Avaliação na Educação Infantil, onde cada criança tem seu tempo de aprender

Autoras: Josiane de Lana C. Nascimento

Maria do Carmo Ferreira dos Santos Silva

Carla Andressa Santos Muniz

Primeiramente precisa ficar claro o ensinar e o aprender, que são o verso e o reverso de uma mesma moeda, e implicam em uma ação colaborativa, participativa e de construção conjunta entre professor e criança; professor/ professor, pois quando um professor ensina ele aprende, não tem como ensinar algo antes de aprendê-lo primeiro, então pode se dizer que o professor tem que ter claro que sempre será um aprendiz do conhecimento do processo do ensino aprendizagem.

De acordo com Stokrocki (1991) ensinar é um processo que envolve um diálogo constante entre indivíduos, propiciando recursos temporais, materiais e informacionais para que se desenvolva a autoaprendizagem e a aprendizagem com os outros ou a partir de outros.

Não é apenas transmitir conhecimentos obedecendo a determinadas metodologias ou cumprir os currículos de disciplinas, ensinar é fazer com que os alunos se comprometam num questionamento dialético de princípios fundamentais, é fazer com que analisem argumentos prós e contra e buscando a validação ou a contestação de hipóteses, estimulando constantemente o seu raciocínio crítico.

Segundo Lopes (1996) ensinar é instigar e orientar os alunos para que se apropriem de conhecimentos específicos de cada fase escolar para a interiorização do saber sistematizado, historicamente acumulado.

Portanto, ensinar é criar condições para que os alunos desenvolvam as condições básicas de domínio das diversas linguagens, fundamentalmente a da escrita, de modo a poder sistematizar o conhecimento e expressar tanto suas dúvidas e incertezas quanto suas descobertas e criações. É, também, ajudá-los a desenvolver a reflexão, a saber fazer as perguntas certas e ir atrás das respostas adequadas.

Desta forma, o papel do professor deve ser repensar a prática pedagógica rumo a educação de qualidade onde o ensinar bem requer, além de conhecimento e competência, doses de atenção e ressignificação de sua prática, estimulando o desenvolvimento integral, onde relaciona se a teoria com as práticas do cotidiano de seu aluno.

O percurso procura provocar o professor a pensar sobre os pontos de partida de cada criança e suas conquistas individuais. Não cabem classificações e comparações entre as crianças, uma vez que as histórias, os ritmos, as características individuais e os interesses são singulares.

Então podemos afirmar que a avaliação, neste caso, é um apoio para o planejamento do professor, uma ferramenta necessária para estruturar a construção de novos percursos e ajudar a criança a ampliar suas competências. É preciso entender que a avaliação não é apenas um instrumento para medir o que a criança ainda não conseguiu aprender, mas, principalmente, para repensar o planejamento, planejando-o e propondo intervenções e ajustes adequados para que ela possa verdadeiramente avançar em sua aprendizagem.

Outro ponto importante é garantir que essa avaliação seja contínua e formativa e não uma avaliação quantitativa e comparativa, sendo que tão importante quanto executar um instrumento de avaliação é analisar e refletir sobre o processo educativo como um desafio crescente. Ao se refletir sobre o próprio fazer pedagógico, o professor se encaminha para avaliar suas conquistas e os avanços de suas crianças, esse é o momento em que colhe inspirações e direcionamentos para novos planejamentos alinhados com os processos de aprendizagens individuais e também coletivos.

Os registros em nota, imagens, gravações, produções das crianças e portfólios, entre outros, realizados ao longo do período letivo, são subsídios fundamentais para esse fazer pedagógico do professor e a elaboração da Documentação Pedagógica destinada aos seus diversos públicos: a criança, a equipe pedagógica, a família e a comunidade.

Portanto, a avaliação será sempre da criança em relação a si mesma e não comparativamente com as outras crianças, o olhar que busca captar o desenvolvimento, as expressões, a construção do pensamento e do conhecimento, deve identificar, também, seus potenciais, interesses, necessidades, pois, esses elementos serão cruciais para o professor planejar atividades ajustadas ao momento que a criança vive. A avaliação ocorre permanentemente e nunca como ato formal de teste, comprovação, atribuição de notas e atitudes que sinalizem punição.