AVALIAÇÃO: UMA FERRAMENTA PARA A APRENDIZAGEM NO ENSINO SUPERIOR.

BENEDITA IRACY PANTOJA ASSIS¹ 

RESUMO

O Objetivo do assunto abordado é discutir, verificar e mostrar as relações entre a avaliação e a aprendizagem na educação superior. A forma como as práticas educativas poderão influenciar os estudantes, as escolhas avaliativas dos docentes que atuam na área.  Observar que as transformações e as profundas mudanças que ocorrem na classe universitária nas últimas décadas, estão diretamente atreladas a uma perspectiva de modificar uma sociedade alienada ao modelo de educação tradicionalista que vem sendo utilizado.   Nesse estudo é possível examinar a relação intima que existe entre o docente, o discente e a influência do ensino aprendizagem, no desenvolvimento do futuro profissional, independente de qual área ele irá atuar. Nesse contexto é possível compreender as expectativas que permeiam a possibilidade de uma reforma universitária, partindo da vertente em que o importante é a aprendizagem como ferramenta para agregar valores sociais, moral e ético para preparar o cidadão atuante em meio à sociedade. 

Palavras- chave: Ensino superior, prática avaliativas, aprendizagem.

1 Introdução

O Objetivo do assunto abordado é evidenciar e discutir as relações entre a avaliação e a aprendizagem na educação superior. No que se refere à forma como as práticas educativas poderão influenciar os estudantes e as considerações sobre as escolhas avaliativas dos docentes que atuam na área. Interessante observar que as transformações e as profundas mudanças que ocorrem na classe universitária nas últimas décadas, estão diretamente atreladas a uma perspectiva de modificar uma sociedade alienada ao modelo de educação pré-estabelecido como esse tradicionalista que vem sendo utilizado.

Pesquisas históricas apontam que a implantação das primeiras instituições de ensino superior no Brasil teriam sido datadas, à partir da chegada da realeza portuguesa no período colonial. O País passou por grandes transformações, com objetivo de proporcionar maior comodidade a comitiva da família real. A abertura dos portos para as nações amigas, em especial a Inglaterra que mantinha uma relação comercial com Portugal, investimento na estruturação das cidades pólos em que o monarca fixara residência.

O desenvolvimento no país aconteceu de maneira lenta, devido o a falta de interesse do governo, com referência a população da colônia, alguns logradouros públicos foram construídos, nas cidades que abrigaram o rei e sua comitiva, que em consequência se tornaram capitais e posteriormente viraram estados, como a Bahia e o Rio de Janeiro. Desde 1808 até meados de 1822, algumas escolas de graduação foram criadas de forma tímida, em sua maioria direcionada a uma pequena parte da sociedade na sede do governo monárquico, sempre adotando o modelo de ensino e nos padrões exigidos pela sociedade Lusitana, praticado e, Lisboa ou Coimbra em Portugal.

A priori os Jesuítas eram os responsáveis pela alfabetização durante a colonização, tendo como objetivo a catequização dos nativos da nova terra em consonância com os dogmas da igreja e do império Português. Mesmo após a proclamação da independência a construção de centros universitários não era vista com tanto empenho. Era praticada apenas com o intuito de formar alguns doutores, pertencente à classe burguesa e proporcionar prestígio social. Algumas empresas privadas do ramo educacional começaram a se mobilizar e investir na expansão das academias no fim do século XIX, devido à falta de políticas que viabilizassem a aquisição de recursos para implantação de universidades públicas.

No século XX demanda de estudante ingressando em instituições de graduação não foi tão expressiva, mesmo com os movimentos estudantis, a pressão governamental contribuiu para que o ensino universitário fosse apenas um processo superficial, sem o aprofundamento necessário para que o estudo das ciências proliferasse a contento. A situação econômica também tem sua parcela de contribuição nessa conjuntura, tendo em vista que o analfabetismo é uma triste realidade, e os que têm acesso aos centros de ensino, é a elite considerada abastada e com recursos para proporcionar aos filhos o privilégio da educação formal, com todo aparato correspondente a ela.

2. Reflexão sobre o ato de avaliar.  

            As pesquisas em torno das práticas educativas e as formas de avaliação são pautas de inúmeras discussões na educação básica, os motivos são vários, a evasão, a reprovação no ensino e Fundamental e Médio. Nas academias o tema também é bastante debatido pelos discentes e docentes, tudo no objetivo de rever os conceitos do desenvolvimento intelectual, cognitivo e social do aluno. Somativa, formativa ou diagnóstica são maneiras especificas de avaliar o nível de conhecimento do estudante, verificar se aprendizagem está ocorrendo. Mas, será que através de um exame ou prova realmente é possível saber o grau da capacidade e competências desse aluno? Nessa avaliação, a questão social e psicológica é levada em consideração? As suposições são inúmeras, pesquisadores e estudiosos buscam expor o assunto, para que seja revisto os conceitos de avaliar. 

Partindo dessa vertente surgi às expectativas sobre a importância de se destacar e pesquisar os desafios de redesenhar o novo currículo, revisando os fundamentos que instiguem os discentes a outro nível de ensino, tornando relevante a habilidade, de elaboração das competências coerentes. O debate precisa ser ampliado Chaves (2004) afirma que, a Literatura Educacional das duas últimas décadas fornece lições importantes, a obrigatoriedade de se questionar e incluir outros itens, como as questões sociais, econômicas e culturais e a adesão de novos métodos.

Tais argumentos consideram a centralidade das experiências e apresentam diversas implicações nas práticas pedagógicas e a carga excessiva de tarefas acadêmicas, prestando uma manutenção persistente e antiga percepção dos professores, ressaltando a seriedade da observação dos valores subjetivos, que agregam ao indivíduo a probabilidade de compromisso com o estado interior da aprendizagem.   

É notório que esse processo não evolui como o desejado, e os personagens envolvidos também podem contribuir para um possível fracasso, o profissional que ministra aula nas instituições de ensino superior precisa estar preparado para atender uma clientela diversificada, com um rico conhecimento empírico, com idéias próprias, e argumentos críticos que podem ir ao encontro dos valores profissionais do docente.

Complexo, seria a palavra mais apropriada para denominar as características do ato de avaliar. Cada estudante age de forma diferente diante de um problema ou proposta, o conteúdo programático ou a ementa não prevê o grau de assimilação de um assunto, a metodologia em alguns casos é fundamental para antever até que ponto o ensino está sendo capaz de influenciar no desempenho do aluno, se a política educacional esta voltada para a qualidade da aprendizagem. De acordo com Fernandes (2010, p.9):

 

Quando o professor não tem uma característica docente de capacidade para administrar uma aula, ele jamais conseguirá envolver o aluno na aplicação do conhecimento, pois lecionar não equivale somente ter um giz na mão ou o texto, que se está discutindo tal assunto, vai para, além disso, ou seja, é preciso que o professor tenha o domínio do que se está tratando e saiba ter métodos estratégicos a fim de penetrar o conhecimento de forma compreensiva e este revolucione a cabeça do estudante, de forma que o conhecimento faça gerar na mente e como do aprendiz.

 

Seja qual for à escolha do docente, deverá ser significativa, tendo como base as percepções e o tipo de aprendizagem, tendo em vista que através das analises, fica explicito que não existe formula da melhor forma de avaliar, o que implica em experiênciar para se chegar ao resultado desejado. Nesse contexto o perfil do discente torna-se irrelevante visto que o ensino é direcionado a todos os participantes da academia, independente dela ser pública ou privada, o alvo da discussão seria unicamente a avaliação e os reflexos no ensino-aprendizagem. A evolução desses métodos avaliativos, podem contribuir para o melhoramento da relação do indivíduo em sociedade.

2.2 A reciprocidade da avaliação.

Nesse contexto avaliação é inerente a todos, não existe aprendizagem sem avaliação, do contrário não acontece, da mesma forma como o professor também é avaliado, sua metodologia, seu desempenho em sala de aula do mesmo modo está em destaque, os dois lados são essenciais e estão intimamente ligados, indivíduos que formam uma sociedade e partilham teorias democraticamente. Segundo Fernandes (2015, p. 6)

 

A qualidade neste sentido deve está carregada de um juízo de valor imparcial e nem predominância de caráter subjetivo no processo de avaliação, mas seguir uma e imparcialidade [...] Além dessa avaliação, a própria avaliação pelos acadêmicos também é válida, pois só se sabe o que está sendo satisfatório aquele que vive e sente em seu cotidiano.  

                                          

A reprovação nesse caso seria apenas uma opção de última instância, não um instrumento de punição em que as atividades estudantis têm o único objetivo, alcançar a meta de pontos de uma grade curricular. As discussões avançam sobre avaliação e a formação de professores na educação superior.  Fernandes (2015) afirma que:

 

A falta de preparo do professor transparece em seu modo rude e ignorante ser, quando não respeita a pessoa do aluno e não o considera como um ser pensante, as vezes suas credenciais o qualificam para a profissão, as vezes não, contudo quem sofre é o aluno quando na prática do ensino sente a necessidade de uma pedagogia que possa alcançar suas dificuldades e limites, e não um esforço para colocar conteúdos na cabeça do aluno sem metodologia estratégica, lógica e que consiga fazer com que o aluno seja um ser crítico, pensante, dono de seus próprios conceitos e idéias e não um mero repetidor de pensamento alheio.

 

            O assunto gera grande apreensão, por fato de que aprender esta no ato de praticar, e a prática leva a produção de uma proposta, uma solução, então se pode dizer que o ensino-aprendizagem ocorre quando se estabelece essa relação, essas abordagens consistem no esforço efetivo, a compreensão de conceitos e princípios; a atitude é mais passiva de aceitação das informações e materiais didáticos, tudo pode estar relacionado ao contexto e o ambiente a qual estão esses alunos estão expostos.

 

  Considerações Finais.

Essas discussões servem para nos mostrar que o ato de avaliar, esta interligado ao ensino-aprendizagem, e que, na graduação é tão importante quanto na educação básica.  As pesquisas em torno do assunto demonstram que a preocupação maior é a qualidade do ensino, e a preparação do individuo que está estudando em uma universidade.

O aluno não pode ser considerado e nem tratado como objeto de estudo, a sociedade precisa de um modelo de ensino superior mais flexível, humano, que atenda as necessidades de uma clientela rica em valores culturais. Quando o conceito de avaliação mudar, será possível transforma a ideia do tradicionalismo de avaliar o estudante de acordo com nota exigida, não observando as competências e meios que fizeram alcançar o objetivo proposto.

Em alguns casos os profissionais da instituição influenciam no desempenho do discente, uma metodologia com fatores qualitativos poderá promover a aprendizagem, tendo em vista que o acadêmico poderá explorar outras fontes de conhecimento, a experiência empírica que cada indivíduo possui não pode simplesmente ser renegada pelo fato de estar em ambiente direcionado à apreensão do conhecimento cientifico.

Os fatores sociais também são importantes nesse contexto, que contribuição esta pessoa dará a sociedade quando ingressar no mercado de trabalho? Ela estará preparada para lidar com a complexidade do desenvolvimento humano? São questões de relevância, o que se aprende na academia provavelmente será aplicado em algum lugar em qualquer momento.

Na verdade temos que verificar os efeitos colaterais dessa construção de potencialidades, fornecendo subsídios que favoreçam o crescimento cognitivo, e desafiar o sentimento crítico e a criatividade deste ser social, encorajar o debate e a busca por soluções, sempre verificando o quanto o aluno é capaz de evoluir e o grau de comprometimento com seu crescimento profissional, que essas mudanças venham a facilitar seu aprendizado, e essa pratica possa melhorar seu desenvolvimento em sociedade.

 

 

                                                                                                                       

REFERÊNCIAS

FERNANDES, Edinamar Farias. Políticas Públicas em Educação: Qualidade do Ensino e a Reforma Universitária.

GARCIA,Joe. Avaliação e aprendizagem na educação superior. Est. Aval. Educ., São Paulo, v. 20, n. 43, maio/ago. 2009.

OLIVEIRA, Juliana Damasceno de; PAIXÃO, Priscila Campiolo Manesco. Avaliação no Ensino Superior: modalidades, funções e instrumentos avaliativos no processo de ensino aprendizagem Disponível em:http://www.cesumar.br/prppge/pesquisa/epcc2013/oit_mostra/Juliana_Damasceno_de_Oliveira.pdf Acesso em 01 de Agosto de 2018.

MARTINS, Antônio Carlos Pereira. Ensino Superior no Brasil: da descoberta aos dias atuais. MARTINEZ, Manuela Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação 21/01/2008... - Veja mais em https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia-brasil/familia-real-no-brasil-2-saiba-como-foi-a-chegada-de-dom-joao-6.htm?cmpid=copiaecola