UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE LINGUAGENS

DEPARTAMENTO DE LETRAS

CURSO DE LETRAS/ESPANHOL

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

PAULO MARCOS FERREIRA ANDRADE

 

 

 

 

 

INTRODUÇÃO A SOCIOLOGIA

 

ATIVIDADE II - 1ª SEMANA

  

 

 

AUGUSTO CONT:  O MÉTODO POSITIVISMO E SUA VISÃO DE SOCIEDADE.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Cuiabá, MT

2014

AUGUSTO CONT:  O POSITIVISMO E A VISÃO DE SOCIEDADE.

 

“Amor por princípio, a ordem por base e o progresso por fim...”                                  Conte

Augusto Comte foi um pensador francês que além de fundar o positivismo, ficou conhecido como o sistematizador da sociologia. Sua filosofia visava reorganizar o conhecimento humano e se embasava a priori em três pilares fundamentais: o critério da verdade, as experiências e os fatos positivos. No pensamento de Cont a família e a propriedade eram núcleos permanentes que deveriam promover o progresso, onde todos eram dependentes uns dos outros e houvesse   individualismo.

O positivismo foi a primeira corrente teórica a pensar as questões sociais, dando origem aos estudos especializados da sociedade que conhecemos hoje por Sociologia. Esta corrente teórica vislumbrava resolver os conflitos sociais por meio da exaltação a coesão, a harmonia natural entre os indivíduos, ao bem-estar do todo social.

É no cientificismo que temos a origem do Positivismo, ou seja, na crença no poder exclusivo e absoluto da razão humana em conhecer a realidade.  Pode-se dizer que positivismo brotou aqui e ali. Centelhas isoladas, perdidas no fumaça medieval, alçam-se e se unem até formar uma nuvem que é um completo sistema de ideias. O espírito positivo de Comte é um produto genuíno do ambiente científico que despertou sua inteligência. O método científico é o único válido para se chegar ao conhecimento.

Comte afirmava que apenas uma elite teria capacidade de desenvolver a parte frontal do cérebro, onde se localiza e desenvolve a faculdade superior, e com isso dizia que os demais seres humanos que não tinha esta capacidade deveriam ser dirigidos como garantia impreterível da ordem e do progresso. Ele afirmava que: “Nenhum grande progresso pode efetivamente se realizar se não tende finalmente para a evidente consolidação da ordem”.

Conte apud de Chauí (1998) mostra características fundamentais que distinguem o positivismo das demais filosofias:

Realidade – pesquisa de fatos concretos, acessíveis à nossa inteligência, deixando de lado a preocupação com mistérios impenetráveis, referentes às causas primeiras e últimas dos seres. Utilidade – busca de conhecimentos destinados ao aperfeiçoamento individual e coletivo do homem, desprezando as especulações ociosas, vazias e estéreis; Certeza – obtenção de conhecimentos capazes de estabelecer a harmonia lógica na mente do próprio indivíduo e a comunhão em toda a espécie humana, abandonando as dúvidas indefinidas e os intermináveis debates metafísicos; Precisão – estabelecimento de conhecimentos que se opõem ao vago, baseados em enunciados rigorosos, sem ambiguidades; Organização – tendência a organizar, construir metodicamente, sistematizar o conhecimento humano; Relatividade – aceitação de conhecimentos científicos relativos. Se não fosse relativos, não poderia ser admitida a continuidade de novas pesquisas, capazes de trazer teorias com teses opostas ao conhecimento estabelecido. Assim, a ciência positiva é relativa porque admite o aperfeiçoamento e a ampliação dos conhecimentos humanos.

Neste sentido Conte desenvolve uma sociologia que girava em torno de algumas constates, a saber: a família, o trabalho, a pátria, a religião.  A teoria comteana culmina com a concepção da religião positiva, atribui-se isto à deterioração da sua saúde mental.

Na teoria comteana a sociedade deveria funcionar de formar a promover o bem estar dos indivíduos, esta como uma organização sociopolítica firmava pilares em uma nova ordem espiritual baseada na hierarquia e na Igreja Católica. Essa doutrina baseava-se no materialismo científico e achava que a humanidade deveria ser venerada. Esta era uma grande e única entidade, denominada o Grande Ser.

Assim a organização da sociedade passava pela Lei dos três estados a saber, estado teológico, estado metafísico e o estado positivo ou científico. Esta lei se fundamentava nas observações feitas por Comte em relação à evolução das concepções intelectuais da humanidade. Conte as definia da seguinte forma:

  • Estado Teológico ou Fictício: Sociedade embasada numa estrutura militar que, por sua vez, é fundamentada na propriedade e exploração do solo;
  • Estado Metafísico ou Abstrato: É considerado um estado intermediário, onde ocorreu uma leve expansão da indústria. Este evidencia a predominância das ideias naturais, com um pouco de influência ainda daquelas baseadas no sobrenatural;
  • Estado Científico ou Positivo:  Ápice do desenvolvimento intelectual humano onde os fatos explicados por leis inteiramente positivas e a razão opera somente através de fatos concretos, de experiências e fenômenos observáveis

Como se pode perceber a sociedade brasileira foi a que se mostrou mais influenciada pela teoria de Conte, isto fica muito evidente em um dos principais símbolos nacionais é de Comte a ideia de “Ordem e Progresso” expressa na Bandeira Brasileira. Os seguidores mais importantes da teoria comteana no Brasil são Miguel Lemos, Raymundo Teixeira Mendes e Benjamin Constant.