RESUMO

O conteúdo de Genética na Biologia é de grande importância para os estudantes do Ensino Médio. E um dos pontos a serem compreendidos são as leis mendelianas ou primeira e segunda lei de Mendel. Neste modo, tão quanto a parte teórica é essencial no ensinamento deste assunto, como também a parte prática é fundamental para o entendimento e assimilação. Desta forma, o objetivo desta pesquisa é avaliar alguns materiais ou atividades lúdicas utilizadas no ensino da Genética (Leis mendelianas) utilizados pelos professores de Biologia que ministram Genética no Ensino Médio do município de Rondon do Pará/PA e os materiais encontrados nas literaturas científicas. Foi usado como metodologia, um pequeno questionário aos professores de Biologia que ministram Genética no Ensino Médio, para saber se os mesmos usam atividades práticas para ensinar este conteúdo. Também foram analisados os materiais que podem ser usados tanto no laboratório como em sala de aula. Os resultados encontrados foram que os docentes de Genética não têm o hábito de fazer atividades práticas lúdicas, mas somente por atividades de questões do livro e no caderno. E por fim, os materiais encontrados para praticar os conceitos de Mendel de forma mais lúdica, apresentaram como de fácil acesso no que diz respeito na compra, montagem e realização dos mesmos perante os alunos em sala de aula.

Palavras-chave: Atividades lúdicas. Leis mendeliana. Materiais didáticos.

1 INTRODUÇÃO

       A Biologia é uma disciplina de grande importância aos estudantes e para toda sociedade. Ela é apresentada com exclusividade nos três anos do Ensino Médio. No entanto, essa área teve algumas alterações de fundamental importância, tais como práticas metodológicas de ensino e na sua organização de conteúdo, para melhor adequar o ensino e atualização científica. Essa modificação veio mais precisamente em meados da década de 1950, pelo fato do ensino no Brasil sofrer enorme influência europeia. (SILVA; MORAIS; CUNHA, 2011)

     No começo da década de 1950, a disciplina de biologia, como matéria do Ensino Médio, ainda não aprontava do perfil contemporâneo no que tange às divisões de suas subáreas, as quais incidiam apenas os assuntos de botânica, zoologia e biologia geral. Eram tratados temas ligados à mineralogia, paleontologia e geologia quando, segundo Freitas e colaboradores apud Krasilchik (2004), as finalidades eram: de valor mais informativo, respectivamente aos conhecimentos construídos; de valor educativo ou formativo, pertinente ao desenvolvimento do estudante; além de proporcionar também um valor cultural, apontando à contribuição para os grupos sociais dos quais os educandos faziam parte. (MELO; CARMO, 2009)

     Segundo Silva; Morais.; Cunha (2011): “É fato inegável que a ausência de aulas práticas tem prejudicado muito a aprendizagem biológica dos alunos”. Apesar de que a importância das aulas práticas seja largamente conhecida, de fato elas desenvolvem uma quantia muito pequena dos cursos de biologia. (KRASILCHIK, 2008 APUD SILVA; MORAIS; CUNHA, 2011)

     São diversos tipos de materiais didáticos utilizados pelo professor no ambiente escolar, podendo ser impresso, audiovisual e novas mídias que utilizam de tecnologias, por exemplo: computadores e internet. Mas todos estes têm que ter por finalidade transmissão de conhecimento com um pouco de brincadeira. (BANDEIRA, 2017)

    Para Piaget (1978), a brincadeira, enquanto processo assimilativo, participa do conteúdo da inteligência, igual à aprendizagem e também é compreendida como conduta livre, espontânea, que a criança expressa pelo prazer que lhe dá. “Com todas as tecnologias que vem sendo proporcionadas aos alunos, é difícil prender a atenção do alunado com metodologias baseadas unicamente com abordagens tradicionais de ensino”. (QUIRINO et al, 2014)

     “No contexto educativo é fundamental estabelecer a estreita correlação entre os materiais didáticos, a criatividade e os objetivos educacionais”. (SILVA; GIORDANI; MENOTTI, 2017). Neste sentido, percebemos  a grande importância de utilizar os materiais didáticos, e principalmente no ensino da Genética! Pois esse assunto da Biologia, além de ser algo imenso em termos de conteúdo, é fora da vivência do estudante da Educação Básica. Pois muitas coisas nesta área são microscópicas e molecular, tornando assim a aprendizagem mais no “abstrato”.

      A justificativa deste trabalho estar pautado na resposta de que como as leis mendelianas é um assunto fundamental para o ensino de Genética, é necessário saber quais os materiais utilizados pelos professores de Biologia do Ensino Médio no município de Rondon do Pará, e caso estes docentes não possuir tais atividades complementares ao ensino, terá por função descrever nesta pesquisa os materiais disponíveis em fontes de informações como artigos científicos, revistas, livros e páginas eletrônicas, a fim de mostrar para os decentes que ensinam Genética nas instituições de ensino, uma forma complementar ao conteúdo abordado.

    Para solucionar isso, e fazer com que o aluno tenha uma melhor compreensão do Ensino da Genética - principalmente quando se trata nas Leis de Mendel (1ª e 2ª Lei) -, o professor poderá utilizar alguns materiais didáticos para explicar tal assunto na sala de aula. Porém, como são vários recursos disponíveis, faz se necessário fazer uma avaliação de alguns desses materiais desde os aspectos práticos e econômicos, como nos quesitos de melhor ensino.

       Desta forma, o objetivo desta pesquisa é avaliar alguns materiais ou atividades lúdicas utilizadas no ensino da Genética (Leis mendelianas) utilizados pelos professores de Biologia que ministram Genética no Ensino Médio do município de Rondon do Pará/PA e os materiais encontrados nas literaturas científicas.

2 DESENVOLVIMENTO

 

2.1 CONCEITOS BÁSICOS DE GENÉTICA

 

A Genética é um ramo da Biologia que analisa a transmissão do material genético com o passar das gerações, a natureza química da substância hereditária e seu modo de atuação. O maior contribuinte dessa área foi Gregor Mendel. (LOPES, S.; ROSSO, S., 2005, p.424).

 

2.1.1 SOBRE A 1ª LEI DE MENDEL

 

            Essa lei é aplicada quando se analisa apenas uma característica de cada vez, por exemplo: cor da ervilha (verde ou amarela). Após Gregor Mendel selecionar nas ervilhas apenas uma característica e observar suas descendências ele postulou o seu conceito de segregação independente. (MORAES, L. P., 2017)

 

2.1.2 SOBRE A 2ª LEI DE MENDEL

 

            De acordo com Dantas (2017) a segunda lei de Mendel, tem como alicerce a análise dos efeitos decorrentes às possibilidades que abrangem não mais o estudo de uma característica isolada (como na primeira lei de Mendel), mas sim o comportamento fenotípico envolvendo duas ou mais características, por exemplo: cor da ervilha (amarela ou verde) e tamanho da planta (pequena ou grande).

2.1.3 A GENÉTICA NO ENSINO MÉDIO

A genética ensina a hereditariedade. Ela é uma parte da Biologia que estuda os mecanismos de transmissão das características de uma espécie, ocorridos de uma prole para outra, além das mudanças que ocorrem na transmissão das características e o valor delas na constituição dos organismos e na construção de tecnologias. A genética aplicada é o alicerce para a edificação de biotecnologias e também providencia as ferramentas para a constituição das técnicas de biologia molecular” (CASAGRANDE, 2006 APUD MOURA et al, 2013).

No Brasil, os temas da genética fazem parte do conteúdo de Biologia geralmente doutrinado na 2ª série do ensino médio. Contudo, a genética, como estudo, não é bem acolhida pela maioria dos discentes do ensino público em função de sua complexidade. (MOURA et al, 2013)

Para Vilela (2007) apud Moura et al (2013) essa problemática se deve em grande parte ao não preparativo adequado do educador que ministra o conteúdo, pela falta de associação dos assuntos dados frente ao fato no qual o estudante está implantado e pela forma abstrata de como os conteúdos são abordados em algumas obras didáticas.

Segundo Borges, Lima (2007) e Durbano et al. (2008) apud Moura et al, (2013), boa parte dos estudantes brasileiros sai do ensino médio achando, por exemplo, que as leis de Mendel são apenas “letras” que se combinam em um cruzamento, não obtendo cometer a associação de que essas “letras” como AA ou Aa, que são apenas exemplos, são sequências nucleotídicas, que representam os genes, e estão localizadas nos cromossomos, se segregando durante a meiose para a formação dos gametas. Ao mesmo tempo do que isso, as leis de Mendel são a embasamento para a concepção das características hereditárias passadas de geração a geração como a manifestação em uma geração da prole de uma determinada moléstia, ou então para produzir uma prole de animais de importância econômica”.

Segundo Bastos (1995), Alves (2001) e Martins et al. (2010) apud Moura et al (2013), muitos estudantes ao mesmo tempo não conseguem realizar a associação entre alelo, gene, cromatina e cromossomo, e perceber que essas composições estão ou fazem parte de uma mesma molécula que é o DNA. O não entendimento desses princípios fundamentais de genética consequentemente afeta o entendimento das técnicas atuais de biologia molecular.  [...]