Daiane Barroso de Sousa1
Orientadora:Profº Msc Dorothéia Barbara Santos.

RESUMO:

O presente artigo apresenta como tema “Avaliação da aprendizagem nos anos iniciais” e busca refletir sobre o seu real significado nas vidas dos alunos. Para tanto, tem por objetivos compreender as diversas formas avaliativas que se fazem presentes nos anos iniciais das escolas públicas brasileiras, conhecer o que é avaliação e sua contribuição para o processo de ensino e aprendizagem durante o processo de escolarização. Este trabalho aborda primeiramente o que é avaliação e suas características, com ênfase na abordagem tradicional, e posteriormente mostrará outras formas de avaliar que ocorrem no interior da escola e procura também mostrar algumas inovações na área da avaliação. Trata-se de uma pesquisa de cunho bibliográfico com autores como Luckesi (2006), Hoffmann (2001), Esteban (2004), Loch (2004), Andre Silva (2013), Priscila Silva (2013). Palavras-chaves: Avaliação da Aprendizagem. Anos Iniciais. Mediação

INTRODUÇÃO

O presente artigo apresenta o tema “Avaliação da aprendizagem nos anos iniciais”, e busca refletir sobre o seu real significado na vida dos alunos. Para tanto, tem por objetivos compreender as diversas formas avaliativas que se fazem presentes nos anos iniciais das escolas públicas brasileiras, conhecer o que é avaliação, e sua contribuição para o processo de ensino e aprendizagem durante este processo de escolarização. Este trabalho abordará primeiramente o que é avaliação e suas características, com ênfase na tradicional e posteriormente mostrará outras formas de avaliar que ocorrem no interior da escola, bem como mostrará algumas inovações na área da avaliação. Ou seja, buscará incentivar a todos em relação a este tema e levar ao conhecimento a importância e sua contribuição, e discutirá também sobre o papel do professor como mediador. Assim, informará como ocorrem as diversas formas avaliativas que se fazem presentes ainda hoje nos currículos escolares, como os tradicionais testes e provas nos quais os alunos decoram o que é necessário e rapidamente esquecem. Portanto, possibilitará compreender que a avaliação não serve apenas para amedrontar, mas para agregar os valores de cada um. Tratase de uma pesquisa de cunho bibliográfico de investigação embasada em autores como Luckesi (2006), Hoffmann (2001), Esteban (2004), Loch (2004), Andre Silva (2013), Priscila Silva (2013).

1 O QUE É AVALIAÇÃO

Para Luckesi (2006) a avaliação é um ato que determina o valor de algo ou alguém e não pode ser concretizada de qualquer forma. É necessário um bom planejamento para que se tenha uma avaliação bem feita e eficaz. Isso faz com que se tenha um olhar decisivo e voltado para esta questão, que é essencial para o ensino e aprendizagem, dos educandos. Para este autor, abordar o tema avaliação da aprendizagem, é trazer para a contemporaneidade as diversas formas avaliativas que são aplicadas e permanecem ativas nos dias atuais. É ela que coopera para que aconteça a transformação social de cada indivíduo, e é através dela que se pode obter resultados positivos ou não no âmbito escolar e ter um visão direcionada para o ampliação de cada um sem fazer juízo de valor, ou seja, é uma instrumento eficaz no método do conhecimento. Para Luckesi (2006) Para tanto, o educador que estiver afeito a dar um novo encaminhamento para a prática da avaliação escolar deverá estar preocupado em redefinir ou em definir propriamente os rumos de sua ação pedagógica, pois ela não é neutra, como todos nós sabemos. (LUCKESI, 2006, pág. 42) Segundo Luckesi (2006) para que avaliação assuma seu papel além da classificação, é necessária uma troca de conhecimento, ou seja, é preciso deixar de lado o modelo autoritário e tradicional, para um modelo no qual esteja preocupado com a transformação social de cada indivíduo, que esteja dentro das práticas avaliativas. Isso contribui para a formação de conceitos que são conduzidos por meio da noção do sujeito sobre os objetos, sem a apreensão de classificá-lo, mas aceitar as diversas formas do conhecimento presentes. A avaliação pode ser caracterizada como uma forma de ajuizamento de valor da qualidade do objeto avaliado, fato que implica uma tomada de posição a respeito do mesmo, para aceitar ou transformar. A definição mais comum adequada encontrada nos manuais estipula que a avaliação é um julgamento de valor sobre manifestações relevantes da realidade tendo em vista uma tomada presente dentro da sala de aula, e os seus benefícios para a vida, e a ampliação do aluno e do próprio professor.

2 A FUNÇÃO DA AVALIAÇÃO

A necessidade falar sobre este assunto é importante, para meditar e conhecer as diferentes formas avaliativas que ainda estão presentes no currículo escolar de várias escolas no Brasil. Defasados com a velha forma de se avaliar, os tradicionais testes, apenas alinham o que lhe é necessário e o professor adota o papel autoritário em sala de aula. De acordo com Luckesi (2006), as formas avaliativas que se fazem presentes nos currículos escolares hoje são: Avaliação classificatória, em que a avaliação torna-se um processo que barra a aprendizagem do aluno, e o seu processo de conhecimento é delimitado. Isso acontece por que não há mediação entre professor e aluno, este tem seu conhecimento calculado por meio dos tradicionais testes que o classifica se decorou ou não o que lhe foi imposto em sala de aula. Trata-se de classificar a aprendizagem através do uso do juízo de valor. E a avaliação diagnóstica, que por sua vez é vista com pontos positivos, pois ela faz com que o educando tenha uma interação maior com o educador, sem excluir o conhecimento prévio que já trás de casa. Não será julgado, mas abrangido e haverá trocas de sabedorias, um intermédio que favorece a aprendizagem dos alunos que estão envolvidos neste processo, pois é indispensável esta troca de saber, isso faz com que a avaliação se torne uma ferramenta eficaz na troca de conhecimento. Por isso, para (Luckesi 2006), A avaliação da aprendizagem escolar adquire seu sentido na medida em que se articula com um projeto pedagógico e com seu consequente projeto de ensino. A avaliação, tanto no geral quanto no caso especifica da aprendizagem, não possui uma finalidade em si, ela subsidia um curso de ação que vista construir. (p.85) Na visão de Esteban (2003) avaliação tem sentido quando voltada para um contexto social, ou seja, que todos sejam inseridos e participem também deste processo, independentemente de sua classe social. A avaliação porém deve ser planejada, contínua e contribuir para o processo do ensino e aprendizagem dos educandos. O processo de avaliação do resultado escolar dos alunos e alunas está profundamente marcado pela a necessidade de criação de uma nova cultura sobre a avaliação, que ultrapasse os limites da técnica e incorpore em sua dinâmica a dimensão estica. Entendendo as relações entre fracasso escolar e avaliação e a decorrente percepção da avaliação como responsável pelo o resultados dos alunos. (p.8) 4 Para Loch (2003) a avaliação se diferencia como processo contínuo participativo, diagnóstico e investigativo. O processo contínuo participativo deve ocorrer durante o processo de aprendizagem dos alunos e não após, e de maneira que eles aspirem durante este período algum tipo de conhecimento que deve ter continuação de forma a cooperar com o conhecimento de todos, com a finalidade de proporcionar avanço, progressão, inclusão, autoconhecimento e elevação do sujeito. É o que conta com o envolvimento de todo corpo docente da escola, os pais, os alunos e os funcionários direta ou indiretamente, por meio de reuniões, assembleias e conselhos de classe. O investigativo “[...] é o parâmento de si mesmo. Considera o erro construtivo, como ponto de reflexão, busca de alternativas e desafio para novas construções.” (LOSCH, 2003), ou seja, serve como ponte para conseguir atingir os seus objetivos, por acontecer a troca de conhecimento que visa a sondagem por parte de todos os envolvidos. Já o diagnóstico respeita o processo de conhecimento do aluno, considera o acúmulo de conhecimento que ele possua. Toda a bagagem do aluno é aproveitada para a introdução de um novo conteúdo. Por este motivo é necessário que hajam alterações nas formas avaliativas de ensino, e que o professor assuma o seu papel intercessor e colabore para a transformação social do seu aluno como um todo. De acordo com Loch (2003) tratar sobre este assunto que aflige diariamente os alunos requer a participação de todos os envolvidos direta e indiretamente, professores, alunos, pais, direção, para que tenha de uma avaliação de qualidade e eficaz, o que não pode existir de fato é a isenção de todos neste momento no qual adequa o educando ao seu mundo, e serve de canal para o desenvolvimento do aluno e do próprio professor.

3 PRINCIPAIS MODELOS DE AVALIAÇÃO

De acordo com Esteban (2003) há três modelos de avaliação que precisam ser mais discutidos e abordados no âmbito escolar, pois por meio destes modelos pode-se chegar a uma conclusão de como poderia ser recebida e trabalhada a avaliação da aprendizagem escolar, que são: Quantitativa, Híbrida e Democrática. A Avaliação Quantitativa refere-se aos conteúdos obtidos pelos os alunos, ou seja, é tudo que o aluno consegue absorver por meio do conhecimento repassado pelo professor ou livro didático. Os vários conteúdos que são transmitidos em realização de um currículo, seja de língua portuguesa, matemática, história entre outros que são memorizados pelo aluno, por 5 vezes são esquecidos após a realização das provas ou testes. É o caso, por exemplo, das provas sobre os conteúdos que o professor ministrou numa aula sobre sistema solar. O aluno alinhou a quantidade de planetas, os nomes e a colocação em que cada um dos sistemas solar se encontra no espaço sem pensar sobre esse tipo de conteúdo, porém quando passa a semana de testes, tudo é perdido, pois o que preocupava era apenas a nota. Assim, troca de saberes entre professor e aluno, neste modelo não acontece, mas apenas a acumulação de informações por cada educando, e esquece-se que a avaliação é para beneficiar a sua aprendizagem, pois para Esteban (2003), [...] escola é um espaço caracterizado pela multiplicidade. Experiências, relações, cosmovisões objetivos de vida, relações sociais, estruturas de poder, tradição histórica e vivencias culturais, diversos se plasmam nos diversos discursos que se cruzam em seu cotidiano. (p.14) A Avaliação Híbrida mistura a avaliação quantitativa com o histórico de vida do aluno. Aparenta preocupar-se com seu ritmo de aprendizagem, suas dificuldades sociais afetivas econômicas entre outros fatores mas no final é igual para todos os alunos. Trata-se da cobrança do que o aluno aprendeu e a sua aprendizagem é medida da mesma maneira que a quantitativa. Por vezes, é modificada apenas a nomenclatura, no lugar de colocar nota de 0-10 ou 0-100, é posto expressões tais como “ótimo”, “muito bom”, “bom”, “bom”, “regular” etc, ou utiliza-se o sistema norte americano letras de A-E. A Avaliação Democrática tem por base a pedagogia da inclusão. Para tanto, é preciso levar em consideração a Zona de Desenvolvimento Proximal, o erro e o diálogo, e para Esteban (2003), O conceito de “Zona de desenvolvimento proximal” constitui um instrumento significativo para explorar a diversidade de conhecimento e a pluralidade de processos para sua construção, além de estabelecer mecanismos para a construção de conhecimentos novos e mais amplos que os anteriores. (p.21) Este conceito reque que o professor cogite sobre seus modos de como operar perante seus alunos, no entanto, deve ser oferecida ao professor uma ferramenta na qual o educador domine o ingresso de uma avaliação no sentido de investigação e não de classificação. Vista a importância da Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP), o educador assume a forma de trabalho expressiva e dialética, no qual o objeto de estudo tende a ser mais determinado à sua investigação, e visão de mundo. Esteban (2003) fala ainda sobre a diversidade cultural que 6 deve ser inserida no meio de todo o processo avaliativo, que não é para ser encarada e abordada como uma forma de exclusão, mas deve abranger e envolver a todos de uma forma democrática. Na visão de Luckesi (2006), o erro tem o papel de repreender o aluno, e utilizar a avaliação como castigo para que o mesmo venha a sentir-se ameaçado pelo o professor. Ao contrário o educador deveria estimular o desempenho do aluno, pois o mesmo encontra-se julgado, observado, o tempo todo, e assim a avaliação da aprendizagem deve ser vista e servir como um auxílio para a qualificação e o desenvolvimento do educando. Ela não deve ser um instrumento no qual serve para amedrontar os alunos, com ameaças, mas que sirva de decisão para o crescimento e desenvolvimento de cada um, para sua vida social. A questão do erro, da culpa e do castigo na prática escolar está bastante articulada com a questão da avaliação da aprendizagem. Esta, a medida que se foi desvinculado, ao longo do tempo, da efetiva realidade da aprendizagem para tornarse um instrumento de ameaça e disciplinamento da personalidade do educando, passou a servir de suporte par a imputação de culpabilidade e para decisão de castigo. (p,58) Segunda Hoffmann (2001) o diálogo é uma maneira eficaz e sólida para que se alcance os resultados que são esperados pelo professor e o próprio aluno, não há outra modo que funcione que não seja por meio da conversa da troca de conhecimento, da pesquisa, de uma avaliação que está preocupada com o aluno, e com a sua forma de aprendizado. É importante que este diálogo ocorra constantemente dentro e fora da sala de aula, isso ajuda na concepção do ser como cidadão e que tenha a sua transformação realizada por meio deste processo. Tratar sobre a avaliação da aprendizagem faz com que surjam múltiplas perguntas, ou seja, como são abordadas e encaradas a relação professor aluno dento da sala de aula. De acordo com esta autora, a relação professor aluno necessita de uma troca na qual ocorre mediante a participação e mediação de ambas as partes envolvidas, ou seja, o sujeito voltado para o objeto e é por meio desta mediação que ocorre o processo da avaliação da aprendizagem escolar. Sendo assim o professor deixa de lado todo o tradicionalismo e autoritarismo, e para Hoffmann (2001) O professor assume o papel de investigador, de esclarecedor, de organizador de experiências significativas para a aprendizagem. Seu compromisso é o de agir refletidamente, criando e recriando alternativas pedagógicas adequadas a partir da melhor observação e conhecimento e promovendo sempre ações interativas (p.18) 7 A autora ainda faz menção que o professor assume um papel fundamental, pois é por meio dele que acontece a maior parte de todo o processo avaliativo, e assim sua participação torna-se indispensável na vida dos educando, por isso ele deve estar bem preparado e capacitado para assumir tal responsabilidade. A avaliação se for contínua bem elaborada, aplicada de forma eficiente, não contempla o uso do juízo de valor. Ainda sobre este processo, o diálogo permite uma investigação por ambas as partes, ou seja, o educador aplica tudo que o aluno já traz de casa, todo a sua informação anterior, e sua bagagem cultural é respeitada e reaproveitada de uma forma positiva pois acrescenta os valores para os ambos lados. Para Hoffmann (2001), Para que se trabalha na diversidade dos alunos, é preciso perceber acompanhar a construção de conhecimento em sua própria diversidade, compreendendo a impossibilidade de delimitá-la em tempos fixos, ou analisa-la a partir de critérios objetivos e medidas quantitativas. (p.47) No entanto, a avaliação da aprendizagem, ainda não é vista com bons olhos, pelos alunos, devido existirem ainda professores que estão muitos ligados aos tradicionais testes, não somente os educadores, mas os currículos que exigem que mantenha-se este padrão de ensino. Segundo a autora (2001) citada acima, o poder que a avaliação tem sobre os alunos pode influencia-los ou transformá-los negativa ou positivamente, por este motivo é que a preparação de professor não pode ser restrita e sim, disposta a conhecer todos os seus alunos. Usar a avaliação como objeto de castigo ou como forma de ameaça é sinônimo de desrespeito ao aluno, afinal não são todos os alunos que aprendem da mesma maneira ou no mesmo tempo, e tem que ser respeitada por todos os envolvidos. Para Hoffmann (2001), A finalidade da avaliação, ao desencadear estudos, não é assim, a de simplesmente observar se os outros apresentam ou não condições de” dar conta” das propostas delineadas, ou perceber, de início, os que apresentam dificuldades em determinada área. (p.86) Respeitar o aluno e seu tempo de aprendizagem promove a influência mútua entre ambos os membros, é extraordinário para que se apresente o conhecimento por parte do aluno em seu favorável tempo, para que não haja classificação, mais a averiguação de uma forma clara e positiva. 8 De acordo com Luckesi (2006), o aluno nem sempre recebe a avaliação de uma maneira positiva para sua vida escolar, devido à avaliação ser qualificada como um objeto de aprovação e reprovação. O educando atenta-se tão somente com sua nota obtida e isso faz com que se tenha múltiplas investigações sobre este método avaliativo no qual o mesmo está inserido. Devido a tantas questões elevadas a esta abordagem, com o tema avaliação da aprendizagem escolar, aparecem várias investigações a conceito do tema. Ou seja, é a avaliação, que provê elementos para que o estudante venha a interagir de uma forma igualitária para com o ambiente social no qual está implantado, abdicar esta carga, e o medo da avaliação, aceitar verdadeiramente o seu sentido e seriedades em sua vida escolar. Assim, inseridas no meio escolar em que convive em seu dia-a-dia segundo Luckesi (2006) afirma que, A avaliação da aprendizagem escolar adquire seu sentido na medida em que se articula com um projeto pedagógico e com seu consequente projeto de ensino. A avaliação, tanto no geral quanto no caso especifico da aprendizagem, não possui uma finalidade em si; ela subsidia um curso de ação que visa construir um resultado previamente definido. ( p.85) O autor menciona sobre a pedagogia de exames e como ela é recebida por professores, alunos e pais. Cada uma das partes citadas tem seu interesse próprio, por exemplo, o professor utiliza a avaliação como meio de ameaça, pois ele sabe que se os alunos não vão bem e o próprio professor será cobrado pela direção da escola, ou será feita uma avaliação do próprio professor que não está indo muito bem. Alguns pais de jovens e crianças apostam que seus filhos irão tirar notas boas, ou seja, se eles investem na educação dos filhos, querem resultados positivos. Isso faz com que os filhos sejam pressionados a serem aprovados, independente se aprenderam o conteúdo da escola ou não. Para Luckesi (2006), O planejamento define os resultados e os meios a serem atingidos; A execução constrói; e a avaliação serve de instrumento dos resultados planejados que estão sendo obtidos, assim como para fundamentar decisões que devem ser tomadas para que os resultados sejam construídos. (p. 149) Para os alunos, eles também se esforçam para obter notas significativas, porém nem sempre todos conseguem absorver todas as informações necessárias, por exemplo cada aluno aprende e se desenvolve de uma maneira diferente, em seu tempo próprio. Por este motivo 9 que não se pode avaliar de maneira igual, o professor tem que estar com um olhar voltado para as dificuldades de cada um, e como pode resolver esta situação com o aluno, e de maneira nenhuma pode ocorrer descriminação com a forma de aprendizagem de cada aluno. Na visão da autora, a participação da família é de suma importância para a vida dos educandos, pois ela serve de alicerce pois o aluno já leva para a escola o conhecimento que é passado por meio de seus pais. Cada família tem suas tradições e costumes diferentes, e o professor precisa aceitar e utilizar esses recursos como métodos de aprendizagem que também ajudarão no processo de avaliação. Sendo assim, a avaliação também tem a participação da família, não somente para julgar se atingiu a média ou não, mas para agregar os valores onde o educando está inserido. Para Hoffmann (2001), É compromisso dos pais acompanhar o processo vivido pelos os filhos, dialogar com a escola, assumir o que lhes é de responsabilidade. Mas é compromisso da escola compreender e assumir os compromissos e limites de cada parte, bem como é responsabilidade do governo, que institui uma escola obrigatória e de direito a todas as crianças, prevê-la de recursos humanos e matérias necessários oriundos dos impostos cobrados a toda a sociedade (p.33) Segunda a autora ela descreve que as deficiências e falta de conhecimento dos pais atrapalham no adiantamento dos alunos, por exemplo, se os pais não estão envolvidos neste processo, a tendência é que o educando não absorva de uma forma clara as explicações transmitidas por intervenção do professor, de modo que é necessário que estejam todos juntos e completamente envolvidos com o processo avaliativo. No entanto para que ocorra uma avaliação eficaz e de maneira competente é necessário que todos os envolvidos tenham participação de maneira democrática, no qual ambos tenham sua função e contribuição neste processo. De acordo com Hoffmann (2001), No que se refere a moralidade, muito mais os educadores podem contribuir com a transformação social da sociedade, do que esperem, passivos pelas as mudanças sociais e políticas. As crianças e jovens exercem influencias muito fortes no ambiente familiar, se tiverem afeto e respeito, a oportunidade do diálogo e a vivencia de condutas éticas ao longo de sua escolaridade. (p. 34.)

4 O PAPEL DA MEDIAÇÃO NA AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NOS ANOS INICIAIS

É de suma importância que o professor assuma um papel de mediador, é através desta mediação que os educandos conseguem instruir-se de uma forma sólida e igualitária os conteúdos repassados, e ressalta-se que todas as decisões do educador interferem sobre os educandos, de modo que ele estará mediando e estabelecendo seu relacionamento com seus alunos, de acordo com estes autores . Para Silva (2003) e Maila (2003), A realidade da sala de aula, na relação entre professor e aluno no mundo moderno, é marcada por constantes mudanças. São mudanças impulsionadas pelo acesso internet e as novas tecnologias, a pluralidade cultural, os novos comportamento, a política, e ética cientifica e etc. (p. 1) Em meio este conflito o aluno se encontra ajuizado, aprovado ou reprovado o tempo todo, a avaliação por si não serve apenas para isto, mas para aditar a todos como um instrumento de dialético, afetivo, por essas questões que nos leva a seguinte pergunta qual é o papel da mediação na avaliação da aprendizagem nos anos iniciais? Para Luckesi (2006) a avaliação é um ato amoroso, que ocorre dentro da sala de aula por meio da troca de conhecimento no qual professor e aluno interagem de uma forma carinhosa e afetiva. Quando se é trabalhado um processo no qual a avaliação assume um papel mediador, cabe ao professor saber lidar com os diferentes tipos de alunos que estão presentes em sala de aula, pois é através de uma interposição ou sondagem que o professor consegue descobrir o perfil de todos os seus alunos, respeitar sua aprendizagem e não descriminar o seu tempo certo de aprendizagem. De acordo com Hoffmann (2001), O aluno irá aprender, a partir de experiências educativas organizadas pelo o professor, que traduzem objetivos delineados de aprendizagem. Ou seja, o professor pretende mobilizar os alunos a responderem determinadas questões de saber, que podem ou não estar explicitas, mas que são, sempre, inerentes ás propostas desencadeadas. (p.85) Não dá para falar de avaliação e lembrar apenas que ela é estimada por muitos como um ato de julgamento, isto faz com que todos os que estão envolvidos neste processo a enfrentem com um olhar negativo. O ato amoroso é aquele que acolhe a todos sem fazer um julgamento anterior seja ele social, de cor, raça, e religião, ou seja, não pode haver nenhum 11 tipo de isenção, mas cada um deve ser considerado de acordo com seus princípios, pois para Luckesi (2006) O ato amoroso é um ato que acolhe atos, ações, alegrias e dores como elas são, acolhe para permitir que cada coisa seja o que é, neste momento. Por acolher a situação como ela é o ato amoroso tem característica de não julgar. Julgamentos aparecerão, mas, evidentemente, para dar curso a vida (a ação) e não para excluí-la. ( p.171) Para os autores Monalize Santos (2007) e Simone Varela (2007) os alunos tendem a ver a avaliação como um processo que barra o conhecimento, ou que serve apenas para adequar os seus conhecimentos, e que todas as informações que foram passadas por meio das aulas, testes, provas, mas é importante tratar e falar também sobre este assunto, e afirmar que a mediação que tem como qualidade de não julgar, ou ser julgado. Na visão de Hoffmann (2001) acredita-se que a mediação entre professor e aluno, não está atribuído apenas ao conteúdo ou que decora o que lhe foi repassado, o educador que assume o papel de mediador não busca apenas, o conteúdo, ou notas obtidas, mas também mediar a relação por meio de diálogos, que devem ocorrer constantemente dentro da sala de aula, pois o professor já sabe que se sua interação for tumultuosa, o educando provavelmente terá problemas na construção do conhecimento, que é repassado por meio da comunicação entre sujeito-objeto, De acordo com esta autora Hoffmann (2001) Mediar a mobilização significa suscitar tal envolvimento, criando, ao mesmo tempo, perguntas mobilizadoras, experiências interativas e oportunidade de expressão do pensamento individual. Não significa exigir respostas certas, mas criar condições para a expressão das ideias individuais em construção a partir da experiência vivida. (p.92) Em meio ao que foi discutido, e relatado conforme as palavras do autor Luckesi (2006) a mediação por si, deve ser acolhedora, deve abarcar a todos, é a conexão necessária para que todas as notas obtidas, por meio dos conteúdos repassados por intermédio do professor, e que não sejam feitas exclusões ou designadas melhores ou piores, mas que por meio da mediação o educador possa compreender e aproveitar com cuidado os conhecimentos de seus alunos. Com toda esta observação embasadas nos autores referidos, constata-se que a avaliação é primordial na busca do conhecimento, e sua importância para a vida dos educandos e sua contribuição para o ensino e aprendizagem de todos os que participam 12 diariamente deste meio em que a avaliação é indispensável e fundamental De acordo com Luckesi (2006), Ao assimilar os conhecimentos, o educando assimila também as metodologias e as visões de mundo que os perpassam. O conteúdo do conhecimento, o método e a visão de mundo são elementos didaticamente separáveis, porem compõem um todo orgânico e inseparável do ponto de vista real. (p.127) De acordo com o levantamento feito por Hoffmann (2001) a busca do conhecimento é feita por sua vez com a avaliação, e ela menciona que a mediação é algo de grande valor, pois contribui para o crescimento pessoal, social, dos alunos, assim é fundamental, o diálogo pacífico e que o professor, busque primeiramente conhecer melhor o mundo de seu aluno, o meio no qual está inserido, ou seja, sua identidade deve e precisa ser respeitada, havendo assim a integração para com todos os colegas, dentro e fora da sala de aula. O juízo de valor não pode interferir no meio em qual há uma mediação, o respeito a afetividade tem que se fazer presentes sempre, pois é através de um bom diálogo e uma sondagem do objeto de estudo que se constrói e agrega todos os conhecimentos que são transmitidos pelo professor. Hoffmann (2001) afirma que, No sentido de mediar a construção de sentido pelo educando, quero chamar a atenção para o papel essencial do educando no desencadeamento de processos metacognitivos. O aluno precisa ser mobilizado pelo professor a tomada de consciência sobre a qualidade de suas respostas e estratégias de aprendizagem. (p.113) Para Esteban a avaliação precisa criar laços e não construir pontes, por exemplo, se o professor estabelecer barreiras entre ele e seu aluno não terá uma relação interpessoal em que a avaliação assume seu papel de transformação social. É necessário que deixe de lado a punição, a discriminação e a exclusão. As práticas pedagógicas implicam em que ocorra o desenvolvimento e a participação de todos, seja um avanço nas metodologias que são levadas diariamente nas salas de aulas e precisam ser trabalhadas de uma forma com que todos consigam compreender, e respeitar a diversidade de cada um dos alunos. Para Esteban (2003), Investigando o processo de ensino e aprendizagem o professor redefine o sentido da pratica avaliativa. A avaliação como um processo de reflexão sobre e para a ação contribui para que o professor se torne cada vez mais capaz de recolher indícios, de atingir níveis de complexidade na interpretação de usar significados, e de incorporalos como eventos relevantes para a dinâmica ensino aprendizagem. (p.24) 13 Ainda de acordo com esta autora, a avaliação é sim um mal necessário, não há ainda maneiras de se avaliar que não seja a utilização de testes, provas e simulados, no qual exigem os currículos das escolas, que precisam passar por mudanças para que os processos avaliativos venham realmente fazer sentido e contribuir de uma forma positiva na qual os alunos não se sintam julgado, o tempo todo e que seu conhecimento não venha ser medido apenas na ponta do lápis. Esteban (2003) afirma que, Apesar de ser quase unanime a ideia de que a avaliação é uma pratica indispensável ao processo de escolarização, a ação avaliativa continua sendo um tema polêmico. Há uma intensa crítica aos procedimentos e instrumentos de avaliação frequentemente usados em sala de aula, que muitas vezes se fazem acompanhar da sinalização de novas diretrizes ou novas propostas de ação. (p.10) O aluno não é uma tabua rasa, ele já traz de casa um conhecimento prévio, ou seja, sua visão de mundo foi construída por meio de sua convivência e na troca de conhecimento que foi repassado por familiares, e a avaliação tende a complementar seus conhecimentos de modo que o professor assumirá na vida de seus alunos um papel de mediador entre o conhecimento prévio, e as novas metodologias que o educador transmitirá por meio dos conteúdos sejam eles livros, revistas, jornais, etc. Na concepção de Lukesi (2006) a avaliação por si é acolhedora, motivadora no ato de educar, não busca apenas os resultados decorados, mas busca uma visão ampla amorosa, respeitando a todos de uma forma que a aprendizagem seja compartilhada, e não julgada. Lukesi (2006), O ato de avaliar, por sua constituição mesma, não se destina a um julgamento “definitivo” sobre alguma coisa, pessoa ou situação, pois que não é um ato seletivo. A avaliação se destina em diagnóstico e, por isso mesmo, a inclusão, destina-se a melhoria do ciclo de vida. Deste modo, por si, é um atos amoroso. (p.180) Sendo assim Hoffmann afirma que o conhecimento que o aluno constrói, com o mundo em que o mesmo convive não é apenas sua convivência, por exemplo, ao escrever ou conversar o aluno ele está representando seu pensamento, e aprende diante disto, ou seja, tudo que o aluno já consegue expor seus pensamentos é um auxílio para sua escolarização. Diante de tudo que foi citado, a avaliação concentra-se no processo de avançar, progressão social e individual de cada aluno, ela serve de intermédio em meio a essa tensão, que o aluno se encontra, e para Hoffmann (2001), 14 Em nome de uma escola eficaz e de qualidade e de uma avaliação exigente, cultivamos índices cruéis de repetência e evasão escolar que sempre se disse direito e obrigatório. Se as medidas alternativas nem sempre correspondem aos parâmetros de qualidade ideias de ensino, elas correspondem, entretanto, a um sentido de justiça e ética frente a seletividade e a exclusão. (p.31) Em todo o percurso neste caminho denominado avaliação da aprendizagem, o que a autora menciona é que os dois professor e aluno tendem andar lado a lado, e que o diálogo é um instrumento que favorece a todos, por meio de uma sondagem, e que o professor deve trabalhar com metodologias que enriqueçam os seus conteúdos, e o aluno por sua vez busca o conhecimento e sua formação escolar de uma forma pacífica, pois o mesmo sabe que não há como fugir destes processos avaliativos e, portanto busca a compreensão por meio do seu mediador. Luckesi menciona que a avaliação da aprendizagem responde a uma necessidade social, e a escola por receber um papel da própria sociedade ou sistema que é a de educar, tem que corresponder de uma forma positiva. Por isso a avaliação auxilia os alunos no seus conhecimentos e crescimento, ambas as partes professor e aluno constroem sua aprendizagem juntos. Segundo Luckesi (2006) No processo de ensino e aprendizagem, o educando será ser posto em contato com o saber já elaborado. E uma aproximação pela qual ele recebe interpretações já produzidas sobre a realidade, porém não é e nem pode ser um receber reflexo e passivo(p.137) Assim sendo a avaliação da aprendizagem escolar não tem que estar ligada apenas às notas adquiridas, mas levar em consideração toda a habilidade dos alunos. Um exemplo bem claro é que se o aluno vai bem em português, porém em matemática não é tão bom, isso não seria o caso que o aluno não saiba, e por isso tem que ser reprovado, pelo contrário, o aproveitamento tem que ser reconhecido mediante uma avaliação justa e com o olhar retornado para cada um conforme sua aprendizagem e de acordo com seu tempo, o importante é que aconteça neste meio uma troca de ciência, por ambas as partes que estão inseridas neste ambiente.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante de tudo que foi discutido ficou claro o real significado da avaliação da aprendizagem, ou seja, não tem como se desvincular deste processo, pois ele faz sentido para âmbito escolar, porém está sendo utilizado como forma de castigar, amedrontar, julgar os alunos. O que essa discussão trouxe é que, num e noutro caso, reconhece-se que avaliação necessita desta troca, de uma sondagem de uma busca intensiva, e não pode ser usada como fonte de exclusão, mas que seja igualitária e democrática para que todos sejam inseridos neste meio. Não pode haver exclusão, mas sim interação por todas as partes que estão envolvidas neste processo, seja a família, escola, professores ou alunos. Neste contexto, o papel do professor é de suma importância para a vida dos educandos, pois dependendo da relação professor aluno, há uma interferência na aprendizagem do aluno. Deste modo, o professor assume um papel de mediador, e por este motivo a avaliação não pode ser considerada ou vista como um objeto de castigo, de repressão do saber, e tem que estar voltada para contexto do aluno, haja vista que deve também respeitar seu momento certo e seu conhecimento prévio. Assim, deve ser uma avaliação bem elaborada, com o uso de recursos pedagógicos e uma dinâmica que envolva a todos, professor e aluno, ambas as partes respeitando-se, e aprendendo juntos.

REFERÊNCIAS

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