Avaliação na Educação Infantil, onde cada criança tem seu tempo de aprender
Publicado em 17 de janeiro de 2024 por JOSIANE DE LANA CLAUDINO NASCIMENTO
Avaliação na Educação Infantil, onde cada criança tem seu tempo de aprender
Autoras: Josiane de Lana C. Nascimento
Maria do Carmo Ferreira dos Santos Silva
Carla Andressa Santos Muniz
Primeiramente precisa ficar claro o ensinar e o aprender, que são o verso e o reverso de uma mesma moeda, e implicam em uma ação colaborativa, participativa e de construção conjunta entre professor e criança; professor/ professor, pois quando um professor ensina ele aprende, não tem como ensinar algo antes de aprendê-lo primeiro, então pode se dizer que o professor tem que ter claro que sempre será um aprendiz do conhecimento do processo do ensino aprendizagem.
De acordo com Stokrocki (1991) ensinar é um processo que envolve um diálogo constante entre indivíduos, propiciando recursos temporais, materiais e informacionais para que se desenvolva a autoaprendizagem e a aprendizagem com os outros ou a partir de outros.
Não é apenas transmitir conhecimentos obedecendo a determinadas metodologias ou cumprir os currículos de disciplinas, ensinar é fazer com que os alunos se comprometam num questionamento dialético de princípios fundamentais, é fazer com que analisem argumentos prós e contra e buscando a validação ou a contestação de hipóteses, estimulando constantemente o seu raciocínio crítico.
Segundo Lopes (1996) ensinar é instigar e orientar os alunos para que se apropriem de conhecimentos específicos de cada fase escolar para a interiorização do saber sistematizado, historicamente acumulado.
Portanto, ensinar é criar condições para que os alunos desenvolvam as condições básicas de domínio das diversas linguagens, fundamentalmente a da escrita, de modo a poder sistematizar o conhecimento e expressar tanto suas dúvidas e incertezas quanto suas descobertas e criações. É, também, ajudá-los a desenvolver a reflexão, a saber fazer as perguntas certas e ir atrás das respostas adequadas.
Desta forma, o papel do professor deve ser repensar a prática pedagógica rumo a educação de qualidade onde o ensinar bem requer, além de conhecimento e competência, doses de atenção e ressignificação de sua prática, estimulando o desenvolvimento integral, onde relaciona se a teoria com as práticas do cotidiano de seu aluno.
O percurso procura provocar o professor a pensar sobre os pontos de partida de cada criança e suas conquistas individuais. Não cabem classificações e comparações entre as crianças, uma vez que as histórias, os ritmos, as características individuais e os interesses são singulares.
Então podemos afirmar que a avaliação, neste caso, é um apoio para o planejamento do professor, uma ferramenta necessária para estruturar a construção de novos percursos e ajudar a criança a ampliar suas competências. É preciso entender que a avaliação não é apenas um instrumento para medir o que a criança ainda não conseguiu aprender, mas, principalmente, para repensar o planejamento, planejando-o e propondo intervenções e ajustes adequados para que ela possa verdadeiramente avançar em sua aprendizagem.
Outro ponto importante é garantir que essa avaliação seja contínua e formativa e não uma avaliação quantitativa e comparativa, sendo que tão importante quanto executar um instrumento de avaliação é analisar e refletir sobre o processo educativo como um desafio crescente. Ao se refletir sobre o próprio fazer pedagógico, o professor se encaminha para avaliar suas conquistas e os avanços de suas crianças, esse é o momento em que colhe inspirações e direcionamentos para novos planejamentos alinhados com os processos de aprendizagens individuais e também coletivos.
Os registros em nota, imagens, gravações, produções das crianças e portfólios, entre outros, realizados ao longo do período letivo, são subsídios fundamentais para esse fazer pedagógico do professor e a elaboração da Documentação Pedagógica destinada aos seus diversos públicos: a criança, a equipe pedagógica, a família e a comunidade.
Portanto, a avaliação será sempre da criança em relação a si mesma e não comparativamente com as outras crianças, o olhar que busca captar o desenvolvimento, as expressões, a construção do pensamento e do conhecimento, deve identificar, também, seus potenciais, interesses, necessidades, pois, esses elementos serão cruciais para o professor planejar atividades ajustadas ao momento que a criança vive. A avaliação ocorre permanentemente e nunca como ato formal de teste, comprovação, atribuição de notas e atitudes que sinalizem punição.