Curso de Licenciatura em Pedagogia 

Fundamentos e Metodologia do Ensino de Geografia 

Polo de Governador Nunes Freire 

Professor: Vilmar Martins da Silva 

Acadêmicas: Francinete Buais Silva e Lindinelde Linhares Lopes

Jussara Hoffmann. Avaliar para Promover  : As Setas do Caminho.

Jussara Hoffmann em sua obra sugere a valorização da extensão social e política da avaliação por confiar que esta seja um método ajustado ou voltado para um ensino popular relacionado a democracia partindo desse ponto a autora inicia uma discussão a respeito da compreensão de uma avaliação mediadora, voltada para uma atuação pedagógica repensada em todos os aspectos, ou seja, uma avaliação que dar valor a observação constante do processo de aprendizagem dos alunos para assim traçar metas que valorize o contexto educacional visando uma maior produtividade do alunado. Partindo deste pressuposto  o professor adota o papel de observador, de organizador  de conhecimentos e significativas  experiências. Tendo em vista um compromisso de refletir e criar ou até mesmo recriar alternativa pedagógica de acordo com as observações e conhecimento de cada estudante, sem deixar de lado a observação promovendo ações dinâmicas que ajudam na melhoria do rendimento escolar de cada aluno.

O professor deve ter concepção que todo estudante desde as crianças e jovens estão em um contínuo processo de aprendizagem partindo desse ponto de vista as ações avaliativas podem ser desempenhadas como ponte em seu caminho ou como pontos precisos de chegada, beneficiando ou cessando este processo adequado de sua vida.

No primeiro capítulo “Rumos da avaliação neste século”  a autora enfatiza a importância do ato avaliativo e  discute a respeito de pesquisas e estudos e autores que tem levantamento sobre avaliação em relação a educação no Brasil. O professor tem um importante papel pois poderá criar metodologias que farão com que suas aulas sejam dinâmicas e auxiliem no processo ensino-aprendizagem dos alunos. A autora também chama atenção em relação das provas que são chamadas de recuperação,  ou seja, segundo ela há um retrocesso nos alunos e que os professores precisam está atentos quanto a aplicação dessas recuperações pois precisa de um estudo mais aprofundado e aplicação de métodos alternativos para quanto a recuperação dos alunos que não tiveram um bom desempenho no aprendizado.

Quanto ao segundo capítulo “Outra concepção de tempo em avaliação “ a autora relata a importância de haver entre o professor e os alunos uma interação de troca de experiências onde o professor vai conhecendo os alunos e que o educador não determina o tempo do aprendizado pois o mesmo faz parte de um caminho que precisa ser analisado respeitando o tempo de aprendizado de cada aluno. Há então uma grande polemica  referente a avaliação escolar, a Lei de Diretrizes e Base  requer novas regulamentações quanto á avaliação de alunos ela  sugere práticas classificatórias e excludentes o que não é mais aceito e nem deve ser aceito essa prática nas escolas. O caminho de novos rumos da avaliação escolar precisa ser construído de comum acordo  pelos   professores, em um trabalho conjunto, confrontando ideias e metodologias para um melhor resultado sempre pensando no melhor desempenho do aluno sem jamais excluir uns e promover outros.

No terceiro capítulo “as múltiplas Dimensões do olhar avaliativo” a autora questiona acerca do processo avaliativo o mesmo requer um olhar profundo referente as dimensões da aprendizagem .se faz necessário refletir sobre as concepções de educação e de sociedade, ou seja, em que contexto social está inserido os alunos, antes de discutir somente sobre os instrumentos e as metodologias. Deve haver uma reflexão aprofundada referente aos processos avaliativos existentes nas escolas, refletir se de fato essas metodologias avaliativas são a favor ou contra os educandos. A avaliação deve ser uma estratégia para a reorganização do trabalho escolar, um momento em que o educador e educando podem trocar ideias e  refletir quais as mediações será necessário para a construção do conhecimento e não simplesmente para medir o que o aluno sabe.

Quarto capítulo “Avaliação e Mediação” traz a concepção que no processo da avaliação se faz necessário que haja uma dinamização de todos os passos em um constante sentido dialético que se constituem por momentos contínuos e simultâneos onde o professor estará sempre atento e flexível quanto a aprendizagem do alunado, adequando seu planejamento segundo as necessidades dos alunos .é essencial que o professor se coloque em vigilância quanto ao processo de aprendizagem, pois o crescimento educacional se dá também através do convívio e da socialização dos alunos em todos os sentidos e não somente visando avaliar a capacidade evolutiva do educando  em sala de aula ,pois:

A avaliação é uma atitude ética e, como tal, nos envolve como seres humanos. Tomamos decisões em sala de aula a partir do que somos e do que sabemos, porque avaliar revela nossas posturas diante da vida. Para além de julgar, avaliar é ver, refletir e agir em benefício dos educandos” (Hoffmann,2008, p.161).

No quinto capítulo “Registros em avaliação Mediadora” a autora refere-se á importância de registrar aspectos da evolução da aprendizagem dos alunos, essas anotações do professor são referencias significativas sobre cada aluno particularmente, o agir de cada aluno  em sala de aula e os diferentes momentos de aprendizagem e sua evolução como aprendiz. Hoffmann também diz que todos os registros que o professor faz  contribuem para uma dimensão da comunicação nesse processo de ligação entre professor e aluno, facilitando assim uma visão evolutiva, contínua e dinâmica do processo ensino-aprendizagem.

A avaliação do Processo Ensino-Aprendizagem

No  capítulo treze do livro de Regina Célia C. Haydt  “Curso de Didática Geral” ela vem nos falar do termo avaliar no  contexto escolar. Quando se fala no termo avaliar no contexto escolar logo se pensa em aplicação de provas e atribuição de notas,  deixar aluno reprovado ou aprovar aluno, ou seja essa concepção faz parte do nosso contexto histórico arcaico e dominante, onde a educação era simplesmente atribuída a somente transmissão de informações prontas e que o aluno tinha o dever de receber e  memorizar tudo. Nesse contexto a educação tinha caráter competitivo e seletivo onde quem se saísse bem era aprovado e quem não conseguisse boas notas era reprovado.

Portanto  Diante disso tudo temos a concepção moderna de avaliação , onde a avaliação não se resume somente a atribuição de notas e sim fazer uma analise sobre a aprendizagem dos alunos e a partir dessa avaliação traçar metas para possíveis melhorias no aprendizado de todos.

Em uma escola em que prioriza e valoriza o processo da aprendizagem ligada a uma educação onde o formar e aprender é construir conhecimento , atualmente a avaliação assume dimensões abrangentes houve uma mudança nos métodos de ensino e na concepção de avaliação ela não se resume apenas a atribuir notas, mas verificar em que medida os alunos estão alcançando os objetivos necessários para que ocorra de fato uma aprendizagem significativa. Para que ocorra essa mudança é necessário que as escolas assumam essa nova forma de direcionar o rendimento dos alunos é importante que os professores estejam sempre bem atentos na observação dos alunos, que conheça seus alunos verificando o que conseguiram absorver, quais seus conhecimentos o que o aluno já absorveu durante sua trajetória escolar e o que ele como professor mediador conseguiu transmitir para que aconteça o aprendizado.

No que se refere a esse termo avaliação escolar está sendo um tema bastante discutido e questionado no âmbito educacional, pois esse tipo de avaliação com aspecto competitivo e comparativo e seletivo está dando espaço a novas formas de avaliar o aluno em decorrência das novas concepções e das mudanças ocorridas nas escolas , diante disso se faz necessário que o regimento das escolas se questionem qual o sentido da avaliação para o aluno? Qual deveria ser sua real função para o aluno?

 O uso do termo avaliar como sinônimo de medir se deveu também ao aperfeiçoamento, nas primeiras décadas do século XX, dos instrumentos de medida em educação, incluindo o grande impulso dado à elaboração e aplicação de testes. Mas essa abordagem, que identificava avaliação com medida, logo deixou transparecer sua limitação: nem todos os aspectos da educação podem ser medidos. Verificou-se então que os termos avaliar, medir e testar possuem conotações distintas. Afinal, que diferença existe entre esses três termos — testar, medir e avaliar?

Como podemos concluir, esses três termos não são sinônimos, embora seus significados se justaponham. Na verdade, esses conceitos se complementam, pois têm amplitude diferente. Medir é um termo mais amplo que testar, pois os testes constituem uma das formas de medida. Avaliar é mais abrangente que os outros dois, pois inclui a utilização tanto de instrumentos quantitativos quanto de dados qualitativos, a avaliação também permite diagnosticar as dificuldades dos alunos, tentando identificar e caracterizar suas possíveis causas, por tanto é preciso que haja uma parceria entre professor e aluno e por tanto também toda a comunidade escolar.

Atualmente, a avaliação assume a função de diagnosticar, bem como a de verificar a consecução dos objetivos previstos para o ensino e a aprendizagem. O que se percebe é que muita coisa ainda precisa ser revista no contexto educacional .Para que a avaliação possa desempenhar essas funções, é necessário o uso combinado de várias técnicas e instrumentos e cabe ao professor traçar essas metas em seu planejamento, ou seja, refletir sobre sua ação pedagógica para um maior desempenho e rendimento escolar dos alunos.

 Avaliação-Mito e Desafio -uma perspectiva construtivista (Jussara Hoffmann)

Nesse livro a autora Jussara Hofmann vem trazendo conceitos e formas de avaliação que são utilizados no espaço educacional, a forma distorcida que a avaliação é vista e frequentemente usada por muitos educadores. A autora cita que em suas investigações sobre avaliação, sugerem fortemente que a contradição entre discurso e prática de alguns educadores e principalmente a ação classificatória e auto retórica, exercida pela maioria encontra explicação na concepção de avaliação do educador, reflexo de sua história de vida como aluno e professor.

Sabemos que na educação tradicional e até mesmo na atualidade ao final de cada trimestre os alunos passam por um processo de avaliação, isso deixa-os ansiosos , apreensivos, pois muitos não entendem qual o verdadeiro papel da avaliação ,alias nem todos os educadores sabem o sentido de avaliar e assimilam a metodologia estática de caráter classificatório e fundamentalmente sentencivo  com significados relacionados, principalmente, aos elementos constituintes da prática avaliativa tradicional: prova, nota, conceitos, boletim, recuperação, reprovação e claro castigo, pois muitos pais ainda utilizam castigo para mau desempenho na vida escolar.

Entretanto uma nova perspectiva de avaliação vem sendo desenvolvida e apresentada por pesquisadores educacionais, (Jussara Hoffmann) que exige do educador uma nova concepção de criança, de jovens e adultos, como sujeitos do seu próprio desenvolvimento, inseridos no contexto de sua realidade social e política, e essa diferença de realidades socio-culturais vai provar que os sujeitos se apropriam de conhecimentos de formas diferentes, a aprendizagem é absorvida de forma singular e que todos somos autônomos, intelectual, críticos ,criativos. A autora também fala nesse livro sobre o uso equivocado dos testes, onde o mesmo é entendido como instrumento de constatação e mensuração e não de investigação. Segundo ela em seus estudos sobre o problema, apontam que a intenção da realização de testes ou provas pelos professores é constatação de resultados, isto é, aplicam testes para “verificar se o aluno aprendeu” , “medir conhecimento”, “ver se ele sabe ou não este conteúdo, ou seja, o professor fazendo uso dos testes com esse objetivo, só contribui com a concepção de que a avaliação é um meio classificatório, perdendo assim a verdadeira essência do recurso avaliar, onde deve-se ser usada como um suporte para a aprendizagem, logo no meio educacional a avaliação é vista como uma competição de “quem sabe mais”, “mais inteligente” e não como uma construção do conhecimento que o aluno deve apropriar-se ao longo se sua vida estudantil, certamente de forma diferenciada de sujeito para sujeito.

Segundo o autor José Carlos Libâneo em seu livro (Didática) no capítulo nove traz a avaliação como uma tarefa necessária para o trabalho docente, pois é através dela que o professor irá acompanhar passo a passo o processo de ensino e aprendizagem do aluno, bem como irá também permitir uma reflexão sobre o nível de qualidade do trabalho escolar tanto do professor como da instituição de ensino. Desse modo  acreditamos que a avaliação é de fundamental importância no meio educacional, desde que o professor conheça seu verdadeiro sentido como diagnosticar o conhecimento do aluno para assim adicionar novas aprendizagens, analisar se a metodologia de ensino do professor está sendo clara e objetiva para poder modificar o que não está dando certo e também ajudar diretamente nos objetivos da instituição escolar, inclusive na produção do PPP (Projeto Político Pedagógico ) da escola.