Avaliação não deve ser vista como uma punição ou premiação

Autora: Mariane Damke

Coautora: Edilce Teresinha de Barros Miercalm

Sempre que pensamos em como foi organizado e conduzido nosso processo de ensino aprendizagem, é comum vir a mente os piores momentos que vivemos durante nossa formação inicial. Entre eles podemos citar se não o mais temido, com certeza o mais sentido: o dia de prova. Hoje ao trabalharmos no ramo da educação sabemos da importância da avaliação, e damos a ela uma maior importância, não deixando de lado nossa empatia para com nossas crianças e tentando minimizar os traumas que carregamos, evitando ao máximo que sejam perpetuados por nós.

Avaliação é um processo abrangente da existência humana que implica uma reflexão crítica sobre a prática, no sentido de captar seus avanços, suas resistências, suas dificuldades e possibilitar uma tomada de decisão sobre o que fazer para superar os obstáculos. VASCONCELOS (1994, p. 43)

Avaliar é parte integrante do ensinar e do aprender no processo de aprendizagem e não é como uma etapa final de um percurso, avaliação não é uma punição ou premiação, ela prevê que existem alunos com diferentes tempos de aprendizagem, portanto o professor precisa conhecer cada aluno e suas necessidades para que alcancem seus objetivos.

Se o objetivo é fazer com que todos aprendam, uma das primeiras providências é sempre informar o que vai ser visto em aula e o porquê de estudar aquilo. Isso ajuda a estabelecer um vinculo entre professor e aluno na sala de aula.

O ato de avaliar a aprendizagem implica em acompanhamento e reorientação permanente da aprendizagem. Ela se realiza através de um ato rigoroso e diagnóstico e reorientação da aprendizagem tendo em vista a obtenção dos melhores resultados possíveis, frente aos objetivos que se tenha à frente. E, assim sendo, a avaliação exige um ritual de procedimentos, que inclui desde o estabelecimento de momentos no tempo, construção, aplicação e contestação dos resultados expressos nos instrumentos; devolução e reorientação das aprendizagens ainda não efetuadas. Para tanto, podemos nos servir de todos os instrumentos técnicos hoje disponíveis, contanto que a leitura e interpretação dos dados seja feita sob a ótica da avaliação, que é de diagnóstico e não de classificação. O que, de fato, distingue o ato de examinar e o ato de avaliar não são os instrumentos utilizados para a coleta de dados, mas sim o olhar que se tenha sobre os dados obtidos: o exame classifica e seleciona, a avaliação diagnostica e inclui. LUCKESI (2008)

Existem inúmeras técnicas avaliativas como, por exemplo, a prova de consulta, trabalhos e pesquisas, resolução de soluções problemas, entre muitas outras técnicas, como também a utilização de cadernos de registros, portfólios, ficha de acompanhamento individual e coletiva, as quais permitem ao professor avaliar o desempenho dos alunos e fugir da tradicional prova escrita.

A avaliação deve ser um instrumento para estimular o interesse e motivar o aluno para maior esforço e aproveitamento, e não uma arma de tortura ou punição. Nesse sentido, a avaliação desempenha uma função energizante, à medida que serve de incentivo ao estudo. Mas complementando essa função, a avaliação desempenha, também, outra: a de feedback ou retroalimentação, pois permite que o aluno conheça seus erros e acertos. (HAYDT, 1997, p. 27).

Sendo assim o ato de avaliar tem papel fundamental na tomada de decisão de como o educador deve proceder com relação a este ou aquele aluno, e assim se tornar um melhor mediador do conhecimento que necessita ainda ser adquirido.

 

Referências

HAYDT, Regina Cazaux. Avaliação do processo ensino-aprendizagem. 6ª ed. São Paulo, Ática: 1997.

LUCKESI, Cipriano Carlos. A avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. São Paulo: Cortez, 17ª ed. 2005. edição revista, 2008.

VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Avaliação: concepção dialética libertadora do processo de avaliação escolar. 17ª ed. São Paulo: Libertad, 1994.