Os egípcios começaram a votar a favor ou contra  um projecto constitucional que divide profundamente o país, provocando  muitos protestos e confrontos.

Diante disso interrogamos sobre  o que esconde o fundo da crise constitucional  e a poítica  na qual  o Egito se livra num cenário de luta sem precedência?


A Fitna é considerada um artificio de contra atacar e dos adversários, bem como um fundo de confronto violento  entre pró e anti-Morsi, e secundariamente entre partidários e opositores da Constituição como projeto objeto da controversia.

 Isso alimenta as idiologias racistas e nefastas ao progresso contribuindo em todos os casos a um ambiente capaz de mergulhar o país ainda mais  num clima de violência, de tensão e da insegurança.

Pior, o espectro da anarquia e o retorno do militar permanecem ominpresentes.

 De fato, os opositores ao presidente Morsi  o culparam de  um desvio autocrático e de um totalitarismo islâmico, mas continuam  recusando a chamada ao diálogo com Morsi, insistindo sobre o adiamento do referendo constitucional.

 Uma Consulta agendada em duas etapas revelou um resultado que  risca  exacerbar as divisões dos egípcios, se não for controlado a tempo, tendo em vista as diferenças profundas e   insuperadas,  de uma vez por tudo para vencer o mal que  assola  o país.

Tendo multiplicado os gestos para reafirmar que ele era o presidente de todos os egípcios, e não de uma irmandade, tem que dizer que Morsi não enfrenta uma contra-revolução, mas sim uma oposição que  nunca o concedeu quaisquer credibilidade nem promessa de ajuda para o restabelecimento da situação.

Estes movimentos de oposição destacam a luta pela liberdade e laicidade do Estado, acusando a Irmandade Muçulmana de ter confiscado a revolução na Praça Tahrir, tentando  assim restringí-la a uma ditadura da sharia!

Nós não vamos ir no sentido, como frisam alguns editorialistas de má-fé da origem desta crise,  da qual os egípcios parecem presos entre o martelo do Exército e a bigorna dos islamitas, condenados, entretanto, a escolher entre a peste e a cólera ...

Embora a crise parecia sem saida e as noites brancas da Praça Tahrir cada vez mais longas, o  militar é a cada vez mais tentado para intervir, visando a restaurar a ordem e evitar o caos, porque agora os barulhos de botas assombram as canções da revolução.

 Lahcen EL MOUTAQI

Pesquisador Universitário

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