Avaliação institucional numa visão democrática

 

Autor: Dr. Elionai Dias Soares

Professor de OMF / Anatomia Humana – Cesmac / AL

Curso: Licenciatura em Educação Física – Claretiano / SP

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Introdução e Discussão

Constatam-se vantagens na constituição democrática do processo avaliativo institucional, onde se tem a participação de todos os envolvidos na formação discente. Mais que uma observação, é uma necessidade tal democratização da avaliação educacional, onde os atores envolvidos participam ativamente de todo o processo. Com isso, através da característica formativa e pedagógica, a autoavaliação democrática acontece no andamento de todo o processo de formação discente, com propósito de fornecer dados relevantes para que a instituição possa promover os ajustes necessários em um processo de consciência institucional.

Desta maneira, os objetivos, focos e efeitos são discutidos e pensados entre todos os envolvidos por meio de comunicação realmente efetiva. No entanto, destaca-se a importância do docente na participação e elaboração prévia dos questionamentos a serem aplicados, previamente, com propósito de que se tenha uma clareza dos objetivos a serem almejados e possíveis resultados a serem a posteriori. De igual forma, quando o docente participa previamente da elaboração avaliativa, há maior possibilidade de que os instrumentos de aplicação sejam coerentes com os objetivos a serem alcançados.

Porém, o fator mais evidente é que na construção coletiva e democrática, todos os envolvidos tornam-se co-responsabilizados nas tomadas de decisões, frente aos resultados das avaliações. Fazer com que esses resultados sejam refletidos, discutidos e detalhadamente analisados só será possível caso essa ação conjunta de participação democrática seja praticada. Assim, a construção democrática e coletiva sobre o processo formativo discente passa a ser interesse de todos, ao contrário de um processo imposto por outro. Conforme as alegações de Belloni, em 2003, a avaliação institucional concebe análise ampla, pautada em formação integral e de acordo com a missão da instituição de ensino superior, alinhada com propósito principal de contribuição efetiva com valores, para uma a sociedade mais justa. Da mesma forma, nas leituras de Dias Sobrinho, se por um lado os sistemas de avaliações elaboradas pelos órgão de governo não estão em consonância com o caráter democrático, por outro, a avaliação de fato democrática contribuirá melhor para a formação do ser humano, indo adiante, quando comparada àquela de análise simples e de pura dimensão técnica, voltada unicamente para a mensuração de desempenhos.
Nessa vertente de reflexão, pelo seu caráter formativo, a autoavaliação de participação democrática contribuirá para o aperfeiçoamento de todos os envolvidos na instituição, como docentes, discentes e pessoal técnico-administrativo. Ao incluí-los no processo de análise dos resultados, os mesmos se sentirão responsabilizados e partes da formação como um todo. Desta maneira, Lück em 2012 também ressaltou que, “[...] sem avaliação, não há condições para promover a melhoria de gestão e qualidade do ensino, e que esse processo é inerente e indissociável à gestão”.

Considerações Finais

Finalmente, ainda de acordo com as observações de Dias Sobrinho, contata-se que a avaliação tecnológica é objetivista, quantitativista e direcionada para o planejamento de gestão, na medida quem que a avaliação democrática está voltada para o processo de colaboração mútua subjetivista, participativa, com valoração da auto-avaliação. Assim, nessa relação democrática, evidencia-se mais pessoas decidindo os objetivos que deverão ser seguidos por muitos, ao contrário dos exames e testes tecnológicos em grande escala, ligados a uma sociedade competitiva e mercantil.

 

Textos de referência:

BELLONI, I.; BELLONI, J. A. Questões propostas para uma avaliação institucional formativa. In: FREITAS, L.C. (Org.). Avaliação de escolas e universidades. Campinas: Komedi, 2003. p. 9-57.

DIAS SOBRINHO, J.. Avaliação: políticas educacionais e reformas de educação superior. São Paulo. Cortez. 2003.

LÜCK, H.. Perspectivas da Avaliação Institucional da Escola. Petrópolis, RJ: Vozes. 2012, 154 p.