Aconselho aos outros o melhor que sei e posso, é por isso que vos digo; só os falsos profetas prometem o impossível. Diz-me a experiência que nada é verdadeiramente gratuito, tudo tem um preço. Como tal um bom conselho, tem que ser pago… e este é de borla.

Há quem acredite que aprendemos com os nossos próprios erros, pessoalmente prefiro acreditar que posso aprender com os dos outros.

Diz a sabedoria popular que “os homens não se medem aos palmos” e a verdade é que: se é possível aos fracos vencer os fortes, não é certamente através da força física que o conseguem, mas antes recorrendo à astúcia e à inteligência.

Lembra-te de que os limites de um homem, não são as fronteiras do seu corpo. Mas o que pode alcançar nas asas do seu pensamento. Por crescente que seja, a tua força física será sempre limitada, ela nunca poderá ir além das possibilidades do teu corpo, as suas possibilidades são irremediavelmente coincidentes com ele e como tal intransponíveis.

Por conseguinte, tudo o que é corpóreo é limitado.

Contrariamente o intelecto não conhece limites, devora todas as fronteiras, instala-se e reina sobre e para além delas. O seu único limite é a tua força de vontade. E nessa… meu amigo…Só tu mandas. Ela tomará exactamente a dimensão que fores capaz de lhe imprimir. Cultiva-a o melhor que souberes e ficarás proporcionalmente mais forte.

Não te esqueças de que tu, ÉS TU.

Estás unicamente nas tuas mãos e por tua própria conta, além disso, és o primeiro e o maior responsável por ti. E nessa matéria, o único verdadeiramente insubstituível, por isso, cuidado.

Não poderás imputar aos outros o que fizeres ao teu destino, porque és o seu construtor, se algo correr mal não te esqueças que a culpa também é tua, volta atrás e tenta corrige-te. Se conseguires, ficarás a saber que és forte, pois só esses podem fazê-lo.

Lembra-te de que somos por natureza insatisfeitos. Fomos talhados para perseguir utopias, sem elas extinguir-se-ia este fogo que nos mantem despertos e nos aquece o sangue que nos corre nas veias, morreríamos por dentro saciados de nós mesmos, sós, frios e fulminados pelo tédio.

Não podemos nem queremos viver sem elas, conhecemos e aceitamos as regras deste jogo. Jogá-lo mesmo sabendo que ficaremos pelo caminho, não é prova de insanidade nem ato de loucura mas sim um grito de coragem em louvor à vida. É isso que nos torna peculiares, únicos e humanos. Corrermos permanentemente atrás de qualquer coisa …mesmo que depois, por vezes, quando a alcançarmos ela perca para nós todo o interesse.

Se é verdade que todos vivemos para ser felizes, então a felicidade é certamente a rainha das utopias e talvez por isso a teleologia das nossas vidas. Procuramo-la incessantemente do primeiro ao último alento, e não é pelo facto de não a termos ainda alcançado que desistimos de a procurar.

É de todos sobejamente conhecido, que de onde nada não há, nada pode ser retirado. Ninguém dá o que não tem.

É por isso que deverias estar sempre disponível para te satisfazer, pronto para ti mesmo, pois que é da tua satisfação que depende a tua capacidade de satisfazer os outros. Lembra-te de que um homem insatisfeito dificilmente proporcionará satisfação seja a quem for.

Satisfaz-te. Pois ao fazê-lo abres a possibilidade de que também os outros através de ti sejam felizes.

Se és realmente livre e presas a tua liberdade, exerce-a.

Não te esqueças de ser livre em acto e não somente em potência e serás quem Tu quiseres.

Confia em ti. Ninguém é mais capaz do que tu! Quem melhor para te promover a ti mesmo?

Ergue-te e luta.

Toma o destino nos braços. Respira fundo, deixa que o ar fresco te invada as entranhas, fecha os olhos, abre as asas ao teu pensamento e deixa-te levar por elas, verás que vale a pena.