Brain-derived neurotrophic factor, mais conhecido por BDNF, é uma proteína secretada descoberta em 1982. Esse conjunto de peptídeos age sobre neurônios do sistema nervoso central e do sistema nervoso periférico, auxiliando outros neurônios a sobreviverem e estimulando o crescimento dos mesmos e a diferenciação de novos neurônios e sinapses, além de retardar a morte das células. Pode-se sugerir que o BDNF que está na nossa corrente sanguínea contribui para a neuroplasticidade.

Estudos feitos mostram que o BDNF é extremamente importante para a memória em longo prazo. Além disso, também há outros experimentos que mostram que um modo de estimulação da síntese deles é por meio de exercícios. Cafeína é algo que melhora a memória de reconhecimento, por isso existe a hipótese de que esse efeito pode estar relacionado a um aumento de BDNF.

Pacientes com Transtorno de Humor Bipolar do tipo I possuem níveis elevados de BDNF, especialmente nos pacientes cuja doença tem evolução superior a uma década. Conclui-se, portanto, que há uma relação entre ambos.

BDNF é um regulador da dependência do uso de drogas, visto que os níveis dessa proteína aumentam na área tegmental ventral do cérebro (parte onde há secreção de dopamina). Níveis elevados de BDNF estão associados, também, ao aumento do eczema.

A epilepsia também tem sido associada ao BDNF. Nesse caso, deve-se observar o potencial de aumento de regulação proporcionado pela proteína, já que o BNDF modula a transmissão sináptica excitatória e inibitória do receptor de GABA.

Ao ser realizada uma experiência com ratos, pode-se observar que acontece a diminuição do BDNF sempre que acontece o aumento da exposição ao estresse e a corticosterona. Se essa exposição for persistente, poderá ocorrer uma atrofia no hipocampo, o que, em seres humanos, está associado à doença conhecida como depressão. Estudiosos observaram que, ao ingerir antidepressivos, a quantidade de serotonina no cérebro aumenta bem como o nível de BDNF (que, assim como a serotonina, se eleva).

Existem outras possíveis ligações dessa proteína com algumas doenças, como: Doença de Alzheimer, de Lou Gehrig, de Huntington (DH), Parkinson, esquizofrenia, entre outras. Na Doença de Alzheimer o hipocampo também é prejudicado, e a ligação é sugerida devido à ligação do BDNF com memórias de longo prazo. Já na esquizofrenia os níveis do BNDF ficam alterados no cérebro e soro de pacientes que possuem essa doença, comprovando a influencia da proteína no transtorno.

 Levando em conta os dados apresentados, podemos perceber o quanto é importante o estudo dessa proteína que está ligada tão profundamente com diversas doenças, até mesmo porque, dessa forma, poderão surgir tratamentos mais adequados e eficazes.

 

REFERÊNCIAS:

 

ARIDA, Ricardo. Cérebro & Corpo: Entenda a relação entre cérebro, corpo, saúde e bem-estar. UOL. Disponível em: <http://www2.uol.com.br/vyaestelar/cerebroecorpo_bdnf.htm>. Acesso em: 2 jun. 2013.

 

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FERNANDES, Brisa Simões. Fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) no transtorno bipolar: uma metanálise. 2009. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2009. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/18503> Acesso em: 2 jun. 2013.

 

GABRIEL, Linda. BDNF – Miracle-Gro for the Brain. Thought Medicine. Disponível em: <http://thoughtmedicine.com/2010/05/bdnf-miracle-gro-for-the-brain/> Acesso em: 2 jun. 2013.