Berimbau Com Santo Daime: Novos Símbolos Nacionais
Por Félix Maier | 30/07/2008 | SociedadeFélix Maier
Depois
que o berimbau se tornou patrimônio cultural brasileiro, nada melhor
para simbolizar a preguiça brasileira do que esse "violão de uma corda
só" que qualquer um pode tocar nas rodas de capoeira.
O violão
de seis cordas é dificílimo de aprender. Por isso, causa enorme prazer
ouvir um Baden Powell ou, no caso dos mais antigos, como eu, um
Dilermando Reis ("Som de Carrilhões", "Abismo de Rosas"). É prazeroso
também ouvir o som sofisticado do violão de Caetano Veloso - apesar do
que disse dos baianos aquele professor universitário de Salvador. Há
gente que, não se contentando com o violão padrão, de seis cordas,
criou o "violão de sete cordas", um espanto!
Por outro lado,
para os preguiçosos, que não têm paciência em aprender o violão, restou
o berimbau. Hoje, o símbolo por excelência da preguiça brasileira, já
decantada por Monteiro Lobato, em personagem inigualável: o Jeca Tatu.
Como se pode constatar, tanto a criatividade quanto a mediocridade
brasileira não têm limites. Ela vai do violão de uma corda só até o de
sete cordas. Quem sabe, no futuro, a 8 cordas, 10 cordas...
Para
mim, ouvir berimbau é uma tortura só. Tenho a impressão que o som
monocórdico desse tosco instrumento musical é ideal para quem gosta de
"viajar", de preferência nas nuvens de baforadas de maconha.
Exagero
meu? Não. O ministro cantante da Cultura, Gilberto Gil, quer agora
tornar o Santo Daime também patrimônio cultural brasileiro. Não nos
esqueçamos que ele entende do assunto, quando se trata de droga (ele
até já foi preso ao portar maconha): ao compor a canção "Eu quero falar
com Deus", Gil estava levitando nas nuvens da cannabis, como ele
próprio já declarou.
Berimbau com Santo Daime: só assim, com
essa mistura tóin-tóin anestesiante, dá para ouvir aquele som chato que
não muda de tom nunca...