional, intelectual e cultural. Para isso, não deve medir esforços para estimular o interesse dos alunos no que tange ao gosto pela leitura e pelos livros. Como forma de situar a leitura, este trabalho está organizado da seguinte forma: no primeiro capítulo, tecemos algumas considerações preliminares sobre a biblioteca escolar e a sua importância na sociedade contemporânea; no segundo capitulo - A biblioteca escolar: uma trajetória histórica -, discutiremos minuciosamente a trajetória histórica da biblioteca escola, desde o seu surgimento até os dias atuais, bem como sua caracterização no contexto da escola e suas especificidades, que, dentre muitas, é a de ser um espaço de leitura e de pesquisa. Já no terceiro capitulo - O bibliotecário e sua pratica profissional -, apresentamos o profissional da biblioteca; quanto ao quarto capitulo - Legislação e diretrizes das biblioteca escolares, nele discutimos as diretrizes legais da biblioteca no Brasil, por meio de inúmeros documentos do Ministério da Educação – MEC, dentre outros; no quinto capitulo, intitulado Exercitando a prática pedagógica: uma Intervenção Socioescolar, descrevemos como realizamos nossa Intervenção Socioescolar. Por fim, concluímos este estudo com as considerações finais. [...]