Acadêmicos:
Gerryane Borges Peniche
Milene Foro Trindade
Raimunda Antônia de Paiva Palmeira
Thays Moreira Teixeira Silva

Tutora: Laurene Vaz

Resumo

O presente artigo discute a relação entre a afetividade e o aprendizado a partir de elementos teóricos que evidenciam a influência da afetividade na produção e aquisição do conhecimento, e a relação entre os atores do espaço escolar e o aluno como um fator positivo no processo de ensino e aprendizagem. Sabendo-se que as ações planejadas e bem direcionadas promovem a produção do conhecimento e o desenvolvimento e isso ocorre tanto na área cognitiva como afetiva, contribuindo para a formação integral do indivíduo. Assim objetiva-se em buscar em algumas obras educacionais e pedagógicas referências sobre a afetividade na educação com fator importante nesse processo. A pesquisa estrutura-se como qualitativa e bibliográfica com base nos autores que discutem o assunto pesquisado. Palavras-chave: afetividade, conhecimento, aprendizagem.

1. Introdução

A presente pesquisa é uma atividade de busca por material teórico cujo foco se concentra na qualificação da interação que ocorre entre os envolvidos no âmbito escolar, em uma abordagem que traz a afetividade como elemento constituinte e essencial ao processo de ensino-aprendizagem. Pensar na educação com relevância afetiva é pensar numa educação humanizada, que produz sua ação fundamentada em princípios éticos responsáveis, determinações políticas com fins de intervenção, criatividade e sensibilidade. Na concepção de Spagollo (2016) o ser humano se constitui como um ser com necessidades e potencialidades, dotado de sentimentos e emoções. Isso significa dizer que este se desenvolve numa intricada rede de inter-relações onde a afetividade se mostra essencial nesse processo que se inicia desde a formação familiar. A aprendizagem inicia-se no contexto concreto da vivencia social da família, com todas as suas contradições, passando pelos ambientes escolares e por todo o ciclo vital. Neste movimento dá-se a dinâmica entre o racional e o emocional, o afetivo e o sentimental, fundamentos básicos de uma aprendizagem relacional, necessários para a produção e apropriação do conhecimento. (SPAGOLLA, 2016, p. 4). Assim sendo, as ações pedagógicas no espaço escolar são produzidas mediante a afetividade, sendo esta um fator fundamental no estímulo e na busca de mecanismos que viabilizem uma mediação afetivo-motivadora. Concebe-se que a afetividade possibilita a pessoa a olhar para o outro, valorizando-o e instigando elementos como a autoestima, componente essencial para a aprendizagem e consequentemente ao desenvolvimento das habilidades e potencialidades do sujeito. Com base nessas concepções nasceram nossas indagações em relação à afetividade na educação, no intuito de analisar e compreender que importância tem a afetividade no processo educativo. Entender de que forma a relação afetiva é favorável ao desenvolvimento humano e, por conseguinte, de que maneira ela pode influenciar no aprendizado. Nessa perspectiva Spagollo (2016) salienta que a afetividade se manifesta na forma como nos comportamos e vai se ampliando e se diversificando de acordo com nosso desenvolvimento, ou seja, nos constituímos seres que se desenvolvem com as pessoas e o meio com que convivemos. Desta forma a aprendizagem significativa ocorre na relação que se estabelece entre aluno/aluno, aluno/professor, aluno/escola e aluno/conhecimento. 3 Pensar na relação afetiva propulsora do desenvolvimento e aprendizagem é pensar que a relação entre os envolvidos seja de respeito, confiança e cumplicidade. A cooperação e a reciprocidade são elementos que viabilizam a construção e apropriação do conhecimento de forma lúdica e prazerosa. A relação afetiva dentro da sala de aula acontece de modo que o professor pode conhecer seus alunos e assim planejar sua aula com conteúdos e práticas que realmente faça sentido para os alunos. Na medida em que eles se sentem confiantes isso muda o comportamento, a forma de ver o ensino, os colegas e a escola em si. Quantos alunos não guardam na memória lembranças agradáveis de demonstração de acarinho e afeto que marcaram suas vidas positivamente, que os fizeram superar alguma dificuldade, que fez diferença na vida desses sujeitos. É nessa concepção que acreditamos que a afetividade se torna tão importante para educação em um sentido global.

2. Afetividade

De acordo com Gazaro (2018) a afetividade é um estado psicológico que envolve vários tipos de sentimentos, desde os mais simples aos mais complexos. Ou seja, um sentimento visível na relação entre as pessoas, ligada pelo amor e pelo medo da perda, o que pode causar outras emoções e desejos como ciúme, ódio, inveja, saudade, entre outros. Para a autora a afetividade esta inteiramente ligada ao intelecto, despertando motivações, ações e a razão, nos fazendo ter interesse pelo que gostamos. O ingresso da criança na escola é sem dúvida um dos momentos mais significativos na sua trajetória de vida, pois a partir desse momento ocorre uma quebra no vínculo emotivo familiar. A criança passa a experimentar o convívio social extrafamiliar que lhe proporcionará o contato com culturas, costumes e valores diferentes de sua realidade, um misto de sentimentos e informações que a levarão a uma fase de adaptação. Sabendo que a criança passa grande parte do seu tempo na escola, ela desenvolve sentimentos com professores, colegas e demais integrantes da escola, ou seja, ela desenvolve a afetividade através das relações. 4 Entendemos que a afetividade ocorre por consequência de comportamentos posturais e verbais e se torna mais complexo à medida que o sujeito se desenvolve. Deste modo, a aproximação é fundamental em sala de aula, pois os alunos criam apego, respeito, estima e confiança no professor, ou seja, a afetividade é um elemento que influencia no ensino-aprendizagem. Antunes (2006) define a afetividade como: Um conjunto de fenômenos psíquicos que se manifestam sob a forma de emoções que provocam sentimentos. A afetividade se encontra ”escrita” na historia genética da pessoa humana e deve-se a evolução biológica da espécie. Como o ser humano nasce extremamente imaturo, sua sobrevivência requer a necessidade do outro, e essas necessidade se traduz em amor. (ANTUNES, 2006, p. 5). O autor defende a ideia de que a aprendizagem é uma mudança de comportamento que ocorre através da experiência sendo, portanto, uma forma de adaptação ao ambiente. Nesse processo de adaptação os sujeitos vão adquirindo sentimentos e emoções que ajudaram na formação da personalidade e consequentemente no seu aprendizado. [...]