Avaliação não deve ser vista como uma punição ou premiação
Publicado em 03 de fevereiro de 2021 por mariane damke
Avaliação não deve ser vista como uma punição ou premiação
Autora: Mariane Damke
Coautora: Edilce Teresinha de Barros Miercalm
Sempre que pensamos em como foi organizado e conduzido nosso processo de ensino aprendizagem, é comum vir a mente os piores momentos que vivemos durante nossa formação inicial. Entre eles podemos citar se não o mais temido, com certeza o mais sentido: o dia de prova. Hoje ao trabalharmos no ramo da educação sabemos da importância da avaliação, e damos a ela uma maior importância, não deixando de lado nossa empatia para com nossas crianças e tentando minimizar os traumas que carregamos, evitando ao máximo que sejam perpetuados por nós.
Avaliação é um processo abrangente da existência humana que implica uma reflexão crítica sobre a prática, no sentido de captar seus avanços, suas resistências, suas dificuldades e possibilitar uma tomada de decisão sobre o que fazer para superar os obstáculos. VASCONCELOS (1994, p. 43)
Avaliar é parte integrante do ensinar e do aprender no processo de aprendizagem e não é como uma etapa final de um percurso, avaliação não é uma punição ou premiação, ela prevê que existem alunos com diferentes tempos de aprendizagem, portanto o professor precisa conhecer cada aluno e suas necessidades para que alcancem seus objetivos.
Se o objetivo é fazer com que todos aprendam, uma das primeiras providências é sempre informar o que vai ser visto em aula e o porquê de estudar aquilo. Isso ajuda a estabelecer um vinculo entre professor e aluno na sala de aula.
O ato de avaliar a aprendizagem implica em acompanhamento e reorientação permanente da aprendizagem. Ela se realiza através de um ato rigoroso e diagnóstico e reorientação da aprendizagem tendo em vista a obtenção dos melhores resultados possíveis, frente aos objetivos que se tenha à frente. E, assim sendo, a avaliação exige um ritual de procedimentos, que inclui desde o estabelecimento de momentos no tempo, construção, aplicação e contestação dos resultados expressos nos instrumentos; devolução e reorientação das aprendizagens ainda não efetuadas. Para tanto, podemos nos servir de todos os instrumentos técnicos hoje disponíveis, contanto que a leitura e interpretação dos dados seja feita sob a ótica da avaliação, que é de diagnóstico e não de classificação. O que, de fato, distingue o ato de examinar e o ato de avaliar não são os instrumentos utilizados para a coleta de dados, mas sim o olhar que se tenha sobre os dados obtidos: o exame classifica e seleciona, a avaliação diagnostica e inclui. LUCKESI (2008)
Existem inúmeras técnicas avaliativas como, por exemplo, a prova de consulta, trabalhos e pesquisas, resolução de soluções problemas, entre muitas outras técnicas, como também a utilização de cadernos de registros, portfólios, ficha de acompanhamento individual e coletiva, as quais permitem ao professor avaliar o desempenho dos alunos e fugir da tradicional prova escrita.
A avaliação deve ser um instrumento para estimular o interesse e motivar o aluno para maior esforço e aproveitamento, e não uma arma de tortura ou punição. Nesse sentido, a avaliação desempenha uma função energizante, à medida que serve de incentivo ao estudo. Mas complementando essa função, a avaliação desempenha, também, outra: a de feedback ou retroalimentação, pois permite que o aluno conheça seus erros e acertos. (HAYDT, 1997, p. 27).
Sendo assim o ato de avaliar tem papel fundamental na tomada de decisão de como o educador deve proceder com relação a este ou aquele aluno, e assim se tornar um melhor mediador do conhecimento que necessita ainda ser adquirido.
Referências
HAYDT, Regina Cazaux. Avaliação do processo ensino-aprendizagem. 6ª ed. São Paulo, Ática: 1997.
LUCKESI, Cipriano Carlos. A avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. São Paulo: Cortez, 17ª ed. 2005. edição revista, 2008.
VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Avaliação: concepção dialética libertadora do processo de avaliação escolar. 17ª ed. São Paulo: Libertad, 1994.