AVALIAÇÃO AO SERVIÇO DA APRENDIZAGEM

Autores 

Alberto Mahúla Francisco (Msc.)

Mestre em Economia e Gestão de Educação, pela Northeast Normal University, Licienciado em Ciencia de Educaçao na especialidade de Pedagogia, Professor de careira desde 2005, leccionando a disciplina de Inglês no Ensino geral, Docente Universitário pelo Instituto Superior de Ciências de Educação do Uíge, professor do Primeiro Ciclo do Ensino Secundário, na Escola 1812 de Pambos de Sonhe, Município de Samba-Cajú, Província de Cuanza Norte.

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Resumo

Esta pesquisa qualitativa, foi realizada de forma descritiva, através das técnicas bibliográfica, análise e estudo de documentos. O objectivo da pesquisa consiste em perceber como tem decorrido a avaliação nas instituições de ensino, identificando a importância da avaliação e suas implicações no desenvolvimento social. A discussão dos resultados da pesquisa foi efectuada através de foco de debates que inclui professores universitários advindos da Universidade Kimpavita do Uíge, professores do segundo ciclo do ensino secundário do bairro Mateus do Uíge e professores do Primeiro Ciclo do Ensino Secundário do Cuanza Norte, Município do Samba-Cajú. Os resultados da pesquisa mostram que actualmente a avaliação tem estado ao serviço da escola e do professor, onde o aluno é o sujeito da avaliação, aprovação e reprovação ou seja o aluno é culpado da sua própria reprovação e reprovação. E, ao aluno se atribui toda culpa dos avanços e retrocessos registados dentro do ciclo avaliativo. Os professores, o ambiente escolar, os meios de avaliação, gestores escolares, factores económico-financeiros dos pais e encarregados de educação, assim como próprio estado, não assumem culpas pelas más práticas da avaliação. Tem-se na sociedade uma avaliação não colocada ao serviço do aprendizado. E, como consequência existe um sistema de ensino tanto tenebroso, cercado de insegurança, injustiça, barreiras para avanço significativo da escola e dos alunos. Pelo que se quer uma prática avaliativa colocada ao serviço do processo de ensino e aprendizagem, onde professores, alunos, gestores e todos comparticipantes da acção de ensino e aprendizagem, possam se rever e optimizar os seus modos de agir, ser e fazer, contribuindo para o desenvolvimento social.      

PALAVRA-CHAVES: Avaliação; serviços; aprendizagem. 

  1. Introdução

Actualmente, a avaliação faz o dia-a-dia de todos. Por isso, a expectativa em torno de colocar a avaliação ao serviço da aprendizagem é generalizada quer para o estado, professores, alunos, pessoas singulares, pais e encarregados de educação . É, expectante que a avaliação possa ser um recurso necessário para a optimização da aprendizagem escolar, estimulando os professores a procurar métodos mais eficientes para orientar os conhecimentos dos alunos e os alunos por sua vez possam esforçar-se, buscando novas vias para a melhoria da sua própria aprendizagem.

Há muita exigência e pressão social, impulsionando os professores a reverem as suas técnicas e formas de avaliar os alunos. A sociedade pede do professor, o maior senso de humildade e responsabilidade face aos critérios da avaliação.

Para tal, pede-se que todo professor, colocado ao serviço da educação, que possa rever-se por meio dos resultados da avaliação do aprendizado dos seus alunos que em algumas vezes tende a ser injusta.

Muitos professores, assumem que tem-se na sociedade uma avaliação não colocada ao serviço do aprendizado. E, como consequência existe actualmente um sistema de ensino tanto tenebroso, cercado de insegurança, injustiça e barreiras .

Outros professores, entendem que a aprendizagem está entre progresso e retrocesso, por se verificar vários erros e irregularidades ocorrentes dentro da concepção e aplicação da avaliação.

Há por parte dos pais e encarregados de educação uma pertinência em procurar saber as causas que levam os seus filhos a reprovarem de classe, repetindo alunos escolares consecutivamente. E, está presente nos planos programáticos de ensino, administração e gestão escolar, o desejo de se trabalhar para melhoria das técnicas de avaliação da aprendizagem, fazendo crer que tendo melhorado as formas da avaliação, a qualidade de ensino poderá automaticamente melhorar. E, o nível de aplicabilidade dos conteúdos e conhecimentos será eficiente.

Na mesma súmula, refere-se que, se avaliação for colocada ao serviço da aprendizagem, os alunos serão mais dedicados e os professores como mestres na orientação do aprendizado, poderão empenhar-se muito mais, querendo ver os seus alunos a progredirem gradualmente, primando na excelência do saber, saber ser e saber fazer dos seus discípulos.

Acredita-se que, uma vez avaliação seja apropriada ao serviço da aprendizagem, os professores serão havidos de melhorar os seus métodos e técnicas de ensino, partindo no aperfeiçoamento da performance na aplicação do conhecimento, maneira de organizar os conteúdos e administrar a matéria de ensino, devendo o professor: saber o que significa avaliação, o que avaliar, como avaliar, a quem avaliar, quando avaliar, porque avaliar, com quem avaliar, com que meio deve avaliar e onde avaliar.

 

 

  1. Conceitos comuns de Avaliação

Geralmente a avaliação tem sido entendida como sendo um mero factor didáctico para o aluno fazer prova, exame, atribuir notas, repetir ou passar de classe, etc .

Por isso, há nas instituições de ensino vários tipos de avaliações, desde a avaliação continua, somática, formativa; provas da escola, do professor, incluindo exame nacional, onde os alunos devem necessariamente ter uma nota igual ou superior a dez (10) valores para passar de classe.

Há nesta diversidade de avaliação formula para calcular aritmética e quantificar as notas do aluno. E, não existe fórmula nenhuma para avaliar a qualidade do desempenho do professor e aluno. Não existe nenhuma via legal para avaliar os vectores parasitas que intervêm directamente no processo da avaliação da aprendizagem.

Dentro desatas concepções comuns, a escola e os professores, olhando pela quantidade das notas do aluno, decidem pela aprovação ou reprovação do aluno.

Cria-se nas escolhas equipas de júri e conselhos de notas para darem provas aos alunos. Não há nas escolas equipas formadas para avaliar e fazer diagnóstico sobre o tipo de prova que deve ser aplicada ao aluno e olhar para qualidade do saber deste aluno face ao seu desempeno escolar.

Nas escolas existe possibilidades de criar um conselho de nota que vela pela margem numérica para o aluno reprovar ou passar de classe. E, não há, formas reais para revelar os factores catalisadores da nota alta e baixa.

A escola desconhece o seu nível de culpa quanto a avaliação da aprendizagem. Por isso, atribui-se maior índice de culpa a quem faz a prova, neste caso atribui-se a culpa ao aluno. E, não a quem elabora a prova talvez de forma errada, rasurada e forma do contexto do aprendizado do aluno.

É, de facto o aluno culpado pela sua própria reprovação?

Muitas vezes o aluno não é culpado da sua própria reprovação, sabendo que este vem voluntariamente para escola, consciente do acto de aprender para tornar-se útil no presente e no futuro. Nenhum, aluno auto-motiva-se para aprender mal um conceito de ensino, uma fórmula matemática ou qualquer outro tipo do saber, a fim de apresenta-lo (a) erradamente no momento da sua avaliação.

Algumas vezes a avaliação ao ser aplicada para medir capacidade e quantificar o saber do aluno, peca injustamente. E, mata as tendências, inclinações, aptidões e motivações para a aprendizagem do aluno.

 

  1. De que resultam as concepções iradas da avaliação?

As concepções iradas sobre a avaliação, são resultados das concepções pedagógicas arcaicas e predominantemente tradicionais.

Estas concepções estão presentes no dia-a-dia das instituições de ensino, cuja, as reformas não reflectem o modo do saber, saber ser e saber fazer dos gestores e professores.

Deste modo, todas instituições escolares cuja, a prática avaliativa é predominantemente arcaica, encontram-se ancoradas num prisma do ensino tradicional, com tendências de ensino virado a repetição de ideias, perpetuando nos alunos a baixa auto-estima, complexos de superioridade e inferioridade.

Quando as concepções de avaliação são predominante iradas, a educação passa ser prática rotineira, onde se transmite hábitos, costumes e crenças não sistematizadas. Porém, Promove-se no seio dos professores e alunos, uma prática de competição pejorativa, traduzindo deste modo o ensino num sistema de competição, preso em ambições desmedidas, submissa pela ilusão perceptiva da realidade objectiva, criando exclusão social entre professores e alunos;

Neste contexto, entende-se que o aluno que não tem a quantidade de notas minimamente dez (10), isto é a nota mínima exigida para passar de classe, é menos aproveitado, retardado ou não sabe nada. Logo deve ser reprovado.

A passagem de classe é muitas vezes marcada por fortes aberrações entre professores, alunos, gestores, pais e encarregados de educação. Por isso, alguns alunos sofrem de sentimentos de exclusão e represarias no seio da escola, família e amigos.

Entre o acto de aprovar e de reprovar de classe, condicionado por meio de notas matematicamente quantificadas, ocorre um senso de indignação, procurando saber o que leva um aluno a aprovar e o que levara o outro a reprovar, visto que em algumas ocasiões quem aprova obtém a nota maior por auxílio de aquele que reprovou.

  1. Decisões pedagógicas tomadas de forma indigna face a avaliação

 As decisões pedagógicas tomadas de forma indigna sobre avaliação, criam revolta no aluno. Pois, o aluno sente-se desvalorizado por ter sido excluído do colectivo dos alunos aptos e tidos de mais inteligentes em relação aos outros reprovados.

Para além do aluno sentir-se desvalorizado, os pais e encarregados de educação tomam decisões de revolta. E, indignados pela decisão de reprovação, procuram formular de forma subjectiva um conjunto de questões, cuja fundamentação pode gerar no seio da família e da escola desordem e frustração, na medida em que o acto de reprovar um aluno errata não só a família, mas a própria escola.

Assim, uma decisão pedagógica mal tomada face a avaliação, retarda a realização dos anseios da sociedade, bloqueias as motivações de ensino, inibe tendências e desenvolvimento de habilidades. Este tipo de decisões, algumas vezes causa desvio comportamental, levando o aluno a prática de delinquência e prostituição por parte das meninas (Chueiri, 2008). 

Da mesma maneira, o aluno que obtém nota a abaixo da média dez (10), não tendo feito parte da percentagem dos alunos aptos da escola, toma uma posição de exclusão. Pode obviamente excluir-se do ambiente normal da aprendizagem e do convívio com os outros.

É, deste modo que surge o absentismo escolar, fuga e abandono a escolaridade nas instituições de ensino guiadas impecavelmente por práticas de pedagogia tradicional.

  1. Algumas causas de decisões pedagógicas indignas face a avaliação

Algumas causas que descrevem as decisões pedagógicas indignas versam-se na concepção da avaliação, onde, certas vezes a escola em conjunto com seus professores concebem a avaliação de forma rígida, visando necessariamente medir as capacidades do aluno. Neste caso, o professor é tido como detentor do saber. Ao passo que o aluno é tido como deposito ou simplesmente objecto, onde o professor deposita o seu saber que deve ser retirado taxativamente quando o quiser e como quer (Luckesi C. , www.luckesi.blog.terra.com.br).

Outra causa reside no facto da arte de ensinar e aprender ser compreendida como sendo um crédito, cujo credor é o aluno que deve ser cobrado pelo professor no momento desejado.

Nestas concepções a avaliação beneficia a escola e o professor, prejudicando o aluno que apesar de preocupar-se pela busca dos conhecimentos, é muitas vezes marginalizado, especulado, sufocado de palavras iradas e estigma.

O aluno é prejudicado não somente por estigma e especulações. É, ainda prejudicado por ter sido recalcado a sua aprendizagem e por ter sido chamado a fazer a segunda, terceira provas onde muitas vezes lhe é cobrado alguma taxa financeira para recompensar o professor ou simplesmente a escola que nem faz julgamento aos métodos de ira e recalcamento que muitos professores utilizam para avaliar os alunos.

  1. Objectivo da avaliação dentro das concepções pedagógicas arcaicas  

Dentro das concepções pedagógicas arcaicas, a avaliação surge com a finalidade de medir a quantidade de informações retidas pelo aluno.

A avaliar tem como objectivo repetir as informações, colocando de parte o sentido e o significado da aprendizagem dos alunos. Os níveis de exigências impostas, requerem que o aluno reproduza as informações retidas de forma repetida e taxativa.

Os professores ao procurar alcançar estes objectivos, ignoram as capacidades de inovação dos alunos e omitem a criatividade dos alunos.

A avaliação que visa a repetição de ideias e reprodução de informações retarda o desenvolvimento das habilidades, desvias as tendências e inclinações dos alunos. é, um tipo de avaliação que não forma homens pensadores, mais, sim repetidores de ideias e indivíduos cómodos pelos erros dos outros.

Quando as metas da avaliação estão viradas a reprodução de ideias, cria-se alunos passivos, concorrentes ao consumo passivo dos conhecimentos alheios. Os professores por sua vez, tornam-se inimigos de alunos críticos e capazes de reflectir profundamente sobre os conteúdos de ensino em função da sua própria realidade.

Assim, esta tipologia de avaliação inviabiliza o desenvolvimento multifacetado dos alunos. e, promove subdesenvolvimento, injustiça e insegurança social.

  1. Fim da educação e da avaliação dentro das concepções pedagógicas arcaicas 

Nas concepções pedagógicas arcaicas, a educação e avaliação, apresentam fins limitados, consistentes em informar. E, o processo de ensino neste caso, serve unicamente de meio para passar informações que transcendem de geração em geração.

A educação exclui-se e desvirtua-se da formação multifacetada e integral do homem. E, não visa a realização feliz da pessoa humana. Esta educação é persistente em perpetuar o passado, debilitando presente e a perspectiva do futuro melhor para as novas gerações.

Já a avaliação não desperta curiosidade e muito menos probabilidade para investigação.

Assim, professores e alunos vivem na rotina pedagógica, debilitada de progresso e de visão ampla da realidade. A visão limitada do professor e aluno, impede a globalização e internacionalização do sistema educativo.

  1. Carácter da avaliação dentro das concepções pedagógicas arcaicas 

A avaliação nos diferentes espaços de produção do conhecimento, têm sido tradicionalmente considerados como um factor que ocorre no final do processo de produção do conhecimento (Adriana, Celena, & Romero, 2017). E, assume um carácter selectivo e competitivo pejorativo, consistindo em seleccionar no seio dos alunos, aqueles que podem passar de classe. Ao passo que os outros podem repetir a mesma classe no ano posterior. Neste processo de selecção, o professor e a escola apresentam-se como expoentes máximos. Isto implica dizer que o professor e a escola assumem papel decisivo no acto de seleccionar os alunos que podem ser aptos e os não aptos.

O acto de seleccionar os alunos para aprovar ou reprovar, segue o sentido do poder que está directamente ligado com o sentido do poder do chefe (Director ou dono da escola) e do sábio professor, menosprezando factores importantes tais como: conhecimentos, aptidões, tendências, experiencia múltiplas do aluno, habilidades, dedicação, as aspirações do aluno, etc.

De certa medida, o nível do desempenho dos alunos, as capacidades de inovação, criatividade, incluindo as habilidades e competências, são subjugados e delegados ao segundo plano, colocando em evidência o poder que por vezes congratula-se com hipocrisia, promovendo incompetência no ciclo de educação e ensino. Assim, em muitas ocasiões, a aprovação e a reprovação do aluno dependem muito da escola ou do professor. E, não dos outros factores que sistemáticos que intervêm dentro do processo de avaliação dos alunos.

De facto, a avaliação quando assume um carácter selectivo, ignora-se as outras variáveis intervenientes, tais como a experiencia e atitude do professor face a avaliação dos alunos; o papel dos pais na orientação e moderação das atitudes do aluno; as atitudes do próprio aluno face a sua aprendizagem, o ambiente escolar, a adaptação do aluno ao meio ambiente escolar; as motivações e emoções empreendidas durante a avaliação, etc. 2. Avaliação: concepção pedagógica moderna

Na concepção pedagógica moderna, a avaliação é um processo que visa verificar a aquisição de competências e habilidades em determinada área do conhecimento ou do campo laboral. Tem sempre em vista o processo de melhoria contínua do saber, saber ser e saber fazer dos professores, alunos e gestores do ensino (Abreu & Kurogi, 2018). é uma ferramenta pedagógica e didáctica muito importante para a melhoria do processo de ensino e aprendizagem. Pois, é, o meio que conduz o aluno ao sucesso em vez do fracasso.

A avaliação na linguagem da educação e ensino moderno, consiste numa prática pedagógica, desenvolvida numa perspectiva de transformação social. E, transforma o professor num sujeito activo, capaz de colocar-se ao serviço do aprendizado do aluno, envolvendo-se com propósito de estar sempre atento, acompanhando-se passo-a-passo o desenvolvimento do aluno e suas necessidades vinculadas com o interesse da sociedade (Schon & Ledesma, 2008).   

A avaliação é um factor de progresso e desenvolvimento social. Promove a identidade profissional do professor, coloca em alto nível o nome da escola e protagoniza a dinâmica social.  E, está directamente ligada com a mobilidade, construção da democracia educativa e urbanização do meio ambiente social.

Por isso, a avaliação na pedagogia moderna, é a principal aliada da inovação, criatividade, competência e organização social.   

Dentro das concepções pedagógicas modernas, o professor ao ser um sujeito activo, dedicado ao aperfeiçoamento das capacidades cognitivas e qualidades associáveis ao saber, saber ser e saber fazer, ele subsidia o aluno para que chegue ao sucesso. Assim, a avaliação nas concepções pedagógicas modernas, visa verificar e saber em até que ponto os alunos estão alcançar os objectivos propostos para o processo de ensino e aprendizagem (Schon & Ledesma, 2008).

Neste caso, a avaliação é um processo de construção social orientada para sustentar as linhas de intervenção pedagógica e de regulação das atitudes dos actores do processo de ensino e aprendizagem.

Entretanto, avaliação é uma técnica pedagógica neutra, reveladora da verdade por isso, serve de objecto de reflexão cultural. E, conduz as reflexões profundas sobre a vida interna do sistema de educação, nível do desenvolvimento social e as praticas de ensino.

Assim, por meio da avaliação vê-se a perícia pedagógica dos professores, o tipo de liderança exercida na escola, a qualidade de ensino e o tipo do capital humano advindo das escolas quer de formação geral ou sejam de formação profissional.  

É, de realçar que actualmente não existe somente uma avaliação, nem se avalia somente o aluno. Por isso, na visão pedagogia moderna, quem avalia é também avaliado.

Assim, avaliação inclui todos entes da educação e ensino, pressupondo em larga escala valões éticos, morais e acima de tudo respeito a personalidade individual e a ética e deontologia profissional. 

 

 

2.1. Como assimilar as concepções da avaliação dentro da Pedagogia modernas?

Para assimilar as concepções da avaliação trazidas pela pedagogia moderna, é necessário que as politicas pedagógicas partam de um ideal sistematizado que inclui na sua realidade um saber mais estudado no âmbito da gestão macro da educação da educação, influenciando academicamente os professores e alunos.

Por parte dos gestores dos sistemas educativos, professores, alunos, pais e encarregados de educação, é necessário que tenham a avaliação como sendo “uma acção sistemática na busca da compreensão do processo de desenvolvimento de actividades, factos e conhecimentos previamente estabelecidos” (Freitas, Da Costa, & Miranda, 2019).

 

Por outro lado, a avaliação impõe um debate aprofundado sobre o modo de agir dos actores do ensino, uma reflexão mais profunda acerca das infra-estruturas e ambientes escolares; a dignidade do professor face a avaliação e a busca pelo melhor desempenho socioprofissional do professor e alunos.

 Na mesma óptica, é indispensável que se prime numa compreensão mais clara e evidente em torno não só da avaliação enquanto conceito, mas também em termos das suas práticas e valores éticos. Pois, os atributos da avaliação ultrapassam os interesses íntimos da escola e do professor. A avaliação inclui no seu nível de interesse uma relevância de dimensão global do ensino.

Assim, a busca pela compreensão clara e eficiente da avaliação, inclusão rigoroso de valões éticos dentro da avaliação, constitui um bem se suma importância. “Uma vez que a avaliação, para além de tudo o que possa ser é uma dimensão inerente às relações interpessoais que se estabelecem e que influencia a vida social” (Pinto, 2016, p. 3).  

É, necessário que se entenda a educação, não como meio necessário para transmitir informações, ideias e crenças, mas que seja percebida como processo de formação multifacetica do aluno, colocando em evidência as vivências, experiências múltiplas, desenvolvimento motor, cognitivo, afetivo e social de cada aluno.

Já o ensino deve ser entretanto um processo de mudança positiva de comportamentos do aluno. E, o meio pelo qual o aluno adquire um desenvolvimento integral e progressivo.

  

2.2. Função de avaliação da avaliação dentro dos conceitos pedagógicos modernos 

A Pedagogia moderna orienta que a avaliação é “o eixo central de todo o dispositivo pedagógico” (Sanmartí, 2017). Por isso, deve desempenhar as seguintes funções:

  • Ajudar o aluno a avançar na aprendizagem e na construção de seu saber;

A avaliação neste sentido, é um instrumento fundamental que ajuda o aluno a avançar com a sua aprendizagem. Pois, encoraja-o a optimização o seu nível do desempenho, olhando pelas metas alcançadas ao longo da sua formação.

Por meio da avaliação o aluno consegue rever os seus aspectos fracos e fortes. E, procura compreender as razões que o levaram a falhar, corrigindo assim, os seus erros evidenciando o ideal do mérito pelo aprendizado.

Por isso, “a avaliação deve ser contínua, formativa, na perspectiva do desenvolvimento integral do aluno” .

Assim, uma avaliação colocada ao serviço da aprendizagem, não desencoraja o aprendiz, mas, lhe encoraja a aprender mais e melhor. Não promove desvio comportamental, fuga escolaridade, nem desistência, mas motiva o aluno a ir cada vez mais à busca dos conhecimentos, aperfeiçoando a sua aprendizagem.

Para o professor, a avaliação serve de uma oportunidade soberba que o desperta a ajudar o seu aluno, a superar os seus defeitos, suas falhas e melhorar os seus métodos de estudo.

Neste sentido, o professor face a avaliação, torna-se uma mola impulsionadora para a aprendizagem melhorada do aluno, procurando ajudar o seu discípulo a aprimorar a sua motivação perante o processo de ensino e aprendizagem. E, trabalhar para a estabilidade emocional do aluno, procurando vias mais eficientes para colocar as experiencia múltiplas dos alunos, ao serviço da sua própria aprendizagem.

  • Orientador e cooperativo;

A avaliação constitui um meio para orientar os alunos aos objectivos preconizados dentro do processo de ensino e aprendizagem, procurando cooperar directamente com os alunos, a fim de criar métodos de ensino e de estudos que conduzam ambos ao sucesso e mérito escolar.

Por meio da avaliação, o professor é um orientador que coopera directamente com seus alunos, procurando congregar a diversidade na sala, unindo-os e levando-os para o sucesso desejado e preconizado por cada um dos alunos.

O professor orienta os alunos a descobrirem os conhecimentos, evitando colocar-se no centro da aprendizagem como que fosse o detentor do saber. O professor traduz o processo de ensino num sistema de cooperação, contrapondo actos ilícitos, máculas e competição pejorativa.

Assim, a avaliação orienta os alunos a superar expectativas, melhorar resultados do ensino, vencer desafios, viver em comunidade e cooperar em prol dos objectivos do processo de ensino e aprendizagem.

  • Diagnosticar e verificar a aprendizagem e a qualidade do ensino;

A avaliação desempenha a função de diagnosticar e verificar a aprendizagem, incluindo a qualidade de ensino, por ser um instrumento de inspecção, organização e gestão dos sistemas de educação e ensino.

A partir da função de diagnosticar e verificar a aprendizagem, procura-se compreender o nível de assimilação dos conhecimentos e valores: pedagógicos, didácticos, psicológicos, socioprofissionais, propostos como metas que devem ser alcançadas pelos alunos, a curto, médio e longo prazo. E, verifica-se os moldes pelo qual os professores cumprem as orientações pedagógicas e didácticas sistematizadas para a optimização das actividades escolares.

Na mesma óptica, procura-se se verificar se os programas curriculares são desejáveis, atendendo os desafios da sociedade actual e as perspectivas do futuro.

Dentro das funções diagnostica e de verificação, coloca-se a problemática das exigências da escola perante o aluno. Isto, é, a partir da avaliação, vê-se, se as exigências da escola, convêm para a aprendizagem escolar, estabilidade emocional dos alunos, melhoria do ambiente escolar e organizar o processo de ensino e aprendizagem.

Em função das duas funções: diagnostica e de verificação, compreende-se o tipo de gestão e de liderança que se exerce na escola. E, procura-se melhorar o comportamento dos gestores, primando na produtividade do ensino.

É, através destas funções que se vê a perícia do professor, apurando a sua personalidade, seu carácter interno e externo. Na óptica, faz-se o diagnostico e verifica-se para identificar a condição didáctica da escola, isto é, saber se os professores usam recursos didácticos apropriados para ensinar e avaliar os seus alunos.

E, procura-se compreender o nível dos investimentos feitos na educação e suas possíveis vias de retorno. Neste caso, calcula-se o custo por aluno e o significado dos recursos alocados para o processo de ensino e aprendizagem.

  • Reflectir a atitude do professor em sua interacção com a classe, bem como suas relações com o aluno;

“Uma avaliação que não é questionada e que não se questiona seus objectivos e finalidades, pode perder seu próprio sentido de um processo avaliativo” .

A reflexão é um processo analítico e de auto-observação que consiste em procurar aferir como tem ocorrido toda a actividade didáctica do professor face as suas relações não somente com os alunos, mas também com a comunidade escolar. E, analisar o nível do cumprimento das exigências do ensino e a sua incongruência dentro do processo de ensino e aprendizagem.

A reflexão permite tirar ilações sobre os moldes de gestão do ensino, a qualidade dos investimentos feitos dentro do sistema educativo e de ensino, o nível de aceitação e rejeição das leis e regras impostas no seio dos gestores escolares, professores e alunos.

O tipo de liderança e gestão aplicada ao ensino, as motivações quer do professor, assim como dos alunos, são todos colocados num prisma de reflexão, cujo fim último é a melhoria da qualidade do processo de ensino e aprendizagem.

  • Chegar até as metas do ensino

É, função da avaliação dirigir os autores do processo de ensino e aprendizagem, aos objectivos preconizados. Pois, face aos resultados obtidos através da avaliação, professores e alunos, conseguem auto-reverem-se e realmente perceber se os objectivos propostos tendem a ser alcançados ou não.

  •  De conhecer

Através da avaliação, os actores do processo de ensino e aprendizagem, conseguem conhecer o sistema de ensino, o tipo de alunos, níveis de exigência, condições de ensino e a organização do ambiente escolar.

  •  De se relacionar com uma dada realidade

Por meio da avaliação, professor e alunos, são levados a relacionar os factos do ensino, as narrações expressas através dos textos didácticos e os conteúdos programáticos do ensino com a realidade vivenciada.

Assim, através da avaliação, seus resultados e inconformidades, pode-se perceber o tipo de sociedade, a qualidade de professor, aluno e ensino decorrente.

  1. 3. Princípios de avaliação
  • Continuidade e sistematização: é o princípio pelo qual a avaliação toma dimensão progressista, consistindo em garantir o privilégio dos alunos em dar continuidade a vida académica e formação profissional. Este princípio explica que o professor não pode condicionar o seu aluno a progredir com a sua formação académica e profissional. Mas, deve servir de orientador para a descoberta de novos saberes.

O professor não pode ser o culpado para a reprovação dos alunos. Por isso, o professor não deve avaliar o que sabe e ensinou-o bem aos alunos.

Assim, a avaliação é o instrumento necessário para despertar no aluno o amor ao estudo e a continuidade na organização e sistematização dos conhecimentos.

  • Aprender a fazer

Este princípio transforma os conhecimentos num meio susceptível a aprender a fazer as coisas. E, aprender a apreciar o belo e representa-lo através das belas artes.

Por meio de avaliação, o aluno deve aprender representar o mundo imaginário e traduzi-lo numa realidade objectiva.

Assim, a validação deve despertar nos alunos, a capacidade criativa, imaginação e criatividade. E, desenvolver nos alunos, a capacidade de inovação, desenvolvimento e progresso socioprofissional.

  • Funcionalidade e objectividade

A avaliação deve garantir o bom funcionamento das instituições, garantir a harmonia e concórdia no meio ambiente escolar. Por isso, toda avaliação, precisa articular-se em função aos objectivos propostos nos planos curriculares do ensino.

Este princípio demonstra que o ensino deve prosseguir as seguintes metas: integridade, globalização do ensino, progresso, multifacetado, organização, instrução e construção.

E, deve atender ao desenvolvimento das dimensões culturais, socioeconómicas, politicas, cognitivas e tecnológicas.

  • Orientadora

A avaliação assume uma função de orientação, pois, indica os avanços e dificuldades do aluno. E, pressupõe orientação aos objectivos de ensino e aprendizagem.

Assim, a avaliação deve orientar o sentido pelo qual o aluno precisa desenvolver, despertando-o interesse e tendências para a construção da sua identidade e escolha da vida profissional

  • Ratificação

Com a função ratificação, a avaliação prima fundamentalmente em ratificar os erros e comportamentos desviantes por parte professor e do aluno. Nesta função, a avaliação fixa-se no sentido ético, moral e cívico, onde os bons usos, costumes, hábitos e valores devem funcional em prol do bem comum.

  • Integral

Nesta função, a avaliação parte de uma aposta optimista, onde aluno é tido como um ser total e íntegro que deve desenvolver todas suas faculdades (Grego, 2015). Por isso, uma avaliação colocada ao serviço da humanidade, deve fundar-se na formação integral do aluno e não de forma compartimentada.

Ter em consideração o homem todo, implica antes de tudo, considerar os múltiplos aspectos da formação multifacetada do aluno e do ser global da pessoa humana. Isto, é, saber que o homem é um ser bio-psicossocial, formada por três dimensões fundamentais: vida, psique ou mente e dimensão social, onde nenhuma das suas dimensões pode andar e valer-se de forma isolada. Mas, sim de forma íntegra e sistematizado. 

2.4. A avaliação ao serviço do ensino e aprendizagem

Uma avaliação colocada ao serviço do ensino e aprendizagem, inspira confiança, trabalho e desenvolvimento. Isto é, mantém a escola, o aluno e a família erguido de confiança que os alunos vão a escola, adquirir conhecimentos que serão colocados ao serviço da humanidade, primando no desenvolvimento da sociedade, partindo das famílias como núcleo social.

A avaliação quando ao serviço da humanidade, funda-se na neutralidade, transparência e na realização feliz da pessoa humana. É, uma avaliação que prima na justiça, igualdade, paz e amor;

É, uma avaliação que não prejudica a escola, professor, aluno, e muito menos a família. Neste caso, a avaliação beneficia o próprio processo de ensino e aprendizagem, por servir de meio para qualificar o ensino e aprendizagem.

Assim, colocar a avaliação ao serviço da humanidade, implica primar na qualidade do ensino, melhorar o aprendizado e transcender as qualidades da escola. É, criar uma escola inclusiva e produtiva.

Com este tipo de avaliação cria-se uma escola inclusiva, pois, avaliação em si não exclui ninguém, mas, busca incluir cada aluno no ambiente escolar e de trabalho estudantil. Procura reduzir o índice de reprovação, através da melhoria qualitativa na formação de professor, criando professores comprometidos pela causa do desenvolvimento social.

Quando se reduz o índice de reprovação, automaticamente, evita-se o maior índice do absentismo e abandono escolar. Nesse sentido, o ensino abstém rigorosamente a fuga de escolaridade.

Por isso, as escolas preocupadas e comprometidas com o desenvolvimento social, já colocaram a avaliação ao serviço do processo de ensino e aprendizagem. Estas escolas ratificaram os seus acordos para a formação de professores, melhoraram as suas técnicas de recrutamento e retenção de quadros.

Pelo que a formação de professor tornou-se mais exigente, as condições de trabalho e remuneração salarial dos professores melhoram consideravelmente.

As atitudes profissionais dos professores, deixaram de ser animalesco, tornando-se mais consciente, tornando-se mais pacientes, criativos, inovadores. E, a óptima relação entre professor e aluno, tornou-se uma realidade, pelo facto do próprio professor ter ganho a consciência da sua profissão.

O professor tendo ganho a consciência da sua profissão, reduziu os complexos de superioridade e inferioridade. E, tornou-se mais humilde, comprometido e produtivo.

A conduta dos gestores deixa de ser desviante, a fim de primar unicamente na arte de servir a todos, sem julgar aparências, nepotismo. Assim, a lei e a gestão só valem quando servem a humanidade, partindo do índice de satisfação dos utentes dos bens e serviços públicos.

Os gestores deixaram de ser corruptos, não somente pela exigência das leis impostas, mas por estes terem descoberto a sua própria ignorância, ganhando consciência moral guiada pela virtude e desejo de fazer o bem e evitar o mal.

As infra-estruturas escolares deixaram de ser arcaicas e rudimentares. Mas, sim modernizaram-se, onde a biblioteca, a internete, espaços de recreação, cultura, desporto e interacção cultural torna-se veículos de um aprendizado melhorado.

As novas tecnologias com recursos a computador deixaram de ser meros objectos de elites e de escritores, transformando-os em instrumentos de ensino.

  1. Metodologia 

Esta pesquisa foi realizada através da metodologia qualitativa que empregou a técnica bibliográfico como instrumento fundamental de colecta de dados. E, guiou-se por meio de seis (6) perguntas de carácter fechada.

Todas perguntas visaram descobrir o sentido da avaliação no processo de ensino e aprendizagem, características da avaliação, conceitos e concepções teóricas. E, por fim identificar as vias próprias e capazes de colocar a avaliação ao serviço de ensino e aprendizagem.

Depois da colecta de dados, toda informação advinda dos outros autores, cuja suas obras foram descritas em virtude de motivar os actores do processo de ensino e aprendizagem a serem conscientes pelas imensas modificações que se impõe no ambiente escolar e na formação do aluno, onde a avaliação deve ser colocada ao serviço do ensino e de aprendizagem.

A análise dos resultados foi feita através de foco de debates, realizados em duas províncias: Províncias de Cuanza Norte e Uíge.

Na província de Cuanza Norte a discussão e análise dos dados colectados através da técnica bibliográfica, teve lugar na escola do segundo Ciclo do Ensino Secundário do Samba-Caju, congregando um universo de vinte e três (23) professores que consentiram a necessidade do estado em primar na formação contínua e melhoria das qualidades profissionais, sociais e cognitivas. Ao passo que na Província do Uíge, a discussão das informações colectas através da técnica bibliográfica, foram discutidas em duas (2) escolas do ensino geral: Escola do Segundo Ciclo do Ensino Secundário, no bairro Mateus e a escola do ensino Primário do bairro Mbemba Ngangu.

A pesquisa incluiu nos seus debates e discussão dos dados colectados um colectivos de vinte e dois (22) Docentes universitários, provenientes da Universidade Kimpa Vita, Faculdade de Engenharia.

Assim, toda informação colectada ao longo da pesquisa bibliográfica, foi cuidadosamente analisada e discutida, a fim de garantir a validade e fidedignidade dos resultados desta pesquisa.

  1. Resultados da pesquisa

Os resultados da pesquisa mostram que:

  • A avaliação é a prática pedagógica que menos motiva os professores e mais os aborrece. Pois, em muitas escolas a avaliação está presente para servir os interesses abstractos, fazendo do aluno cúmplice da sua própria reprovação;
  • Há nas escolas fórmulas e mapas para avaliar o aluno. E, se não prevê fórmula nenhuma para a avaliação do ensino, da escola e do sisma educativo;
  • O aluno é uma vítima a reprovação. E, nunca a escola, professor, conteúdos curriculares ou outro componente da avaliação;
  • Colocar a avaliação ao serviço de ensino e aprendizagem, implica primar na melhoria da qualidade de ensino;
  • Uma avaliação colocada ao serviço de ensino e aprendizagem permite que professores sejam comprometidos com a melhoria do e ensino. E, ajuda o aluno (a) a dedicar-se mais em virtude de melhorar a sua aprendizagem;
  • A avaliação colocada ao serviço de ensino e aprendizagem tem implicações positivas para a gestão escolar, atitude dos professores, melhoria das infra-estruturas escolares e no comprometimento social;
  •  Em muitas escolas, a avaliação não atende as dimensões de ensino e aprendizagem;
  • A avaliação tem sido guiada através de princípios de pedagogia tradicional e predominantemente arcaica.
  • Para muitos professores, as praticas de avaliação corrente inibem as capacidades de inovação, criatividade e contribuem para o subdesenvolvimento das sociedades;
  • As práticas avaliativas criam no aluno um sentimento de competição pejorativo, exclusão. E, promovem ódio, desistência, abandono, absentismo escolar e fuga a escolaridade. 
  1. Análise e discussão dos resultados

Os resultados desta pesquisa mostram que uma avaliação colocada ao serviço do aprendizado é um factor determinante para a organização, administrativa e sistematização das escolas.

A avaliação quando é colocada ao serviço do processo da aprendizagem, dinamiza o ensino e modera os moldes de interacção entre professores, alunos, órgãos de administração e gestão da escola, pais e encarregados de educação e sociedade em geral.

Uma avaliação colocada ao serviço do ensino e aprendizagem, inspira confiança, trabalho e desenvolvimento. Por isso, colocar a avaliação ao serviço da aprendizagem, constitui uma preocupação das escolas modernas.

Vários factores impedem, colocar a avaliação ao serviço da aprendizagem. Entre tantos, o tipo de professor, o modo de pensar sobre a escola e o tipo de pedagogia utilizada para orientar o sistema de educação.

As escolas guiadas por uma pedagogia predominantemente arcaica, têm um sistema de avaliação colocado ao serviço da escola e do professor, beneficiando principalmente duas entidades: Escola e ­professores.

A avaliação nas escolas de ideal pedagógico arcaico, têm a avaliação como meio para prejudicar o aluno e mero instrumento de estagnação social. Nestas escolas há, maior índice de reprovações, desistências, fuga a escolaridade e abandono escolar.

Nestas instituições de ensino, a avaliação não desperta interesse para que professores e alunos vão em busca dos conhecimentos. Pois, os professores são tidos como sábios e os conteúdos de avaliação, são concomitantemente acabados e minuciosos.

Estas escolas estão muito estagnadas. Pois, encontram-se num ciclo vicioso, sem possibilidades para deslumbrar-se. Inibem a capacidade criativa e de inovação por parte dos professores e dos alunos.

Já as escolas guiadas por uma visão pedagógica activa e renovada, conseguem colocar a avaliação ao serviço da aprendizagem. E, rapidamente colocarem-se ao nível de desenvolvimento global. Estas escolas, formam homens com capacidade, produtiva, por serem ávidas de despertar no seio dos professores e alunos o interesse para investigação científica, capacidades de inovação e criatividade.

 

  1. Conclusões e sugestões 

Colocar a avaliação ao serviço do processo de ensino e aprendizagem, implica primar no desenvolvimento globalizado da sociedade. Pois, por meio deste tipo de avaliação cria-se homens com visão geocêntrica e de capacidade inovadora, criativa e progressiva.

Para colocar a avaliação ao serviço da aprendizagem é importante formar qualitativamente os professores, moderando os modos de agir, relacionar-se e pensar sobre a educação.

Para isso, os órgãos de gestão e administração escolar, precisam ser profissionais nas suas áreas de labor e acreditar que o desenvolvimento das sociedades pode ser possível uma vez que tenha nestas sociedades um ensino de qualidade.

O estado por ser uma entidade reguladora de bens e serviços de uma determinada sociedade, que aloque mais capital financeiro para a organização e gestão das escolas. Que os planos regentes do processo de ensino e aprendizagem, tenham a formação do capital humano como base fundamental para o desenvolvimento;

Pelo que os interesses e ambições pessoais, sejam transformados, moderados e colocados ao serviço da humanidade.

  

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